Fingir ou não fingir? Eis a questão

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Lucas andava despreocupado, o que era algo incomum, o que não significava que não estava muito tenso. Havia pensando o tempo todo no metrô sobre o que Missy e Maya o disseram mais cedo. Riley gostava dele. E ele tinha que fazer alguma coisa sobre isto.

Seu objetivo era convencer Maya de se juntar a ele, mas era preciso que a garota confiasse nele, ou seja, eles precisavam ser próximos. Se aproximar da sua melhor amiga significava a usar e brincar com seus sentimentos. Porém, era uma grande oportunidade pra conseguir o que queria, era o jeito mais fácil.

Acreditava que Maya podia fazer grandes coisas, mesmo que muitas pessoas não, nem ela mesma.

Bond, como era chamado como agente, era decidido, líder, bom exemplo. Mas ali, vagando pelas ruas de Nova Iorque era só o Lucas, vivendo questões adolescentes que seu trabalho nunca o permitiu experimentar.

Estava tão focado em trabalhar que não sabia avaliar se sentia algo por Riley. Ele mal tinha parado pra reparar nela, na verdade. Só sabia que ela era filha do professor de história, melhor amiga da Maya e fofinha.

"Derrotar" os caras "maus" era sempre graficamente, Bond adorava o que fazia e acreditava que era o certo. Mas exigia muitos sacrifícios. Foi privado de ter uma adolescência, de manter sua identidade verdadeira, botava em perigo sua família e amigos.

E agora teria que decidir se fingia se apaixonar por uma garota ou não.

Não queria se vimitizar. É só que se sentia muitas vezes sozinho. Tinha que ficar constantemente lembrando do seu objetivo:fazer o melhor que ele podia para os outros. Bond ainda se cobrava muito, porque ele acreditava que poderia mudar o mundo. Mas isso não é algo que se faz sozinho e ele colocava todo a responsabilidade em si.

Lembrou do dia que viu Maya pela primeira vez, tentando pensar se valia a pena o risco.
Não, eles não se conheceram naquele dia que Riley caiu no colo de Lucas. Ele já sabia perfeitamente quem ela era.

FLASHBACK TIME

Bond estava despistando, uma palavra bonita pra fugindo, dos capangas da chefe de uma gangue chamada La Rosa. Lucas desceu correndo as escadarias até a plataforma do metrô e se escondeu no banheiro mais próximo. Infelizmente, era o feminino.

Havia 3 garotas no banheiro. A que estava saindo de uma cabine arregalou tanto o olho que voltou e trancou a porta. Outra estava passando batom e não se decidia se ria da desgraça dele ou se ficava brava.

A terceira era uma garota loira que calmamente veio até ele e perguntou firme:

-O que você pensa que tá fazendo aqui?

Ele ficou alguns segundos sem responder, porque não sabia o quanto podia assusta-lá falando o que estava acontecendo.

-É bom você começar a falar, porque se não eu vou achar que você é um pervertido

-Hã....Oi

O olhar dela de "é sério isso?" fez ele suar de nervoso . Bond se dava bem melhor com bandidos do que garotas, e isso dizia muito sobre sua personalidade.

-Eu to me escondendo de algumas pessoas...Eu não to fugindo da polícia, nem nada, juro. Entrei sem querer aqui, é sério

-Eu posso te ajudar a se esconder

-Sério??- ele podia se virar sozinho, foi treinado pra isso, mas estava mais aliviado que a situação de entrar no banheiro estava se resolvendo

-Mas eu quero sua pulseira

Olhou para o pulso, tinha uma pulseira preta de bolinhas com uma bola branca maior no centro.

Não sentiria falta da pulseira, mas havia um certo risco se um civil a usasse. Não era apenas um acessório, era um dispositivo localizador para emergências. Quando um agente estivesse em apuros ou precisasse de reforços.

Huckleberry Bond e The BombOnde histórias criam vida. Descubra agora