A proposta

52 2 1
                                    

Eles entraram num restaurante espanhol chamado Boqueria, com uma decoração chique, mas ao mesmo tempo descontraída.

-Você não viria aqui se fosse pra almoçar sozinho né? -Maya fez uma careta engraçada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-Você não viria aqui se fosse pra almoçar sozinho né? -Maya fez uma careta engraçada

-Não, provavelmente ia engolir um lanche na rua-ele riu -Garçom, eu vou querer o tortilla español

Lucas pediu uma omelete orgânica. Maya aceitou com muito custo um refrigerante pago por ele. Além de não estar com fome, não gostava muito de gastar o dinheiro dos outros.

-Olha-Lucas começou- eu não sou quem eu pareço ser

-E eu achando que você era um caipira bonzinho que ama os animais

-Eu gostaria de ser essa pessoa, mas não sou, ou não mais-ele suspirou, se lembrando da sua família- Eu realmente nasci no Texas

-Então ainda posso te chamar de Huckleberry, ufa

Ele sorriu, mas voltou a ficar sério e se concentrar nas suas palavras

-Maya, eu não fui pra sua escola por acaso,desde o dia que a gente se conheceu eu pensei muito em você- ele ficou vermelho um instante por perceber que a frase pareceu uma cantada- quero dizer, profissionalmente

A comida de Lucas chegou.

-Profissionalmente?

-Eu não entrei na escola pra estudar, eu vim atrás de você, porque percebi algo em você e por isso quero te fazer um convite- ele disse entre garfadas

-Você está me perseguindo? Tipo um stalker?

Ela queria na verdade perguntar se ele era um psicopata ou algo do tipo, mas ela achou melhor não perguntar pra um possível criminoso se ele era criminoso.

Ele se afogou ao ouvir a pergunta. Agora Maya teria que socorrer o cara que ela estava com medo de fazer alguma coisa com ela. Deu uns tapas nas costas dele e o garçom trouxe mais água.

-To bem gente, obrigado-ele disse com um sorriso amarelo por ter chamado tanta atenção

Maya se sentou e esperou pela resposta. Lucas observou em volta pra ver se as pessoas já tinham se esquecido deles. Apertou alguns botões na sua pulseira, igual àquela que Maya encontrou na biblioteca, ativando um campo gravitacional que abafava o som. Era somente perceptível aos olhos de quem estava a usando.

-Não! Eu sou....um agente secreto-disse sussurrando. Mesmo com a pulseira ativada, queria ser mais cauteloso possível. Aquilo era um segredo de estado, afinal. Não sabia qual seria a reação da garota, se começaria a gritar ou ficar muda.

-Tipo espião? Tipo FBI?- Lucas concordou com a cabeça pras duas perguntas

-E eu gostaria muito que você se juntasse a mim e a toda uma equipe pra ser uma agente. Eu vejo muito potencial em você e acredito que você seja uma pessoa muito leal, inteligente e criativa

Primeira vez que tinha visto a garota sem palavras. Ela o encarava perplexa.

-Apesar de eu querer muito, não precisar dizer nada agora, é uma decisão importante, eu entendo -Lucas sorriu -Talvez eu esteja cantando vitória cedo, mas o que você acha da gente comemorar essa proposta fingindo que é seu aniversário?

Maya sorriu e aceitou. Quando se dizia que era seu aniversário, o restaurante dava um pétit gateu com sorvete e uma vela de aniversário em cima. A garota não resistia a quebrar as regras, a pensar fora do comum e uma sobremesa até que ia bem.

Pediram e Maya ainda não falava muito, processava toda a ideia dela ser parte de alguma coisa, dela ser espiã. Que doideira. Achava aquilo tudo um negócio de filme. Isso explicava o porque Lucas estava sendo perseguido aquele dia que se conheceram no metrô. E porque tinha uma pulseira que brilhava e vibrava como um telefone.

A sobremesa chegou e quase todo o restaurante cantou "parabéns pra você" para Maya. Ela fingiu se emocionar e Lucas caiu na risada. Ela assoprou as velas e o garçom disse:

-Deixa que eu tiro uma foto desse lindo casal- e estendeu a mão, esperando que um dos dois entregasse seu telefone

Antes que Lucas pudesse corrigi-lo, Maya já tinha dado seu telefone e posado pra foto.

Enquanto eles dividiam a sobremesa, cada um com uma colher, Maya riu:

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Enquanto eles dividiam a sobremesa, cada um com uma colher, Maya riu:

-O flash ficou tão forte que parece tá de noite aqui- olhava pra foto e mostrou pra ele

-Eu gostei

-Vou mandar pra você por mensagem

Eles foram embora e decidiram tomar sorvete e andar no central park. Dessa vez Maya pagou o seu. Pediu de baunilha com chocolate e Lucas o de pistache. Caminhavam bem próximos pra não falarem muito alto sobre ser espião. A garota tinha mil perguntas. Agora estava falante, ao contrário da sua primeira reação.

-Você mora na agência?

-Sim, a maioria dos agentes mora lá, tem a parte dos quartos, tem lavanderia, refeitório, piscina, academia e tem à agência em si
-Você faz o que exatamente lá?

-Eu atuo mais em campo, o que envolve correr de perseguições e se esconder no banheiro feminino- eles riram cúmplices- resolver "enigmas", ir atrás de pistas e comandantes de crimes

-Não querendo te deixar convencido, mas isso é incrível

-É mesmo- ele sorriu, mas seu olhar é distante

-O que foi? Você se arrependeu?

-Não, não, de forma alguma. É só que se vezes eu penso na vida que eu deixei pra trás, de como teria sido diferente ter ficado com minha família e sido o tal veterinário que eu queria ser . Não quero te confundir com o que eu to falando, nem te aborrecer com minhas bobagens. Ser espião é uma experiência pra poucos e é incrível, mesmo

-Sua família não sabe o que você faz?

-Não, eles acham que eu faço um programa escolar do exército

Maya começou a pensar nela nessa vida. Não estava tão preocupada com sua família, sua mãe e avó se virariam sem ela. Mas tinha outra pessoa que a preocupava:

-Riley vai poder saber disso? Dessa parte da minha vida?

Ele temia por esse tipo de pergunta

-Pra segurança dela, não

-Eu já te perguntei antes, mas agora quero que me responda de verdade, como agente

-O que?

-Você realmente gosta da Riley?

Huckleberry Bond e The BombOnde histórias criam vida. Descubra agora