Sorvete e pizza

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Lucas até sentiu um calafrio quando Maya perguntou se ele gostava de verdade da Riley.

-Não-respondeu fraco

-Então porque você se aproximou dela como se gostasse?- perguntou já começando a se incomodar

-Pra me aproximar de você-ele suspirou cansado- e eu sei que isso soa horrível e...

-Você usou minha amiga?- ela cortou ele

-Eu não to orgulhoso do que eu fiz, mas eu achei que era a melhor maneira

Ela riu desapontada. Se aproximou dele e o encarou

-Olha nos meus olhos e diz que você usou minha amiga-o encarou furiosa

Ele hesitou, magoado

-DIZ!

-Eu...usei a Riley

Ela se afastou dele com vontade de esgana-lo.

-Como você pode fazer isso com o coração de uma pessoa? Não de uma pessoa qualquer, da Riley! Você imaginou como seria quando você fosse embora? Me levando junto? Como ela ficaria? Você não se importa, não é mesmo? Eu sou só mais uma missão a cumprir pra você

-Não fala assim Maya, eu penso todo dia sobre isso, me remoendo por dentro

-E do que isso adianta? Você ia fazer do mesmo jeito

-Me desculpa

-Eu já tenho uma reposta pro seu convite: não- ela o encarou com nojo- não quero me envolver com gente que nem você

Ela foi se distanciando dele

-Maya, não, espera , vamo conversar

Ela se virou

-Como você achou que isso ia dar certo?Enganar e machucar a pessoa que eu mais me importo na minha vida e achar que eu aceitaria isso?

Ela jogou a pulseira que estava no seu pulso no peito dele e foi embora. Os dois chateados.

Lucas sentiu toda a pressão que colocava em si mesmo, suas dúvidas, o flerte com a Riley e agora a briga com a Maya explodir dentro dele e não aguentar mais. Se trancou num banheiro público qualquer próximo dali e começou a chorar. Se sentia tão envergonhado e confuso.

Maya dava cada passo adiante com a força do ódio. Sentia que tinha caído no papo de um encantador, que prometia aventuras e ao em vez disso trouxe só problemas. Queria esquecer o almoço e sua cara patética de felicidade ao descobrir sobre o mundos dos espiões. Que todos eles se ferrassem!

————

Lucas não apareceu no dia seguinte na escola. Maya murmurava um "covarde" toda vez que olhava pra mesa vazia atrás da sua. As vezes se pegava olhando pra sua amiga ao lado e não conseguia ver sua vida sem ela, ficava pensando nesse futuro de espiã com Lucas. Não, era loucura. Não, ele era um mentiroso.

Lucas estava no seu quarto no alojamento vendo qualquer coisa na tv, comendo uma pizza grande sozinho. Ouviu uma batida na porta e se ajeitou em uma pose menos com cara de derrotado antes de gritar "Entra!"

-Nós ouvimos o que aconteceu, como você tá?- disse Monster Cookie, enquanto Max Stell estava atrás dele segurando um pote de sorvete

-Bem

-Não precisa fingir Bond, todo mundo tem seus dias difíceis- e entregou o pote

-Pra que isso?

-Ué, você levou praticante dois foras, vai precisar de bastante sorvete pra tapar essa dor aí- riu Max- metade é porque ela não quis entrar na agência e metade porque ela te odeia

-Valeu por me lembrar disso

-Olha, Bond, você seguiu seu instinto, fez o que achava que era certo, mas errou, faz parte da vida- disse Monster tentando ajudar

-E você sabe o que dizem, é uma linha tênue entre o ódio e o amor, ainda pode dar certo-piscou Max, que recebeu um olhar de reprovação dos amigos

-E o que você vai fazer Bond? Agora que ela sabe que existe os espiões é um risco pra nossa segurança, vai apagar a mente dela?- tentou mudar de assunto

-Pra eu me sentir mais manipulador? Não, não vou- ele suspirou olhando pro teto- Vou embora da escola, de algum jeito, e sumir da vida dela

-Você confia que ela não vai falar nada?!- indagou Max

Ele concordou com a cabeça

-E ainda diz que não tá apaixonado

-Eu já sei como você pode sumir da escola-falou Monster Cookie com ar de mistério -Você arranja briga com alguém e é expulso

-Será? Eu me fiz de bonzinho por lá , não sei se vão acreditar

-Mas você não disse que você brigava na sua antiga escola? Então, é só fingir que "voltou aos velhos hábitos" ou qualquer coisa do tipo

-A menina já te odeia, você mentir mais não faz diferença- Max recebeu uma cotovelada do amigo

-É um bom plano Monster, e já sei com quem eu vou brigar- e ficou de frente para Max Stell o encarando com uma sobrancelha arqueada

-Eu?! Nem estudo lá, cara

-A gente dá um jeito, mas quem melhor que você que eu já brigo sempre, né? Você aceita o desafio?

-Vai ser um prazer te fazer passar vergonha na frente da sua garota

-Ela não é minha namorada- bufou

-Realmente, vocês são a dupla perfeita pra essa missão- disse Monster Cookie, envolvendo os dois em um abraço em grupo, rindo da cara deles

———-

No dia seguinte, Lucas chegou a escola animado, pronto pra começar a executar sua missão. Porém, quando viu seu grupo de amigos desanimou, como que iria olhar na cara deles? Como iria olhar pra Maya sem querer ficar se desculpando toda hora?
Estava definido que eles fariam o plano por 3 semanas e Lucas seria expulso após brigar com Billy, nome falso de Max Stell. Eles estavam pensando em uma briga de corredor, clássica. Então ele teria que conviver com Riley, Farkle e Maya por todo esse tempo e agir normalmente.

Billy suava nervoso. Estava dentro do armário do zelador, parecia que estava prestes a fazer um show e esperava sua chamada nos bastidores. Os dois convenceram ( com o poder do dinheiro) o zelador Ray a fingir que estava com a perna machucada e que precisava do "filho" para ajudá-lo com as tarefas. Max Stell fez Bond prometer que eles apagariam a memória do zelador sobre aquele assunto, e contra sua vontade aceitou. Bond não gostava desse tipo de coisa, mas Max tinha medo que o segredo deles de ser espião fosse revelado. E medo dos chefes da agência também.

Ouviu Lucas falando perto da porta do zelador . Abriu a porta. Hora do show.

Huckleberry Bond e The BombOnde histórias criam vida. Descubra agora