Capítulo IV

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Abri meus olhos, ainda deitada na minha cama, vi o meu quarto girar, eu sentia uma sensação de queimação dentro do meu estômago, me sentia fraca e sem forças.

Me virei para o lado, pegando meu celular. O horário marcava 9h50 da manhã. Coloquei o mesmo de volta na mesa de cabeceira, vendo a garrafa de água que se encontrava ali também, me lembrei vagamente dos acontecidos da noite passada.

Juntei todas as forças que consegui e me sentei na cama.

Eu estava grogue.

Coloquei a mão na minha testa, sentindo meu corpo ferver. Minha cabeça parecia latejar de tanta dor.

Coloquei os pés no chão, sentindo o piso gelado de madeira entrar em contato com o mesmo.

Vi que havia um papel na mesa de cabeceira, peguei ele com uma das minhas mãos trêmulas e o li.

"Espero que tenha dormido bem. Tome água e mais um remédio para dor de cabeça. Deixei um mingau no microondas para você comer no café."

Ele continha a assinatura da Momo, o que me deixou completamente sem graça.

Aos poucos, eu parecia me lembrar de algumas coisas que aconteceram na noite anterior. A festa, as bebidas, o beijo, o vômito e a Momo cuidando de mim.

Eu não sabia com que olhos eu olharia para ela na escola. Primeiro, passo vergonha na biblioteca e depois ela cuida de mim bebada? Não tem como eu me sentir pior.

Quando vi que meu corpo pareceu se estabilizar, levantei da cama, colocando tudo que eu tinha para permanecer em pé. Andei até o banheiro, com o corpo meio bambo, e vi que tudo estava limpo. Não sabia se minha mente estava exagerando a sujeira do banheiro na noite passada ou se a Momo havia limpado quase tudo.

Lavei meu rosto, sentindo a água gelada diminuir o calor que eu estava sentindo. Fiquei me olhando no espelho. Eu me sentia estranha. Era como se aquela noite tivesse me deixado diferente, mas eu não sabia como.

A pessoa que eu via no espelho era eu. Eu conseguia me enxergar ali. Mas não parecia tão eu. Parecia que eu tinha perdido algo de mim.

Tentei ignorar ao máximo aqueles pensamento e sensações esquisitas para poder me ajeitar e descer na cozinha.

Ao terminar, fui em direção as escadas, e vi que a porta do quarto da minha mãe estava entreaberta. Empurrei a mesma, para poder ter melhor visão do que se passava lá dentro. O quarto estava todo desarrumado, as roupas que ela estava usando ontem espalhadas pelo chão, sapatos por todo o lado e ela continuava dormindo na cama.

Assim como eu não sabia a que horas ela tinha chegado, ela não fazia ideia do horário que eu cheguei, ou ao menos onde eu realmente estava.

Desci para o primeiro andar e fui direto ver se o mingau estava no microondas. E estava.

Liguei o mesmo para poder esquentar minha comida, e enquanto esperava, enchi um copo com água gelada para tomar.

Tirei o mingau do microondas, o coloquei na mesa e me sentei para comer. Fiquei mexendo no pote com uma colher enquanto olhava pela janela da cozinha, fazendo esforço para me recordar de tudo que aconteceu na noite anterior.

Porém, quando tentava me lembrar, a memória de que beijei o JungHo vinha a tona, me deixando boba. Era estranho lembrar que aquilo realmente havia acontecido. Meu primeiro beijo, na minha primeira festa, com um garoto como o JungHo. Eu nunca teria pensado em um momento melhor.

Meus devaneios foram retirados da minha mente quando o telefone da casa começou a tocar, ecoando pela casa que parecia vazia e sem vida.

Me levantei da mesa, indo em direção ao telefone, que se encontrava na sala de estar. Atendi.

Bittersweet {DahMo}Onde histórias criam vida. Descubra agora