Capítulo VI

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Estávamos no intervalo de troca de professores, – no meu caso, de história para matemática – e aproveitei o momento para encher minha garrafa d'água no bebedouro mais próximo.

Era terça-feira durante o horário da tarde, eu havia almoçado com o JungHo como já tinha feito antes, ele se manteve carinhoso como sempre, me abraçando e conversando com todos. Porém, achei estranho o fato da Momo não ter almoçado com nós.

Não sei o que pode ter acontecido com ela. Nem a Sana, nem a JiHyo falaram sobre, e quando questionei o motivo de sua ausência não obtive respostas, então, terminei meu almoço sem falar nada.

A garrafa estava quase cheia, e eu podia sentir seu exterior ficando mais gelado a medida que ela enchia mais. Apenas tirei meu olhar do bebedouro quando escutei meu nome ser chamado.

– DaHyun. – Era uma voz que eu reconhecia. Uma voz feminina.

Virei meu rosto, tirando o dedo da pequena peça que permitia que a água saísse do bebedouro, e vi que a Momo estava andando em minha direção, com o cabelo levemente bagunçado em um rabo de cavalo.

– Que bom que te encontrei. – Disse com um tom preocupado.

– Digo o mesmo. – Fechei a tampa da minha garrafa. – Fiquei preocupada por não te ver no almoço.

– Desculpe, acordei um pouco enjoada e fui para o médico. – Parou na minha frente. – Mas já estou bem.

– Certeza que está bem? – Coloquei uma mexa do meu cabelo para trás da minha orelha, olhando fixamente para Momo. Ela havia me deixado preocupada.

– Sim, apenas comi algo estragado ontem a noite. – Suspirou. – Se não se importar, queria falar sobre nossa ligação de ontem.

– Sim. – Continuei olhando para ela, enquanto lembrava do quão estranha ela pareceu estar.

– Queria me desculpar pelo modo que agi, não foi maduro da minha parte e foi bem inconveniente acredito. – Desviou o olhar.

– Não tem problema. Eu entendo sua preocupação, e agradeço por isso. – Sorri para ela, tentando mostrar empatia.

– Eu realmente não sabia como te falar isso, mas... – Ela parecia tentar forçar as palavras pelas cordas vocais dela. – O JungHo não é alguém para se ter muito perto, entende? Ele é uma pessoa legal mas até certo ponto. – Fiquei olhando para ela sem entender muito do que ela estava dizendo. – DaHyun, eu só peço que tenha cuidado, ele pode se tornar uma pessoa muito amarga às vezes. – Seus olhos, que antes fitavam os meus, agora olharam para trás de mim. – E falando nele. – Momo suspirou.

– Olá meninas. – Sorriu, colocando um de seus braços por trás do meu pescoço. – Qual o assunto?

– Biologia. – Ela respondeu, antes mesmo que eu pudesse pensar em uma resposta.

– Então não se importa se eu falar com a minha Tofu um pouquinho, certo Hirai? – Ele fez uma careta de pidão, algo que eu achei fofo.

– Claro. Sem problemas. – Sua expressão, que antes parecia raivosa, agora havia se despedaçado em tristeza. Ela cruzou os braços e saiu em direção a sua sala.

Fiquei a observando enquanto sua figura ficava mais distante de mim. Senti a mão do JungHo envolver meu braço, fazendo minha atenção voltar para ele, que me puxava para perto.

– Tem algo que queria falar com você sobre, DaHyun. – Disse se escorando na parede.

– O que foi? – Perguntei assustada.

– Como você é nova na escola, acredito que não saiba, mas fazemos bailes do ensino médio. – Inclinei minha cabeça para o lado, franzindo minha testa enquanto o ouvia. – O baile de outono é na primeira semana de outubro, daqui mais de um mês, mas os preparativos sempre se iniciam mais cedo.

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