Bittersweet {DahMo}

Capítulo IX

Após sair da loja de vestidos e deixar o meu vestido separado para a noite do baile, eu e Chae decidimos ir para a praça de alimentação para comer alguma coisa.

Entre conversas, acabamos descobrindo que compartilhamos adoração pela mesma cafeteria do shopping. Como de costume eu peguei um chocolate quente e um croissant de chocolate, enquanto Chae pegou um folhado salgado e um suco.

Ficamos sentadas e conversamos por muito tempo, conhecendo um pouco mais uma sobre a outra e aproveitando para nos aproximar mais.

Foi, definitivamente, muito bom passar aquele tempo com a ChaeYoung, visto que até pouco tempo atrás eu estava preocupada em não conseguir fazer amizades no ensino médio. Chae se mostrou uma ótima companheira desde quando fizemos o trabalho de biologia juntas.

De qualquer forma, senti meu coração acelerar quando, de repente meus olhos se voltaram para o meu celular, que marcava no relógio poucos minutos passados das 16h. Nesse momento, virei minha cabeça para trás, no intuito de tentar ver se Momo estava onde combinamos de se encontrar.

E lá estava ela, no corredor do cinema, virada de costas para mim.

Expliquei brevemente a situação para a Chae – sem muitos detalhes sobre conversas que eu não lembrava por estar bêbada – e ela foi totalmente compreensiva.

Me levantei da cadeira e comecei a andar em direção a Momo. Eu sei que não parece muita coisa, e talvez eu pareça dramática, mas, sinceramente, eu estava muito nervosa. Haviam tantas possibilidades do rumo da nossa conversa que a minha cabeça nem conseguia pensar em paranóias.

Ao me aproximar, respirei profundamente e chamei a Momo pelo nome. Ela virou o rosto levemente para trás e se levantou, sorrindo de forma envergonhada para mim.

– Eu estava te esperando. – Foram as primeiras palavras que ela proferiu. – Como está?

– Bem. Com alguns problemas em casa, mas bem. – Sorri na sua frente. – E você?

– Também. – Seus olhos pareceram viajar pelo ambiente, até que voltou sua atenção para mim. – Podemos ir para a ala dos funcionários conversar, assim podemos ter um pouco mais de privacidade.

Assenti para a mais velha, que me guiou até um local do shopping que eu achei que nunca conheceria. A ala dos funcionários era como uma extensão do shopping, com bancos e mesas de "acesso exclusivo". Ela se sentou em uma poltrona que estava ali e pediu para que eu me sentasse também.

Sentei logo na frente dela, um pouco nervosa com o que estava prestes a acontecer.

Pude notar que ela estava nervosa, olhando para os lados como se alguém a perseguisse. Não queria forçar um início de conversa, afinal, foi ela quem pediu para conversar pessoalmente.

– Então. – Momo quebrou o silêncio e me livrou dos meus pensamentos. – O quanto você se lembra de ontem a noite?

– Pouco, eu diria. – Fixei meu olhar nela.

– Pode me dizer do que você lembra? – Engoli a seco suas palavras, com medo de falar algo que pudesse estragar nossa amizade. Não tinha certeza se aquilo realmente havia acontecido ou não, já sabem dessa conversa.

– Bom, eu não tenho certeza de muitas coisas. – Iniciei, proferindo cada palavra lentamente, tentando chegar a uma conclusão o mais rápido possível. – Não tenho certeza se isso aconteceu ou foi apenas coisa da minha cabeça. – Momo virou um pouco o rosto, parecendo tão confusa quanto eu. – Eu só lembro de você falar algo sobre gostar de mim e querer que eu faça um movimento, caso contrário você continuaria procurando alguém para beijar.