Capítulo 3

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Willy olhou para a mesa uma última vez antes de sair. A vitamina de abacate que havia tomado era boa e enchia bastante, sendo assim, os brownies sobraram. Willy permitiu que os alunos levassem para casa, os doces embrulhados em papel manteiga, socados em mochilas abarrotadas de livros e outras coisas de papelaria.

Então, depois quatro aulas fazendo brownies, ele acabou levando para casa um quantidade exagerada dos bolinhos. "Me livro disto depois," comentou com o vazio da casa, saindo em seguida para seu compromisso da noite.


Essa eu fiz pra nós dois bêbados


Charlie soltou um sorriso forçado, "está melhor assim?". Ele odiava o dia 14 de fevereiro e a semana antes e depois desta data. Odiava vermelho, rosa e branco, anjinhos gordinhos de fraldas, chocolates em forma de coração e a tentativa frustrada de fazerem aproveitar a data.

"Isto foi...", um suspiro cansado saiu de sua companheira, "patético e medonho."

"Um dia você terá um aniversário muito bom, Bucket," seu amigo rechonchudo disse, a boca avançando contra as batatas fritas que pediram antes de se acomodarem em uma mesa ao fundo.

"Mas até lá eu deveria tentar aproveitar os outros aniversários," o aniversariante concluiu sem ânimo algum. "Eu sei disto, Gloop, você vem me dizendo isto desde o primeiro ano da faculdade e eu nem sei o motivo de continuar aceitando sair com vocês".

O pub onde estavam seguia com o padrão de todos os outros pubs que ele conhecia. Escuro, com gente falando alto, cervejas surgindo nos copos, decoração de coração no Valentine's day. Todos os anos, desde o seu primeiro ano de faculdade, Veruca Salt e Augustus Gloop surgiam na porta de sua casa, o forçavam a colocar uma roupa legal e o levavam para algum pub novo em busca de fazer ele gostar da data.

Talvez ele devesse revelar que "o melhor aniversário que tive, foi quando Willy Wonka me deu um brownie de aniversário. Estava perfeito, foi perfeito," mas então os dois companheiros iriam forçá-lo a falar mais e então descobririam como Charlie era um covarde, um babaca. Ou, se estivesse em uma onda de azar pesada, Veruca e Augustus poderiam achar Willy e ver uma versão pior ainda da história.

Charlie bebeu o copo de cerveja em poucos goles. Que horrível seria se os dois soubessem algo sobre Willy Wonka, não? E que terrível seria se Willy Wonka, que por sinal estava muito belo naquela camisa branca e calças pretas, soubesse que ele tinha dado o melhor presente para Charlie Bucket!

"Espera..." Charlie sussurrou abismado, voltando a olhar para entrada do pub que se enchia cada vez mais.

Willy Wonka estava, com os outros professores, entrando naquele pub? Como podia? Quando haviam combinado aquilo?

"Hey, Charlie, esta cerveja é minha!" Veruca resmungou.

Mas tudo o que Charlie precisava era de mais bebida. De preferência, uma que fosse muito forte. Absurdamente forte. Daquelas que se acomodavam no estômago por minutos, anunciando a contagem regressiva de sua explosão. Queimando por dentro, curtindo os momentos finais de sobriedade do corpo que havia lhe recebido.

Charlie saltou da cadeira. "Tequila," anunciou antes de ir até o barman, sem se importar que era para lá que Willy Wonka e seus colegas de trabalho estavam indo também.


Essa eu fiz pra minha jaqueta jeans


Willy havia se esquecido de como detestava aquilo. O pub em geral. E também detestava sair com colegas de trabalho que não tinha nada de útil para ofertar.

O monstro em mim (Fanfic U.A.)Where stories live. Discover now