Capítulo 12

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Charlie parou o carro e suspirou tranquilo ao cumprir outra tarefa. "Está entregue", comentou com Veruca Salt.

A menina soltou um gemido sofrido, os olhos claros sobre a casa imensa em que morava. Comumente ela ligava para Charlie ou mandava mensagens reclamando que tinha brigado com os pais, mas com o patriarca adoentado e a mãe não largando o vício no xerez, alguém tinha que cuidar dos negócios e da família Salt - algo que Veruca tanto detestava fazer.

"Eu odeio este lugar." Ela disse e então sorriu para Charlie. "Não gostaria de entrar?"

"Na última vez, seus pais tentaram nos casar," o Bucket lembrou.

"Casar é uma palavra muito forte."

"Nos deixar trancados em um quarto pequeno e quente o bastante para querer rasgar nossas roupas com o único intuito de fazer a gente transar e você engravidar para eu ter que assumir você e o filho não é querer nos casar?" A voz do Bucket saiu apressada, uma fala sem vírgulas capaz de deixar qualquer um sem fôlego.

Bom, Veruca pensou envergonhada, não era só casamento, que sua mãe pensava. Mas fazia sentido que ele não quisesse entrar.

"Não julgo sua mãe," o anúncio carinhoso gerou um sorriso triste na garota. Charlie sempre perdoava os outros, sempre buscava uma razão para as atitudes das pessoas, desde que não fosse algo feito por ele ou o pai dele.

"Ela foi criada para viver na riqueza. Quem poderia julgar, agora que o medo de perder tudo se torna real?"

"Exato." Charlie batucou no volante, seguindo a música baixa que soava numa rádio qualquer.

"Sabe, Bucket," Salt sentia o corpo todo tremendo quando chamou a atenção do amigo. Tinham se ajudado por anos, virado muleta um do outro, mas às vezes era difícil falar algumas coisas, pois o medo de machucar ou perder a amizade era sempre terrível de vencer. "talvez você devesse dar um pouco desta compreensão para o seu pai."

Quando o entendimento bateu na mente do Bucket, os olhos dele se comprimiram desgostosos. Mas não estava na hora de Veruca parar, era hora de vencer o medo. "E também para você mesmo."

Quando a festa acaba, 'Cê vai me procurar


Willy buscou outra posição confortável no banquinho de plástico do hospital. Era um lugar de gente rica, mas o pronto atendimento nunca era confortável, ele se deu conta. Se remexeu de novo, a lombar latejando, as costas tensas.

"Pare de se mexer e remexer que eu vou infartar aqui!" Mark resmungou.

"Se você usasse camisinha eu estaria na minha cama neste exato momento!" Wonka gritou, gerando um grande desconforto nos outros pacientes que esperavam pelo resultado de exames.

Mark ficou branco e lentamente virou o rosto para Willy, um sorriso macabro brilhando nos dentes clareados. "Não quer falar mais um pouco sobre minha vida sexual?" O loiro soltou uma risada estranha que soou como heeee. "Quem sabe a nossa plateia não tenha ficado interessada nos detalhes?"

Wonka bufou e saltou do banco minúsculo que transforma todos os hospitais em leito de tortura. "Vou pegar algo para beber."

Os sapatos lustrados, quando batiam no piso limpo, faziam um barulho alto que chamava a atenção. Os resultados demorariam pouco menos de uma hora para saírem, mas Willy queria dormir, só dormir. Ir para casa, tomar um bom banho e dormir.

Não bastando isto, o corpo finalmente estava latejando, doendo a cada passo, resmungando os esforços que tinha feito naquele dia e as pancadas recebidas. "Puxa vida", sussurrou enquanto esperava a máquina de bebidas quentes liberar um pouco de chá de limão. "Em um dia dá pra fazer muita coisa".

O monstro em mim (Fanfic U.A.)Where stories live. Discover now