Capítulo 11

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"Eu transei com um cara"

Foi assim que a notícia chegou aos ouvidos de Violet Beauregarde.

Simples, brutal e muito estranha.

Então, enquanto Mike Teavee esperava que ela reagisse, o carro desligado na porta de seu apartamento e as mãos apertando o volante nervosamente, ela só conseguiu olhar para o amigo e, usando o último resquício de voz que tinha, quis saber melhor sobre aquilo.

"O que?"

"Eu... não sei bem como aconteceu, mas aconteceu e eu gostei. E pior do que gostar, eu deixei meu relógio lá para que tivesse um motivo para voltar." O pavor de Mike era quase tocável e ele estava com as bochechas vermelhas. "Caramba, eu quero transar com um cara de novo!"

"Ok," ela disse pausadamente. Bem pausadamente, do tipo arrastado, como óóóóóóóqueeeeeeiiiiii. "Vamos descer desse carro, eu vou fazer pipoca e você vai me contar mais sobre isso."

"O que?" Mike parecia assustado, como se estivesse vendo uma assombração. Até onde ela queria saber do assunto?

"Pipoca Mike, eu vou fazer pipoca." Ela quase riu do jeito abobalhado dele. "Sabe, colocar milho em um pote, enfiar ele no microondas..."

"Eu sei o que é pipoca!"

"Achei que não sabia. Sua cara está bem confusa."

"Eu tô apavorado por sempre ter gostado de mulher e agora ter virado gay e você querer que eu fale sobre!" Então, ele pareceu pensar um pouco e ficar mais confuso ainda, "ou ser bi, ou sei lá, pan. É complicado."

"Vem, vamos fazer pipoca. Ela sempre ajuda."


Uma noite pra viver tudo


Mark Blossom Richards gostava bastante de Willy Wonka, do jeito que ele ficava vermelho facilmente e como seus doces eram maravilhosos. Gostava de como ele fazia um belo bico quando ficava amuado ou era colocado à prova e descobria que estava errado; gostava de vê-lo um pouco mais delicado, indeciso e inseguro; gostava de tocar no cabelo dele e fazer o corte semestral, de lhe indicar loções pós barba e de desafiá-lo a usar barba ou bigode ou cavanhaque quando estava de férias.

Mas agora Willy Wonka estava sentado em seu sofá, as pernas cruzadas, os dedos batucando na caneca de chá, o perfume suave escapando de seu corpo, os olhos analisando os participantes do reality de confeitaria que ele adorava assistir... e nada disto estava dando a velha reação que sempre surgia em Mark.

Charlie Bucket ainda conseguia. Era só saber que Charlie estava perto de Willy ou que Willy estava pensando no Bucket para que Mark agisse desenfreado e o quisesse guardar dentro de um pote, na prateleira de seu quarto, longe do Bucket que fazia tão mal ao seu melhor amigo.

Amigo? Mark estranhou. Ele nunca pensava em Willy só como amigo.

"Você está me olhando há vinte e cinco minutos, Mark. O que te incomoda?"

"Acho que não te amo mais."

Wonka olhou com estranheza para o amigo. "Como?"

"Willy, eu não gosto de te ver perto do Bucket, pois sei que ele te machuca, mas eu deveria estar maluco para te ter na minha cama neste exato momento e não estou."

Wonka o analisou por um instante, o rosto sempre suave, não deixando as pessoas descobrirem o que ele estava pensando. Muito tempo depois, segundos que pareceram eras, Wonka franziu os lábios e perguntou "com quem você transou?"

O monstro em mim (Fanfic U.A.)Where stories live. Discover now