Capítulo 8

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-Como?

Meu pai não disse nada.

- Como isso pode ser real? - até eu me espantava com minha calma.

Todos me olhavam atentamente, odiava que aqueles nobres me olhassem com superioridade, como se conhecessem da minha vida mas do que eu mesma e odiava ainda mais o fato de que eles conheciam.

- Cade a merda da lealdade que nossa família tinham uns com os outros? - falei um pouco mais alto do que antes, minha garganta parecia que iria se fechar, tudo culpa do nervosismo.

- Não seja tão ingrata, seus pais fizeram para te proteger! - lanço meu olhar mais afiado ao autor de tais palavras.

O Conde Lucio dizia com escárnio, ele era o único com coragem o suficiente para sempre me encurralar, com aquele ar de arrogancia, se sentia no direito de sempre opinar na familia e decisões do rei, o fato é que nunca revidei suas farpas, mas hoje não seria assim, não estava com paciência e minha educação acabou no momento em que disse "merda" em voz alta.

- Chega! Conde, não lhe dei o direito de opinar em minha vida, menos ainda de me fazer uma ofensa, lembre-se de seu lugar. Sou sua princesa e exijo respeito! - ele recua, claramente envergonhado, mas uma sombra de raiva transpassava sua face - Eu quero que saiam, agora! - disse lançando a todos os nobres presentes ali - Não quero a opinião de terceiros em minha vida.

Um por um, todos cruzaram a porta do salão, ofendidos, todos me encararam mal, e eu nem me importei, somente queria a minha familia ali, meu pai não disse nada para me impedir, mas sei que se eu não os expulsasse ele mesmo o faria.

Noah fecha a porta novamente, e eu me viro para minha familia, o general Benicio e seu filho Jason também estavam ali. Quando se tratava de família, eles sempre estariam presentes.

-Por onde começo? - papai diz se sentando no trono.

- Do começo, por favor. - digo com ironia.

- Filha, quero que entenda que foi pelo seu bem, não quero te explicar meus motivos, mas asseguro que foi por bem. - mamãe vai ao lado do meu pai e se senta no braço do trono, ela parecia extremamente cansada.

- Sabe o que mais dói? O fato de que não confiaram em mim, eu deveria saber. Se soubesse que existiam vampiros uma noite atrás eu poderia ter me defendido. Eu sei me defender, eu tentei, mas a minha surpresa ao descobrir que o homem tinha presas e bebia sangue não me deixou pensar e nem agir. Eu podia ter evitado!

- Não sei como aquilo foi acontecer, ninguém nunca sofreu um ataque desse tipo aqui em Valence, menos alguém dentro do castelo. Me perdoe Selene. - Benício pede com sinceridade.

- Não se preocupe Benício. Eu me expus ao perigo. Não deveria estar sozinha. - lhe dou um sorriso confortante e ele assente.

- Selene. - papai tem uma voz suave ao me chamar - Chega de esconder isso de você, nós todos aqui somos sobrenaturais, uma parte dos nobres também, boa parte do nosso povo não sabe filha, poucos humanos sabem o que somos, tudo em perfeito sigilo, isso garante paz e equilibrio entre as espécies.

- Mas, como eu fico no meio disso tudo? - olho para meus irmãos que me estudam atentamente.

- Você eu não tenho certeza. Deveria ter poderes. - mamãe faz uma careta como se pensasse no assunto.

- Isso é culpa minha. - uma tristeza súbita toma conta das palavras de Benjamim, e o olho sem entender, como poderia ser sua culpa? - Um acidente... Quando éramos crianças. Um feitiço que fiz sem saber, acho que tomou seu poder. Pode ser bem provável que está adormecido, não sei... Você se mostrava bastante forte quando criança, mas não sabíamos o que você era e desde o que aconteceu, você aparentava ser somente uma mundana. O feitiço foi o culpado por você se esquecer sobre o que nós somos e desde então pensamos que esconder seria o melhor. É minha culpa. Perdão.

Antes que o tempo acabe - A filha da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora