Palavras, mãos, corações

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Seguinte gente, queria esperar para postar o próximo junto com esse também, mas acho que já demorei demais, então nos vemos semana que vem de novo.

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Lisa se espreguiçou na cadeira antiquada, os olhos focados no teto alto. Se estendia por dez metros acima, lustres dourados pendurados no meio dos desenhos de nuvens brancas. Conseguia ouvir o barulho distante das buzinas e motores de motocicletas do lado de fora, misturados com o som da voz de Jennie enquanto falava com a mulher atrás do balcão. Olhou de volta para o sorriso em seus lábios, Lisa observando como se moviam sem assimilar as palavras. Mordeu seu próprio lábio inferior, suas unhas se afundando em sua coxa nua enquanto continuava a encarar. Mas após um momento, se lembrou de que não deveria estar encarando e que deveria estar dando espaço a ela.

Olhe para o outro lado, Manoban.

Com uma bufada relutante, moveu seus olhos da mulher e os direcionou para a rua ocupada de Saigon por trás das janelas em sua frente. Estavam cobertas na maior parte por cortinas bege, bloqueando grande parcela da luz dos postes e dos faróis de automóveis. Era vasto e agitado, e tudo o que Hoi An não era. Mas talvez tudo o que Jennie precisava.

Batendo suas unhas curtas contra o braço de madeira da cadeira, Lisa observou enquanto turistas passavam por ela arrastando ou carregando malas. Os saltos de uma mulher mais velha ecoavam pelo mármore polido enquanto fazia seu caminho para o restaurante do lugar. Com seus detalhes em ouro em um carpete pérsio, o majestoso hotel tinha uma classe que os outros dois de antes não tinha, fazendo a loira pensar que estava de volta nos tempos do Titanic.

"-começar amanhã com a tour do Túnel do Cuchi. E no próximo dia tem o Delta do Rio Mekong, seguido do cruzeiro pelo Rio Saigon."

Lisa pegou o final da conversa assim que se virou. A jovem mulher vietnamita tinha um grande sorriso no rosto e o cabelo escuro preso em um coque. Ela esticou a mão, entregando a Jennie diversos panfletos e papelada, antes de se sentar novamente, as mãos voltando-se para o teclado em sua frente.

"Agora você tem que escolher um guia homem ou mulher." Ela disse, olhando para as duas em expectativa.

"Homem." Ambas disseram sem hesitação, um pequeno sorriso querendo aparecer nos lábios de Jennie. Olhou na direção de Lisa com olhos brincalhões, a garota deixando uma risada escapar.

"Muito bem." A mulher concordou. "Ele vai encontrar vocês aqui amanhã de manhã."

Lisa foi a primeira a se levantar, pegando as folhas das mãos surpresas de Jennie e começando a olhar por cada uma delas. Aqueles olhos foram em sua direção, a morena deixando um sorriso escapar, antes de levantar também. A mais alta começou a andar, enquanto Jennie agradecia a mulher.

"Você se lembra da última vez que fizemos um tour?" Lisa perguntou suavemente, apertando o botão desgastado do elevador e observando ele se acender. "Estávamos em Veneza e seguimos aqueles turistas japoneses o dia todo. Mas depois descobri que você só estava fazendo isso para eu parar de reclamar."

Lisa fez um bico, cruzando os braços enquanto escutaram um 'ding', as portas douradas se abrindo para revelar dois homens de meia idade em ternos. Eles saíram da frente, dando olhares não muito discretos para as garotas. Jennie e Lisa os ignoraram e se moveram para dentro do espaço confinado, se apoiando em paredes opostas.

"Sim, eu lembro." Ela murmurou enquanto suas bochechas começavam a corar, as portas fechando atrás das duas. "Aquela foi a primeira vez que você me chamou de pobre, o que eu nunca entendi. Sempre pagava seu jantar."

Tinha uma reclamação brincalhona em seu tom, sua sobrancelha franzindo adoravelmente. Lisa teve que se segurar na parede para não se mover e apenas acabar com a distância entre elas, o olhar no rosto de Jennie fazendo seu peito doer. Mas se manteve sob controle enquanto os números se acendiam acima das portas.

Como se nunca tivéssemos dito adeus Onde histórias criam vida. Descubra agora