Sins of Father - contos

Capítulo 8 - Nevio e Aurora

NEVIO FALCONE

As coisas entre Aurora e eu estavam começando a voltar ao normal. Voltamos a treinar juntos. Correr. E até ver uns filmes. Ela passava mais tempo com Greta, obviamente, eles tinham bem mais coisas em comum e com toda coisa da proposta de casamento, elas estavam unidas em prol do casamento perfeito. Meu pai estava surtando com a quantidade de mostruário de tecido, bolo, doces e tudo que envolve um casamento. Mamãe estava radiante.

Alessio, Massimo e eu serviamos pra descarregar caixas e qualquer coisa que fosse pra "análise meticulosa de gostos e sabores de bolo, doces e comida".

Amo havia vindo em Las Vegas negociar uma posição dentro do círculo do meu pai e eu conseguia ver o quão relutante ele estava e acolher alguém da Famiglia e ainda mais filho do Luca. Esse pirralho vai dar trabalho pra caralho.

Na quarta feira, Massimo e Alessio deram um perdido geral em todo mundo. Eu estava sentado em cima da garagem só pra não ter que escutar gritos de euforia; minha irmã estava feliz e eu estava feliz por ela, mas casamentos e todo o processo são coisas que me tiram do eixo, mas eu nunca admitiria isso em voz alta. Até tio Savio e tio Adamo estavam empolgados. O barulho da calha rangendo chegou aos meus ouvidos, e em seguida passos cautelosos.

-Alessio e Massimo me mandaram pra te procurar. Eles precisam de você para alguma atividade do trio do mal. - Aurora disse atrás de mim
-Eles vão ter que esperar eu terminar de filosofar. - respondi
-Filosofar o que, Nevio? Você odeia coisas existenciais, cada questão filosófica que você já analisou acabou com você chutando o saco de pancadas repetidas vezes. - ela se sentou ao meu lado
-Você acha que o mini Matteo vai fazer minha irmã feliz?
-Se não fizer, seu pai e seus tios vão mandar ele de volta pra Nova York no segundo seguinte. É sobre isso que você tá pensando?
-Especificamente, não; mas relativamente, sim. Eu não sou fã de casamentos.
-Eu jamais ia reparar isso, você só foge do casamento de qualquer soldado e afins desde que tinha 8 anos. - é, não tinha ninguém que me conhecesse assim tão bem, salva exceção da Greta
-Vamos ver o que meus primos querem. - me levantei e estendi a mão pra Aurora
-Eu sei o que eles querem. Você que vai descobrir. - ela aceitou e se levantou.

Fomos deslizando de cômodo em cômodo até chegar onde meus primos, impacientes, estavam. Massimo andava de um lado pro outro com uma folha de papel e um lápis na mão. Alessio montava uma maquina de tatuagem.

-O que diabos está acontecendo aqui? - quis saber
-Você foi promovido a assistente de tatuador. - Alessio respondeu
-Fui? - ele concordou
-A gente quer fazer uma tatuagem de irmãos. - Massimo, com aquele tom de voz calmo demais, explicou
-E eu vou tatuar vocês?
-Não, a gente vai sair daqui com um pau tatuado. - Alessio disse e eu dei um sorrisinho
-O que vocês precisam?
-Na verdade, nada, a gente só te quer de companhia mesmo, primo. - Massimo afirmou
-E sem tatuagem pra mim? - me fingi de ofendido
-Você que manda, quer mais uma a gente faz. - Alessio respondeu.

Fiquei pensando naquilo. Aurora também estava pensativa. Massimo se sentou na cadeira e esticou o braço esquerdo, onde não havia tatuagens, na verdade, Massimo era o que menos tinha tatuagens. Alessio e eu tínhamos nos braços, costas e tórax. Massimo tinha um lobo geométrico na panturrilha, a da Camorra, uma combinada com tio Nino e uns desenhos interligados na parte superior do braço esquerdo.

-O que vai ser? - Aurora finalmente, perguntou
-Combinação de Harry Potter. São três tatuagens em uma, o Lumus e Nox, o patronum e as pegadas do mapa. - Alessio tentou explicar
-Quando ficar pronta você vai ver. - Massimo disse

Ficamos esperando enquanto Alessio terminava o trabalho na tatuagem do irmão. Tio Nino havia feito escola ensinando os filhos a usarem uma máquina de tatuagem, embora ele ainda fizesse a maioria dos trabalhos. Massimo analisou o braço e deu aquele sorriso de criança feliz, que fazia tempo que eu não via. Ele virou o braço pra que a gente pudesse ver: era o Lumus em primeiro plano, uma varinha com o feitiço do Patronum e o nome do irmão no local que seria o patrono de fato com pegadas que paravam pouco antes do nome do irmão. Era quase um círculo de tatuagens.