Capítulo 10 - Massimo Falcone

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MASSIMO FALCONE

Depois da noite de ontem, no clube, Lis e eu nos apresentamos formalmente. Confiança era via de mão dupla, a gente dava e recebia na mesma proporção, com cuidado, mas na mesma proporção. Contei à Lis da Camorra, sobre meus primos e ela me contou das suas amigas e da sua mãe, seu pai era quase assunto proibido. Mais cedo, hoje, busquei ela na casa de sua amiga, Alissa, e ela veio pra mansão.

Lis estava sentada do meu lado, a cabeça apoiada no meu ombro e meu braço em seu ombro. Estávamos na sala da mansão. A televisão estava ligada em qualquer canal, estava passanso um reality brasileiro, um tal de de férias com o ex. Alessio e Carlotta estavam sentados no chão e Greta na poltrona. A gente tinha acabado com um fardo de cerveja em dois tempos. Com a gente, quero dizer: Lis, Alessio e eu.

-Eu meio que gosto dela, irmão, ela é divertida, e acabou de chutar minhas costas. - Alessio disse e beliscou a perna de Lis, que se encolheu no sofá.

Uma movimentação estranha acontecia no quintal, onde Aurora e Nevio estavam sentados. Alessio pegou a arma da mesa e antes que eu pudesse fazer o mesmo, Lis já tinha ela empunhada em mãos, com a trava desativada. Ela me entregou e saiu do meu abraço. Greta e Carlotta se entreolharam e se sentaram de forma reta. Tia Serafina desceu as escadas ao mesmo tempo que tio Nino. Alguma coisa estava acontecendo. Se for mais um maldito ataque da Bratva eu mesmo vou até a Rússia e coloco fogo naquilo só por atrapalhar meu momento com minha garota. Sua garota, Massimo? Meu consciente me questionou.

Saímos pra área da piscina, Nevio e Aurora estavam se beijando, tio Fabiano e meu pai estavam parados, estáticos.

-Nevio, eu acho melhor você soltar minha filha agora. - tio Fabi disse em um tom de voz que seria capaz de congelar o oceano inteiro.

Nevio e Aurora se soltaram instantaneamente. Eles ficaram de pé, um ao lado do outro. Aurora quem se manifestou primeiro:

-Pai... ele pode explicar.
-Eu posso? Que dizer, é lógico que eu posso. É... a Aurora e eu... - tio Fabi levantou a mão em um claro gesto pra ele calar a boca
-A Aurora e você nada. Não é possível que isso tá acontecendo.
-Chega. - tio Remo disse em um rosnado
-Olha, a gente tinha terminado, e tudo com a Bratva aconteceu, e eu percebi que a gente se gostava muito. - Nevio continuou
-EU DISSE CHEGA! Não é possível que essa família não tenha UM MOMENTO em paz. Minha filha vai casar com o filho do Luca, que vai se mudar pro meu território. Meu filho é uma chaminé humana e foi sequestrado pela Bratva menos de quatro meses atrás. Meu irmão é casado com a filha do ex capo da Bratva. HONESTAMENTE, eu não aguento mais vocês. Eu só queria um minutinho de paz. E eu sempre achei que o Dante ia ser o primeiro a morrer por causa dos filhos dele... mas agora, EU TENHO CERTEZA QUE VAI SER EU, VOCÊS TÃO COLOCANDO FOGO EM VEGAS. Nenhum dos meus inimigos conseguiram me matar, mas eu tô sentindo que o ataque cardíaco vai vir, e não vai demorar. - tio Remo disparou a falar e a andar
-Eu acho melhor eu ir. - Lis disse mais baixo atrás de mim
-Ela fica. - meu pai disse imperativo
-Fabiano, não tem necessidade de uma reação exagerada. Aurora foi criada pra ser uma mulher independente. Eles se conhecem a vida toda. - minha mãe disse naquele tom calmo
-ELES SÃO QUASE PRIMOS, KIARA. REMO E EU SOMOS QUASE IRMÃOS.
-Mas não são. E eles se gostam, deixa os jovens fazerem coisas idiotas, se eles quiserem se casar, eles se casam. E se não, tudo bem. - tia Serafina se intrometeu enquanto tentava, em vão, acalmar o marido, que estava vermelho
-Nevio, não me importa se você é um Falcone, se você magoar minha filha, você vai se resolver na gaiola comigo. - Fabiano disse e Nevio concordou
-E comigo, só pelo estresse que eu passei agora. - Remo disse e meu primo estremeceu, se ele resolvesse lutar, todos sabíamos quem levaria a melhor
-Problemas resolvidos, nenhum tiro disparado, agora vamos a questão principal: quem é a garota? - meu pai perguntou e olhou pra Lis, que ergueu o olhar pra ele e esticou a mão
-Meu nome é Elise Marie Fay, eu estou passando férias aqui mas logo vou pra Los Angeles. Massimo e eu nos conhecemos no dia do meu aniversário de 18, em um bar. A gente dormiu juntos, eu fui embora e não esperava vê-lo de novo. Até ontem. A gente se deu bem, ele me convidou pra passar o dia aqui, se não estiver tudo bem eu posso ir embora, sem problemas. - Lis disse em uma voz firme, porém respeitosa
-Você chama Elise? - Greta perguntou
-Sim, mas eu não gosto, poucas pessoas me chamam pelo nome. - ela explicou
-Fay? Seu pai é Anthony Fey? Desertor da Córsega? - tio Remo ficou interessado
-Sim. Ele fugiu pra ficar com uma mulher quando ele tinha 21 anos. Minha mãe e ele se conheceram depois, eles se casaram e me tiveram. Meu pai está desaparecido, a última vez que eu falei com ele, foi dois meses atrás e ele estava na Rússia. - Lis explicou, Dinara ficou tensa ao lado de tio Adamo
-Não é possível que a Bratva não dá um descanso. - Nevio disse e revirou os olhos
-Pera aí... só pra recapitular, quer dizer que a gente pode ficar junto? - Aurora apontou pra si e pro meu primo enquanto dirigia a palavra ao pai
-Se eu disser que não vocês vão continuar escondido. Então pode, fazer o quê?
-E a gente apostando quem teria cabelo branco primeiro... claramente tio Fabi vai ter que pintar os cachinhos dourados. - Alessio disse e Carlotta deu um tapa na parte de trás da cabeça dele
-Massimo e Lis, quero trocar uma palavrinha com vocês dois. - meu pai disse e entrou na casa, seguido por tio Remo.

Sins of Father - contos Onde histórias criam vida. Descubra agora