MASSIMO FALCONE
Duas semanas depois, tio Fabiano ainda não tinha descoberto das aventuras da filha com o afilhado. Na hora que essa bomba estourar eu quero estar bem meditado com meus chakras bem alinhados.
Nevio havia dado algum perdido falando que ia sair com Alessio e agora eu tenho que ir junto pra que Aurora vá também. Honestamente, meu primo me gasta muito. Precisava voltar, urgentemente, a fazer yoga com a Greta, a falta que a yoga faz na vida do homem, é dolorosa.
Estávamos em um bar, perto da linha de corridas. Alessio estava com uma loira entre as pernas e Nevio havia sumido com Aurora, provavelmente estavam transando no carro. No MEU carro. A vida do homem que tem o carro usado pra sexo pelo primo também é dolorosa.
Tinha uma garota, na minha frente, que estava tomando toda minha atenção. Se alguém atacasse o local eu só perceberia depois. Ela estava com um short jeans desfiado e uma blusa que, facilmente, a Greta usaria para ir num Lollapallooza ou Coachella. Ela estava com mais três meninas e um menino. O garçom levou mais uma rodada de tequila para eles. Todos beberam, menos ela, que prestava atenção na televisão na nossa lateral. Passava algum jogo de vôlei. Canadá e França. Irônico.
Cada vez que a França marcava um ponto ou errava um passe a garota exclamava algo, que eu tenho certeza, que não era inglês. Ou italiano.
A noite passou e perto da meia noite a menina subiu no banquinho do balcão enquanto uma de suas amigas vinha com um bolo, uma vela solitária estava decorando o bolo. Todos no bar cantaram parabéns. A garota sorria abertamente e no fim soprou a vela e abraçou o grupo que estava com ela.
-Massimo, estamos indo. - Alessio chamou minha atenção colocando a mão em meu ombro
-Leva o Nevio e a Aurora. Eu vou mais tarde. - disse sem tirar os olhos do grupo, meu irmão seguiu meu olhar
-Qual delas? - ele quis saber
-Ainda não sei. - desconversei e ele apertou meu ombro novamente, saindo em seguida.O grupo se dispersou um pouco e a garota que eu observava ainda estava sentada no balcão, comendo um pedaço do bolo; que era azul por dentro. Me aproximei sutilmente:
-Com licença, quem ganhou o jogo?
-Quelle frayeur!* Desculpa, você me assustou. Canadá ganhou no ultimo set. - ela voltou ao inglês perfeitamente, sem nenhum sotaque, o que aguçou minha curiosidade mais ainda
-Você não é daqui, não é?
-Não. Eu vim de Nova Orleans, mas eu sou de Cannes. - ela virou o corpo para explicar
-Um pouco longe de casa.
-Minha mãe veio a trabalho.
-Se me permite a pergunta... - ela sorriu e me interrompeu
-Minha mãe é engenheira mecânica em Los Angeles, eu vim passar meu aniversário em Las Vegas.
-É hoje? - ela concordou
-Os dezoito, finalmente.
-Acho que isso merece uma comemoração. - chamei o garçom e pedi duas doses de tequila com limão e sal
-Vai ficar por aqui quantos dias? - eu estava curioso com essa garota
-Duas semanas. É meu tempo de férias que ainda sobra.
-Vai pra faculdade?
-Sim. UCLA. Jornalismo. Qual seu nome? - ela finalizava e iniciava frases de uma forma peculiar
-Massimo.
-Eu sou a Lis. - apontou pra si mesma, ia fazer mais uma pergunta quando nossas bebidas chegaram
-Feliz aniversário, Lis. - olhei no fundo dos olhos dela e bati nossos copinhos e bebi minha dose, ela chupou o limão dela e repetiu meu gesto.Ficamos conversando um tempo. Ela segurava meu olhar toda vez. Não desviando. Ela pediu uma água em francês, logo corrigiu e seu inglês perfeito voltou à superfície. Ela inclinou o corpo em direção ao meu quando pegou a garrafa.
Não me entendam mal. Eu sabia como a atração pessoal funcionava. Eu gostava de sexo, mas a arte da conquista era algo que me interessava muito mais, o que eu tinha certa preguiça de praticar. Geralmente, eu recorria às prostitutas dos clubes da Camorra. Elas me satisfaziam muito bem. Mas essa garota, parada na minha frente, com o corpo próximo ao meu, despertava a parte que gostava da conquista em mim.
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Sins of Father - contos
FanficContos sobre a próxima geração de Born in Blood e da Camorra.