[Capítulo 6]

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O meu olhar foi dirigido para a pessoa que estava na entrada, atrasado.

Oh não... Não poso acreditar... É ele

Arregalo os olhos, mas baixo a minha cabeça para o Harry não me notar, porém, pelo que vejo, já é tarde demais.

O professor manda-o entrar e ele sorri cinicamente, vindo na minha direção. Olho para o lado e concluo que a única mesa que está vaga é, ironicamente, a que se encontra junto de mim. Bufo baixinho em descontentamento quando  o Harry se senta... Tento prestar atenção à aula, mas o que passa pela minha cabeça é: porque raio iria ele inscrever-se nesta aula? O Harry não tem ar de quem gosta de escrita.

A aula passou e eu continuei com os meus habituais pensamentos parvos. Porra! Mal cheguei aqui, e já me estou a desviar dos estudos. Tudo por causa dele

Quando as aulas acabarem, vou falar urgentemente com ele sobre as regras.

Caminho lentamente até ao refeitório, recebendo os olhares de várias pessoas pelos corredores. Avisto o Niall num canto e aceno para ele, fazendo um sorriso. O Niall retrubiui e fez um sinal para me sentar na sua mesa. Ando até lá e ele dá-me um beijinho na bochecha, o que fez  com que eu corasse e com que o rapaz loiro se risse da minha reação. 

Sento-me e observo todos ao meu redor, isto está cheio. Encontro um tufo de cabelo encaracolado e logo o reconheço. Quando me vê com o Niall, a sua expressão muda de neutra para fria. Okay... Eu tenho que falar com ele.

"Então, depois temos que combinar um almoço no 'Rogers' House', está bem?" Niall perguntou enquanto metia mais uma dentada de sandes na sua boca.

"Claro. Talvez ao fim de semana, temos mais tempo." eu esclareci e ele assentiu.

"Exato. Em dia de aulas é complicado, e não quero fazer a menina bonita chegar tarde às suas aulas." ele brincou, mas mesmo assim eu corei. Raios! Os rapazes têm de parar de me fazer corar.

“Pára com isso!” eu bati-lhe de forma infantil no braço e ele fingiu-se magoado, soltando um gemido de dor e deixando-se tombar sobre a mesa, como se o braço estivésse morto. “Exagerado do caraças!” gozei com ele e ele rapidamente levantou a cabeça.

“Estás a gozar com o Mr. Horan?!” ele perguntou num tom incrédulo, ao qual eu assenti com a cabeça, enquanto soltava risadas marotas. “Ninguém faz isso! Sem ser a minha mãe, mas não digas isto a ninguém.” Ele piscou o olho e eu soltei uma gargalhada alta, que eu tenho a certeza que soou por todo o refeitório.

“Oh deus, Niall! Tens de parar de me fazer rir assim tanto!” eu disse entre gargalhadas.

“Que posso eu fazer? Faz parte do meu charme!” ele piscou o olho e eu ri-me novamente, sentindo até a minha barriga já a doer. Ele olhou em volta e depois olhou para mim. “Rosie?” ele chamou-me com um ar desconfiado.

“Já vem aí merda!” eu atirei e ele riu um pouco, mas depois fez sinal com o dedo indicador para eu me aproximar dele. Eu assim fiz e ele aproximou a sua boca do meu ouvido.

“Não olhes agora, mas o teu amigo está a olhar para aqui com ar de poucos amigos. Achas que é seguro continuarmos aqui, ou temos que dar de frosques?” ele sussurrou junto do meu ouvido e eu estava para virar a cara em busca do Harry, mas o Niall segurou o meu queixo. “Não olhes, serás fulminada pelo seu olhar laser!” ele brincou e eu soltei uma pequena risada.

“Eu vou lá falar com ele.” Eu disse e comecei a arrumar o meu lixo e as minhas coisas. Dei um beijo na bochecha de Niall e levantei-me, olhando em volta no espaço e não demorando a encontrar a cabeça repleta de caracóis castanhos, puxados de forma exasperada para trás.

Devagar caminhei para a mesa onde ele se encontrava com outros rapazes e raparigas. O seu olhar correu o meu corpo desde os meus pés até finalmente encontrar os meus olhos, e eu fiz um pequeno sorriso, sentindo-me completamente a mais e excluída daquele grupo.

Ele continuava com a sua expressão séria e deu uma dentada na sua maçã, lançando-me um olhar do tipo: ‘Que queres?!’.

Suspirei e cruzei os braços sobre o meu peito, olhando o resto do grupo, que já me observava. Depois retornei o meu olhar ao moreno e finalmente me fiz ouvir.

“Harry, levanta-te e vem comigo. Temos que falar.” Ordenei, pois sabia que com falas mansas não ia a lado nenhum.

“Tu não mandas em mim.” Ele disse seco e sem humor.

“Olha, eu estou a pedir com bons modos, por isso tu fazes o que eu te peço. Porque garanto-te uma coisa: tu não me queres ver enervada.” Eu avisei e o meu pé começou a bater no chão com impaciência.

“Bem, vamos então testar os teus limites.” Ele gozou com humor na voz.

“Oh amigo, não estou para brincadeiras.” A minha mão voou em direção à sua cara, desferindo-lhe uma chapada. “Agora levanta esse rabo mal educado da cadeira e vem comigo.” Disse e fiz o meu caminho para o exterior do refeitório, sentindo o olhar de toda a gente em mim. Isto era demasiada atenção para mim.

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