[Capítulo 5]

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Depois de eu ter saído de lá com o Niall, ele deu-me um beijinho na bochecha e despediu-se, o que fez com que eu corasse.

Recompus-me e cada um seguiu o seu caminho, pois já era hora de voltar para os dormitórios.

Abri a porta e vi que estava sozinha.

Era estranho, não vi novamente o Harry depois de ter tomado os batidos com o Niall... Bem, isso agora não importa, não é assim tão tarde, ele deve estar numa festa ou algo do género.

Troquei de roupa num instante, vestindo o meu pijama que era quentinho e confortável.

Deitei-me na cama e fiquei a olhar para o teto, meti-me a pensar como correrá o dia de amanhã... as aulas vão começar.

Lembrei-me que tinha que ligar o despertador no telemóvel, então peguei nele e programei-o para as 5h30 da manhã, deixando-o depois na minha mesa de cabeceira.

Fui num instante às casas de banho e lavei os dentes. Mal me despachei, saí de lá e retornei para o dormitório, deitando-me na cama, e sentindo logo o sono a tomar conta de mim.

(...)

O meu telemóvel tocava e vibrava junto da minha cama. Resmungos foram ouvidos a deixar a minha boca e a minha mão procurou-o cegamente, apalpando tudo em minha volta.

"Bolas! One estás tu?!" Perguntei impaciente por encontrar o objeto que agora se tinha tornado irritante.

Finalmente deitei as minhas mãos ao aparelho e o desliguei. Esfreguei os meus olhos e olhei pela janela entre a minha cama e a de Harry. Era de noite.

Harry... Onde estava ele?!

Olhei para a sua cama e vi quatro pernas e dois montes de cabelo.

Eu não acredito que ele trouxe alguém para aqui!

Mas pronto, agora não vou reclamar com ele, ainda é muito cedo e eles devem estar cansados.

Fiz o meu caminho para o meu armário, retirando umas jeans justas e confortáveis, uma camisola larga e bem quentinha, que diz 'STFU!' ('Shut The Fuck Up!') e me tinha sido oferecida pelo meu pai, numa brincadeira. Era um conjunto bastante sóbrio e que eu gostava imenso.

Peguei também na minha roupa interior lavada, numa toalha e na minha bolsa de produtos de higiene.

Abri a porta do dormitório, que surpreendentemente (ou não), se encontrava destrancada. Tenho que estabelecer regras com o Harry. Tenho mesmo, isto não pode ser assim!

Fiz o meu caminho para as casas de banho e entrei numa cabine, rezando para que não aparecesse lá outro casal como o que cá tinha estado no meu último banho.

Ri-me para mim mesma. São 5h45 da manhã, quem está acordado para além de mim?! Ninguém!

Prossegui ao lavar do meu corpo e cabelo, entoando uma melodia que me tinha entrado na cabeça, mas que eu não conhecia muito bem.

Pensei novamente nos comportamentos de Harry. Ele é um autêntico selvagem, ele quer viver numa anarquia, sem rei nem roque.

Não pode ser assim. Tenho que elaborar uma lista de regras, que vou fazer questão de passar por escrito e colar nas paredes ou na porta do quarto. Isto não pode continuar. Eu estou aqui à tão pouco tempo e ele já consegue deixar-me assim zangada, e eu não me zango com ninguém!

Mas pronto. Continuando... Vamos partilhar aquele quarto peloresto deste ano, pelo menos. Por isso, temos que estabelecer limites, regras, e, se necessário, castigos para quem desrespeitar essas regras.

Fui habituada a crescer num sítio onde o mau comportamento era punido com um castigo, onde existiam 'leis' e eu não poderia fazer simplesmente o que queria, sem antes pensar duas vezes sobre o assunto.

O Harry não sei de onde veio, mas se não lhe deram educação, não é culpa minha, mas tenho que fazer algo em relação a isso.

(...)

No quarto, acabando de arrumar os livros na minha mala, vi alguém espreguiçar-se na cama de Harry.

Uma rapariga com o cabelo desgrenhado e sem roupa sentou-se, deixando o cobertor descobrir-lhe o peito. Espreguiçou-se e eu rapidamente desvieei o olhar do seu corpo pelado.

"Oh, tu és a rapariga que estava a dormir." ela disse com uma voz ensonada e divertida.

"Sim, sou. Agora se não te importares, podes abandonar o dormitório?" pedi na minha voz mais educada.

"Oh, desculpa ter incomodado. Ele disse que não te importarias e quem nem te darias de conta." ela justificou-se.

"Pois, está bem. Mas por favor, sai." eu pedi, ainda sem olhar para ela, mirando a minha agenda aberta nas minhas mãos.

"Claro, claro. Podes só passar-me as minhas cuecas e o meu sutiã?" ela pediu e eu fiz uma cara de nojo e horror enquanto pegava nas peças de renda com o mínimo contacto possível e lhas entregava.

"Toma." disse rapidamente voltei para junto da minha secretária. Vi o nome do professor que me iria dar a primeira aula... Escrita Criativa... Com... Calvin Black.

Anotei esse nome mentalmente e depois olhei para o relógio.

Como o tempo voa! Já eram 8h da manhã e eu ainda teria que sair e ir tomar o pequeno almoço. Queria também aproveitar e ligar ao Niall, para lhe dar os bons dias, visto que provavelmente ele não teria as mesmas aulas que eu.

Saí do dormitório deixando um recado num papel para o Harry, que dizia: 'Temos que falar. Urgentemente e sem brincadeiras. Rosalind.'.

(...)

"Sejam bem vindos a Escrita Criativa. Serei o vosso professor desta cadeira, e também vosso orientados, caso precisem disso. Chamo-me Calvin Black. Tratem-me pelo nome que quiserem, menos nomes ofensivos." ele fez uma piada e uma pequena gargalhada soou pela sala. "Vou pedir-vos que escrevam um texto, como uma página de diário, entendem?" ouviu-se um 'hm-hm' geral e ele continuou. "E esse texto será sobre a E-" o seu discurso foi cortado por umas leves batidas na porta, roubando a atenção de todos os ocupantes da sala. "Entre."

MelodyOnde histórias criam vida. Descubra agora