Arnold deu uma rasteira entre as pernas de Vincent, fazendo-o cair de costas no chão, e apontou a espada a poucos centímetros de seu pescoço.
— Touché, primo. — Arnold disse, e ergueu a mão para ajudá-lo a se levantar.
Vincent aceitou a ajuda, pouco se importando com a derrota. Normalmente teria ficado estressado, quase nunca é vencido na esgrima. Mas naquele momento tinha coisas mais importantes com que se preocupar.
— Meus parabéns. — Ele deu tapinhas no ombro de Arnold.
— Não me parabenize. — Disse o outro, erguendo o capacete. — A luta não durou mais que três minutos, Vincent. Por que tenho o pressentimento de que me deixou ganhar?
Vincent pousou a espada sobre a mesa e começou a tirar as roupas e luta.
— Por que não pode simplesmente aceitar que venceu, Arnold?
— Eu teria aceitado se você tivesse feito o mínimo para uma luta decente. — Contrariado, Arnold aponta com a espada para August, que estava sentado na cadeira do outro lado da sala. — Sua vez. August! — Gritou!
— Hã... O quê? Eu... Hum... Ah, certo. Minha vez.
Vincent apenas ri.
— Pelo jeito não sou o único que anda disperso esses dias. — Comentou.
— Eu disse. Os dois estão apaixonados. E o efeito disso é deplorável. — Arnold diz com certa resignação.
August, que estava se equipando, fala:
— Espere só até chegar sua vez, irmãozinho. Então poderá falar sobre o assunto com mais convicção. — Ele vai até o meio da sala e se posiciona para dar início à batalha.
— Então admite que está apaixonado? — Provoca Arnold.
Os dois ficam frente a frente, com as espadas em riste e as pernas afastadas uma da outra, os joelhos levemente curvados.
— Talvez. — August responde simplesmente.
Então a luta começa. As duas espadas se chocam, metal contra metal, e o barulho faz os dentes de Vincent trincarem. Ele estava sentado no mesmo lugar onde August antes estava, o pé esquerdo apoiado no joelho direito. Não estava prestando muita atenção na luta que se seguia. Sua mente o obrigava a pensar no bilhete que enviara mais cedo com destino à Pousada Fernsby, convidando a senhorita que não conseguia tirar da cabeça para o baile em sua casa no sábado.
Ele escuta um baque, e ergue o olhar para ver August no chão e Arnold apontando a espada para a garganta do irmão. Mais uma vez ele tinha vencido. E mais uma vez a luta não durou nem três minutos.
Arnold não se vangloria pelas duas vitórias consecutivas, ao invés disso, joga a espada para longe e resmunga várias imprecações.
— Vocês dois são patéticos, sabia? Estão se portando como dois bobões enfeitiçados.
— Tem razão, Arnold. — August começa a tirar as roupas de luta. — Aquela senhorita só pode ter me enfeitiçado, é a única maneira de explicar o por que não consigo tirá-la da mente. Só a vi uma vez, afinal.
Aquilo chamou a atenção de Vincent.
— Então parece que toda mulher tem o poder da feitiçaria, pois também a vi apenas uma vez e não consigo esquecê-la.
Arnold gira o pescoço para fitá-lo.
— Espera, você acabou de admitir que está mesmo apaixonado?
Cansado daquilo tudo, Vincent se levanta e vai até a mesa de canto.
— Quer saber de uma coisa? Talvez eu esteja mesmo. — Ele serve dois copos de uísque e entrega um a August. — Não dá para saber, na verdade. Como eu disse, a vi apenas uma vez.
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Os Segredos de Manchester [DEGUSTAÇÃO]
Historische RomaneEra um dia de muito sol, portanto, não deveria ter chovido daquela forma. Mas bastou uma mãozinha do destino para que o imponente duque de Manchester se encontrasse com uma moça que viraria sua vida de cabeça para baixo de todas as formas possíveis...