Pipoca

9.7K 1.1K 2.9K
                                    

Kirishima suava frio de nervoso quando Bakugou retornou da cozinha, sem a camisa, com a calça ondulando nos ossos do quadril, roçando na virilha, deixando-a marcada. Quase não notou o balde enorme de pipoca. Não era para as coisas serem tão rápidas, nem tão óbvias, mas todas as movimentações eram previsíveis. O loiro sentou-se confortavelmente no sofá, olhando a TV e deixando o outro tenso. 

- E aí? Quem está ganhando?

- E-Eu, não sei… Não prestei muita atenção…

- E em que porra estava pensando?

- Na piroca. Digo! PIPOCA! Deve estar gostosa e bem salgadinha.

- Eu tenho um tempero especial…

Kirishima arriscou colocar a mão no balde, mas logo a retirou, quase se queimando.

- Cuidado, cabelo de merda. O negócio aqui está quente.

Kirishima riu de nervoso, mas gostando da situação. Tentou retribuir aquela frase cheia de duplos sentidos.

- Era só para ter certeza. 

A luta principal apenas ocorreria por volta de três da manhã. E Bakugou, apesar de gostar de artes marciais, sabia que não era exatamente aquilo que desejava assistir e começou a ficar entediado. Notou que Kirishima também não parecia muito interessado. 

- Não é melhor trocar um pouco de canal?

- Pensei que você nunca fosse perguntar!

Bakugou apanhou o controle, passando pelos canais de notícia, nos de desenho e parando no Animal Planet. Era algum documentário estúpido sobre leões, que parecia interessante.

"Até mesmo na natureza, a homossexualidade é um comportamento comum, como nos leões de Doncaster, espécimes muito raros, mas que, em encontros ocasionais, podem ter relações com outros leões, apenas como uma brincadeira entre amigos."

Disse o narrador do programa.

As imagens com leões transando eram constantes. Mordidas nas orelhas, rugidos fortes. E ver aquilo com alguém com quem você queria transar era bem estranho. 

- Bem… Errrr… Acho que dá para trocar de canal, né?

Bakugou tentou apanhar o controle na mesa, mas acabou derrubando sua cerveja sobre o objeto.

- Merda!

Pegou, secou o controle na calça e tentou mudar para os canais de filme. Mas um dos botões não funcionou direito, levando a TV diretamente para algo pior:

- AAAHN, AAAAAH, AAAAH, OOOO YEAAAAH, FUCK ME, DO YOU LIKE MY PUSSY??? 

- HM… HM… HM…

ERA A PORRA DO CANAL PORNÔ DA MEIA-NOITE. O dono da casa olhou para o entregador de pizza, que parecia achar a situação toda muito engraçada.

- Você tá rindo do quê?

Ele tentou apertar todos os botões do controle, que parecia ter deixado de funcionar. Ficou PUTO e atirou o treco longe. 

- YEAH, MY DICK IS SO DEEP INTO YOU!

Kirishima sorriu, levantou, foi até o aparelho e mudou de canal manualmente. Bakugou tentou se desculpar. Suas intenções eram óbvias, mas aquilo...

- Eu não… Merda. Olha…

- Eu sei. Tá tudo bem. Posso escolher dessa vez? 

Bakugou bufou e afundou-se ainda mais no sofá, comendo um pouco de pipoca.

- Ah! Eu adoro esse programa!!!

Era o Esquadrão da Moda. O loiro odiava o programa, para variar. Odiava a grande maioria dos programas. Mesmo assim, pensou que deveria deixar o ruivo à vontade, especialmente depois da sessão pornô que fora obrigado a assistir. Alguns minutos se passaram e o dono da casa observava as reações do entregador. Ele olhava de forma ininterrupta para a televisão, analisando os looks e sorrindo a cada escolha "boa" que o protagonista em questão fazia.

- Você realmente gosta dessa merda, não é?

- Eu adoro!!!

Em um movimento, sem sequer olhar para o homem ao seu lado, Kirishima tentou pegar a pipoca do balde que se encontrava no colo de Bakugou e acabou encostando em algo mais duro do que o próprio balde, e a textura não era de pele. Por um instante, o ruivo achou que fosse o abdômen desnudo do loiro. Ledo engano. Estava com a mão nas partes baixas do cliente.

O entregador puxou-a imediatamente. Todo o rubor havia voltado para seu rosto, em sinal de vergonha. Pensou ter ultrapassado um limite, sem querer. 

Quando finalmente teve coragem para olhar para o outro, viu um sorriso mais do que sacana em Bakugou. Seus olhos denunciavam as intenções. E, em um movimento lento, tomou a mão de Kirishima e a colocou de volta no lugar de onde havia saído. 

Bakugou estava duro. DURO. O entregador mordeu o lábio, deslizando os dentes por ele. E, merda, sentiu‐se confiante. Segurou com firmeza o local indicado, beijando o outro avidamente. Subiu sobre seu colo, derrubando a pipoca sobre o sofá e esfregando sua mão por cima do tecido de algodão, sentindo o loiro agonizar, suspirando pesado. Kirishima riu. Era delicioso se sentir no controle.

O dono do apartamento arranhou as coxas do de cabelos vermelhos, alcançando sua bunda e colocando‐o ainda mais próximo ao seu corpo. Avançou sobre seu pescoço, mordendo‐o, fazendo Kirishima gemer. Passeou por seu pescoço, sentindo o ruivo se agarrar ao redor do seu próprio e roçar a ereção coberta sobre a dele. E que merda! Havia muito pano ali. Puxou os cabelos vermelhos com força, abocanhando o queixo e, em seguida, mordendo o lábio inferior do outro, puxando em um movimento lento.

Se Eijiro em algum momento achou que tinha algum controle, estava completamente enganado. Bakugou sabia exatamente o que fazia e era realmente bom naquilo. 

‐ Vamos para o quarto?

O entregador suspirou e acenou com a cabeça, e o loiro irritado o ergueu pelas coxas, sem deixar de beijá‐lo, levando‐o até o quarto.

Entrega à Domicílio [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora