UM SONHO AMERICANO

Capítulo 1 Gabi conhece Jack no Burgs vestido de policial

ESTAVA EM UM SONO PROFUNDO, mas de longe escutou o barulho do despertador.

"Gabriela acorda... Gabriela...", seu subconsciente a chamou.

Abriu os olhos assustada e olhou no relógio.

"07h30min, puta que pariu! Atrasada de novo! Ai, droga! Ai, droga!"

Entrou no banheiro, ligou o chuveiro e teve uma desagradável surpresa.

"Ai, meu Deus! Me esqueci de pagar a conta de luz. Tá tudo frio aqui."

Entrou de lado na água, tentando lavar só a "Rosana" (nome da sua princesinha lá embaixo).

"Deus me livre de sair sem lavar a Rosana, com a Rosana fedida não saio não!"

Colocou o uniforme, calçou os tênis, desceu as escadas correndo e arrumando o cabelo em um coque. Pegou o ônibus para o trabalho, chegando lá foi direto ao vestiário do Burgs, uma lanchonete de fast food mundialmente conhecida.

"Putz!", pensou ao olhar para os pés. Tinha ido trabalhar com os pares de tênis trocados e justamente no dia em que toda equipe de filmagem estava gravando o comercial do Burgs. Ouviu uma batida na porta e suspirou. "Não tem o que fazer."

— Gabriela, o Fred está chamando — disse Cris.

Cris, sua colega e amiga de serviço, trabalhava com ela no Burgs. Fred era o gerente lindo e insuportável.

— Já vou, Cris! — gritou.

Ela foi até Gabi, olhando-a.

— O que houve com você? Está atrasada e o Fred está tendo um colapso, esqueceu que hoje tem o comercial?

— Como se eu conseguisse.

— Vamos antes que o Fred venha até nós — alertou Cris.

Elas cruzaram o pátio da lanchonete e Gabriela viu que o lugar estava lotado e já tinha muitos materiais para as gravações, além de um grupo de policiais conversando no canto.

— Nossa, a equipe de filmagem é grande. Vai ter algum ator importante aqui? Por que os policiais?

— Pode ser isso, tem mesmo muitos policiais, mas os seguranças sei que são atores — Cris falou

Fred estava com as mãos abertas no balcão e com cara de poucos amigos.

— Gabriela, por que você está com os sapatos diferentes?

— Desculpa, eu não percebi, quando dei por mim já estava aqui.

— Desse jeito você não pode atender as mesas, vai ter que ficar atrás do balcão.

Ela ficou chateada, pois atrás do balcão não iria ganhar as gorjetas.

— Fred, por favor, eu preciso das gorjetas!

— Para trás do balcão, Gabriela! — Fred berrou.

"Aff, que cara grosso", pensou.

— Você tem sorte por eu não descontar suas horas de atraso.

Revirando os olhos, Gabriela o obedeceu. O Burgs estava movimentado e muitos pedidos estavam sendo realizados e, com isso, a manhã passou voando, até chegar o horário de almoço. Gabi nem tinha notado, até que Cris a chamou pra comer.

— É nosso horário, vamos! Mas as meninas sentaram-se à mesa lá de trás, no refeitório dos servidores, para comer. Depois voltamos ao trabalho, porque hoje está cheio isso aqui.