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(...)

Jack

Faltam apenas 2 minutos e depois volto, finalmente, a casa de Becky. Tenho imensas saudades dos bons momentos que passámos lá, aliás, nós temos muitos bons momentos. Mas o melhor de todos, foi o da hora de almoço. Estive tão perto dela. Mais perto que qualquer outra pessoa. Quase que a beijei... Mas o alarme de incêndio impediu-me. Honestamente, foi melhor assim! Provavelmente ela iria afastar-me e charmar-me idiota e iria ficar tudo ainda mais estranho do que já está e, mais uma vez, seria culpa minha.

Ouviu-se a irritante campainha soar por toda a escola e guardei, apressadamente, as minhas coisas na mochila e saí disparado da sala para a entrada da escola em esperança de encontrar Becky... E Jason! O Jason também.

- Calma, Jack! A casa da Becky não foge! - gargalhou JJ.

- Eu sei - gargalhei nervosamente.

- Já estavam aqui há muito tempo à nossa espera? - perguntou Becky quando chegou até nós.

- Não, chegamos há pouco. - retorqui.

Fomos a pé para casa deles, pois é perto da escola e a mãe deles está ocupada. Chegamos a casa em poucos minutos e pude perceber que está tudo na mesma. Sorri ao lembrar-me de tudo o que já fizemos nesta casa. (Salvo seja ahah)

- Pousem aí as vossas coisas. - proferiu Jason. Pousamos as nossas mochilas perto da porta de entrada e dirigimo-nos todos à sala.

- Becky, a casa está igual, não está? - perguntei curioso.

- Hmm, praticamente. A sala dos brinquedos ficou uma espécie de sala de música. - sorriu.

- A sério? Podemos ver?

- Eu já vi! Só tu é que não, totó. - retorquiu JJ. Esqueci-me que eu me ausentei da vida da Becky por 3 anos...

- Eu mostro-te... - subimos as escadas e entrámos na última sala do corredor: A ex-sala dos brinquedos. Becky abriu a porta e a primeira coisa que vi foi o piano preto no centro da sala.

- Wow! É tão bonito! - fiquei deslumbrado com este piano. Será que ela me deixa tocar? - Posso tocar? - perguntei hesitante.

- Hmm, sim. - sentei-me no banco em frente ao piano.

- Senta-te aqui. - desviei-me um pouco dando-lhe, assim, espaço para que ela se sentasse a meu lado.

- O que é que vais tocar? - perguntou curiosa.

- A primeira coisa que me vem à cabeça quando te vejo. - Ups. Esta saiu de onde?

- O quê?

Comecei a tocar uma espécie de versão acústica da "Something I need" dos One Republic, ignorando a sua pergunta e vi um sorriso a formar-se no seu rosto. Parei a meio da música para a convencer a tocar.

- Nem sei tocar piano. - retorquiu.

- Do que estás a falar? Tu passavas a vida a tocar piano, quando eras mais nova! Anda lá, Becks! - implorei.

- Mas já não toco há muito tempo!

- Então eu ajudo-te. - agarrei na sua mão e, lentamente, pousei-a em cima de algumas teclas sem a largar. Ela olhou-me nos olhos, um pouco confusa, mas essa expressão desapareceu quando se apercebeu que já estava a olhar para ela.

- O que foi? Tenho alguma coisa na cara? - perguntou levando a mão ao rosto.

- Não - gargalhei.

- Qual é a piada? - perguntou delicadamente.

- Nenhuma. Apenas me ri com a tua ingenuidade e porque ficaste desconfortável comigo a olhar para ti, não foi?

Cold Hearted · j.g ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora