Bônus: 08. Quinto momento.

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17/03/20

Essa aqui é a versão da Lauren. Vai ser fofa, mas nem tão fofa quanto a da Camila porque afinal é a Lauren.

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Oi, Camz.

Eu poderia te chamar de amor, mas Camz é indiscutivelmente o meu apelido pessoal para você, ninguém pode usar. Nem mesmo Dinah ou os seus pais, você sabe.

Fazem doze anos que nos conhecemos, dez anos que nos casamos, nossa filha tem sete anos, aquela pestinha que felizmente é a sua cópia. Até na mania de fazer cartas Junny se parece com você, ainda mais agora que ela sabe de fato escrever. É bem melhor do que interpretar os desenhos que ela fazia (me perdoe por ser uma mãe ruim, mas você compensa sendo perfeita então ela não vai crescer traumatizada ou algo assim).

Vamos começar do meu quinto momento favorito com você. Além do nosso casamento antecipado você ainda conseguiu uma viagem para a Itália. ITÁLIA! Quase pensei que você fosse uma deusa ou uma bruxa e se fosse eu te veneraria mais do que já faço, você sabe...

Voltando ao foco, meu quinto momento favorito com você não deve nem entrar para o seu top 20, pois você é muito mais sentimental que eu.

Em nossa viagem pela Itália, você fez muitas coisas que não faz normalmente e uma dessas coisas foi a sua maior (talvez única) crise de ciúmes. Você nem de longe é uma pessoa que demostra ciúmes, sempre me deixa à vontade para fazer o que eu quiser quando quiser, às vezes até um pouco solta demais, afinal confia em mim e sabe que sou loucamente apaixonada por você e nunca faria nada para trair sua confiança.

Você tinha ido ao banheiro, naquele bar LGBT que foi a coisa mais aleatória que encontramos em meio à restaurantes e pizzarias, então quando voltou, você encontrou Giovana (se lembra como italiana dos infernos) sentada junto comigo. De longe eu vi o seu olhar pegando fogo, se você tivesse poderes aquela mulher teria virado brasa.

Ela não estava sentada comigo por interesse sexual ou romântico, mas você não sabia disso e já chegou sentando quase no meu colo. Você enlaçou minha cintura com o braço direito e sorriu cinicamente para Giovana, que alegremente te ofereceu a mão em um cumprimento. Apresentei vocês e Giovana puxou papo comigo novamente, o que mais te irritou foi que ela falava muito bem inglês e ainda era uma conhecedora de livros, acho que se sentiu insegura por isso. Sinceramente não tinha porquê ter ciúmes no começo, mas estava adorando e me aproveitei da situação.

Em dado momento toquei a mão de Giovana e me inclinei para o lado dela, vi que ela olhou o meu decote, mas foi a única fez e foi só porque eu estava realmente quase por cima da mulher, eu quase podia escutar seus dentes rangendo de raiva. O aperto em minha cintura aumentou e você se inclinou, sussurrando:

— Eu sei o que está fazendo, pare agora, Lauren!

A sua respiração bateu forte no meu pescoço, me arrepiando. Seu braço ainda estava envolta do meu corpo e você me deu um novo aperto.

— Não estou fazen...

— Se continuar com isso, Lauren, você vai se ver comigo mais tarde.

Eu realmente fiquei muito excitada com toda a sua pose de irritação, nunca te vi daquela forma, parecia ser outra pessoa. A Camila sempre calma e atenciosa nem de perto parecia aquela.

— Não estou te avisando porque vai ser bom, estou realmente muito irritada.

Por sorte Giovana tinha se ocupada com o próprio celular e nem notou o que estava rolando entre você e eu.

— Vou pagar a conta.

Você nem disse adeus para Giovana, mesmo que ela em momento algum nem tivesse feito algo, mas ainda assim você estava enciumada. Nós voltamos para o hotel e você em momento nenhum me deu mais que respostas monossilábicas.

— Nunca mais repita isso, eu vejo nos seus olhos que você ficou excitada com essa merda, mas eu só consigo ficar irritada e se fizer isso novamente deixo de falar com você por uma semana e toda a "nossa convivência" entra nesse trato.

Eu não disse nada e apesar de sua cara de irritação eu conheço o seu corpo, me aproximei como quem não quer nada e pedi desculpas, você bufou e não disse nada, mas em seguida me beijou. Você me empurrou para cama, ainda com a boca colada na minha e não demorou para tirar minha roupa sem qualquer calma, como sempre faz. Lembro muito bem dos nossos corpos suados e dos sons dos tapas, não foi nossa primeira transa na Itália, mas foi a melhor.

Desculpa não ser tão romântica e começar os meus momentos favoritos com sexo e ciúmes, mas é um dos meus momentos favoritos com você. Eu não tive coragem de narrar nosso sexo, talvez algum dia a Junny queira ler (você não pode deixá-la ler agora, não seja a mãe desnaturada, essa sou eu).

Com muito mais amor do que eu consigo expressar em palavras,

Lauren Cabello Jauregui.

— A Lauren foi trabalhar mesmo ou ela só está fingindo como fiz quando organizei o casamento? — Camila questionou para Normani que estava há alguns minutos mexendo no celular, após Camila começar a chorar ao ler a carta de Lauren.

— Olha, no meu bolso ela não está. — Normani mostrou o bolso de sua calça para Camila, ela poderia irritar qualquer um menos aquela latina apaixonada e emocionada pela esposa. — Na minha casa ela não está também, então acredito que ela está mesmo viajando.

— Você poderia não ser tão má? — Camila questiona com um bico nos lábios. Junniper aparece com a cara ainda mais emburrada e abraça Camila por mais que aparente estar brava.

— Olha, aqui vê se não é a minha pessoa favorita nesse mundo! — Normani logo muda a expressão, de entediada para Camila para alegre ao ver a afilhada.

— Oi, tia Mani... — Junniper ignora a carta nas mãos de Camila ao perceber que é de Lauren a letra ali. — Onde está a mamãe? Ela está demorando.

— Ela está viajando, meu bem, você pode passar uns dias lá em casa se não quiser ficar com sua mãe mais irritante.

— Esqueci disso... A mamá dá conta, tia. — Junniper responde e desce do colo de Camila. — Eu acho que dá...

— Nós podemos comprar um livro novo e tomar sorvete. — Normani oferece.

— A mamãe disse que não posso comprar livros novos enquanto não ler os que a mamá me comprou.

— E ela está certa! — Camila logo defende a fala de Lauren.

— Vocês são mães cruéis, eu nem ao menos queria ter livros na idade dela e vocês a proíbem.

5 coisas.Onde histórias criam vida. Descubra agora