03 | Jane Wayson era a resposta

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R Y A N   P A R K E R

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R Y A N   P A R K E R

Antes...

     — Então quer dizer que finalmente você a chamou para sair? — perguntei ao meu amigo Scott, descrente pelo o que ele havia acabado de me falar.

— Sim, foi o que eu disse. E o melhor de tudo... — me deu uma cutucada com o seu cotovelo, enquanto eu guardava as minhas coisas no armário. — Adivinha cara. Uh, uh? Ok. Eu sei que você não vai adivinhar, então eu fa...

— Ela aceitou.

— O que? — me olhou surpreso. — Como você sabe?

— Pra você está todo animado não é difícil adivinhar. — sorri no canto dos lábios, achando graça do mesmo que estava nitidamente feliz por finalmente ter convidado a garota que ele tem uma paixonite há anos.

— Sério? — sorriu feito idiota.

— É claro, você está igual um bobo! — gargalhei e ele ficou sério encarando-me.

Ha-ha-ha! Muito engraçado.

— Ok. Eu parei. — estendi as minhas mãos rendendo-me, enquanto eu cessava a minha risada. — Mas e aí? Você vai contar a ela no encontro de vocês que foi você quem roubou um beijo da mesma? — provoquei e ele me olhou feio.

— Ah, cala boca Ryan! — irritou-se, sua expressão me fez rir novamente. — Isso aconteceu faz tempo. E ela provavelmente nem se lembra.

— E como têm tanta certeza? — o questionei.

— Porque eu tenho. — o garoto de pele marrom e traços afros respondeu-me confiante.

Scott Newman, era meu amigo desde que cheguei na Linwater High School quando estava no primeiro ano do ensino médio. Escola em que também a minha mãe era a diretora. De fato, isso fez com que eu me tornasse bastante conhecido por toda a escola. Isso porque eu sou somente "o filho da diretora" e nada demais — pelo menos eu acho.

Eu não chegava a ser popular, e se era eu também não sabia e muito menos me importava com esse título. Isso pra mim era algo irrelevante, ainda mais sendo adolescente. Um dia isso acaba e tudo o que vai restar é apenas uma frase para a vida de um jovem adulto: ser ou não ser, eis a questão — palavras de Shakespeare. Eu gostava da inteligência que o poeta tinha de fazer a humanidade ter várias interpretações dessa frase tão complexa e bastante real.

Por mais que diversas pessoas falassem comigo — principalmente as garotas, algo que eu não entendia muito bem e elas sempre ficavam vermelhas — eu não tinha pessoas que considerava amigos exceto o Scott que acabou se tornando quase como um irmão que eu nunca tive.

Quando eu decidi morar com a minha mãe, fiquei com receio de como seria. Afinal, meus pais são separados e em toda a minha vida eu sempre ficava revisando de uma cidade para outra para passar um tempo com cada um deles. E eu sempre ficava mais com o meu pai em Vance Hills, até que um dia eu simplesmente decidi que iria de vez pra Fordwood, onde a minha mãe morava. Elas eram cidades vizinhas, então não demorava tanto entre ir de uma para outra.

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