Capítulo 14

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Capítulo 14

Nada poderia preencher a dor no coração do rapaz pela perda do pai; porém, estar com Pietra o confortava, lhe dava forças a mais para seguir adiante.

  Os dois tiveram que voltar para a sala, pois ainda restavam mais três aulas; porém, desta vez Pietra não se sentou longe do rapaz, colocou sua carteira ao lado dele. A jovem sabia que Matheus precisava ser consolado naquele momento. Mesmo não demonstrado nenhum tipo de tristeza, era certo que o rapaz estava sofrendo. Do jeito dele, mais estava.

- O que vai fazer hoje? - perguntou Pietra.

- Hoje tem treino depois do colégio.

- Ah, tá!

- Mais, por quê?

- Ah, sei lá... Poderíamos fazer alguma coisa. Mas você tem treino, deixa pra lá.

- Meu treino é de tarde. De noite estou livre.

- Então ta! Tem um filme em cartaz que estou louca pra ver. Se você se comportar... Posso deixar que me leve.

- Ah, claro! Hahahaha.

- Você achou que só você sabe ser convencido é? Rsrsrs.

- Conseguiu me superar. Hahaha.

- Ainda não viu nada, meu bem... Rsrsrs. – Pietra tentava trazer alegria ao coração do rapaz, e estava conseguindo.

  Na hora da saída, os dois foram em direção ao portão. Pietra estava esperando sua mãe lhe buscar, e Matheus estava fazendo-lhe companhia.

- Não precisa ficar esperando, você tem treino, vai se atrasar.

- Não posso deixar uma princesa dessa sozinha.

- Deve falar isso pra todas né?

- Nem todas...

- Aé? Sai daqui...

- Para de bobeira... Hahaha. – abraçou a jovem bem forte.

- Não quero te perder sabia? – disse Matheus, olhando fixamente nos olhos de Pietra. Ela encostou a cabeça sobre o peito do rapaz, de forma que conseguia ouvir seu coração, e timidamente, disse bem baixinho::

- Não vai...

  Alguns minutos depois, a mãe de Pietra chegou. Ela despediu-se de Matheus.

- Fique bem ta? Não quero ver você triste.

- Pode deixar. Obrigado.

- Então tá bom. Beijos.

- Beijos! Se cuida. – enquanto Pietra caminhava em direção ao carro, Matheus disse:

- E o cinema?

- Cinema?

- É! Ou você já marcou com outra pessoa? 

- Me liga mais tarde. Quem sabe hoje não seja seu dia de sorte... – disse Pietra sorrindo. Matheus não respondeu, os dois apenas se olharam; porém, pelo olhar de Pietra, Matheus soube, que era seu dia de sorte.

De volta ao primeiro amorOnde histórias criam vida. Descubra agora