Capítulo 12

381 62 25
                                    

Capítulo 12

Olivia levou Matheus até o refeitório do hospital.

- Matheus, preciso contar, não posso te fazer esperar mais. – naquela altura, Matheus já tinha ideia do que poderia ter acontecido.

- como aconteceu? Perguntou o jovem, com uma tristeza na voz; porém, mostrando-se firme.

- Ho... Hoje pela manhã eu me levantei para fazer seu lanche antes de ir para o colégio e não quis acordar seu pai, pois ele estava cansado... – Matheus ouvia sua madrasta e tentava manter-se controlado. Continuou Olivia: - Quando você saiu, eu fui tomar banho e seu pai ainda não tinha levantado. Achei estranho por que ele sempre acorda quando ouve você saindo, mas não me importei, pois achei que ele estivesse apenas com preguiça de levantar. – Matheus sabia que seu pai sempre acordava quando ele saía, Olivia já havia o contado, ela dizia que era o instinto protetor de seu pai.

– Quando eu saí do banho, ele ainda estava deitado. Naquele momento eu fiquei preocupada e fui até a cama. Chamei, chamei, chamei... E nada dele responder. – Olivia não conseguiu segurar as lágrimas e chorou incessantemente, lembrando-se de seu marido.

- Calma... Não fique assim... – dizia Matheus, tentando acalmar sua madrasta. Embora ele fosse jovem, sempre fora um rapaz controlado e maduro para sua idade, e naquele momento, soube que teria que demonstrar firmeza.

- Continue. – pediu Matheus.

- Ele não respondia, não se mexia, seu corpo estava frio, suas mãos geladas. Eu me desesperei, não acreditei no que estava acontecendo. Por um momento, achei que fosse brincadeira dele. “Para com isso amor” disse varias vezes, balançando seu corpo; porém, ele não respondia. Virei o corpo dele... E além de não se mexer, ele também não respirava. Liguei imediatamente para o hospital, para mandarem um médico; porém, ele já estava morto.

- O que os médicos disseram? – Perguntou Matheus.

- Eles ainda estão fazendo exames em seu pai; porém, acreditam que ele tenha tido um infarto enquanto dormia.

  Matheus fechou os olhos,e pensou no pai. Tentava lembrar-se da ultima vez que tinha conversado com ele. Havia sido na noite anterior.

- Como está o colégio bolinha? – seu pai o chamava assim, pois quando pequeno, Matheus era bem gordinho.

- O colégio é legal, estou gostando.

- Fez amizades?

- Sim. Conheci uma garota linda.

- Ah, Bolinha... São 11 horas da noite. Por favor, para de conversa fiada. Hahahaha. – brincou.

-É serio, para de palhaçada...

- Ah, para né filho. Você sabe que não pega ninguém. Hahaha. – o pai dele sempre implicava com ele e o fazia rir.

- Ta tão engraçado hoje... – disse Matheus sério; porém, segurando o riso.

- Essa sua amiga... Imaginária é gente boa?

- hahahaha... Você é chato em...

- Sim. Ela é muito legal.

- Que bom filho. Estou feliz por você. – dessa vez,falava sério.

- Valeu pai.

- Agora vem cá me da um beijo pra dormir, está tarde já. – Matheus foi até a cama do seu pai e deu-lhe um beijo de boa noite.

- Boa noite pai. Até amanhã.

- Boa noite bolinha. Durma com Deus. – enquanto Matheus saía do quarto, seu pai o chamou:

 - Filho! – Matheus já estava quase na porta e virou-se.

– fala pai!

- Nunca esqueça que eu te amo muito ta? Depois da camisa do flamengo autografada pelo Zico, você foi o melhor presente que eu ganhei.

- Tinha que ter uma gracinha né? – disse Matheus sorrindo.

- Eu te amo meu filho. Sempre estarei aqui. Boa noite. – desta vez, ele falava sério e com um brilho nos olhos.
- Eu também pai. Beijos, até amanhã. – e saiu do quarto.

De volta ao primeiro amorOnde histórias criam vida. Descubra agora