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Acordando mais cedo que o de costume, Sina estava ansiosa demais para o compromisso que teria naquela tarde, não parando um segundo sequer de mandar mensagens à Noah. Nunca esteve mais nervosa em toda sua vida, nem mesmo ela entendia o por que disto.

Com as horas passando cada vez mais rápido e o horário marcado chegando, Deinert ficava cada vez mais ansiosa. Não dando-se conta de que já estava quase atrasada.

Procurou nas profundesas de seu guarda-roupas em busca de sua calça jeans rasgada, que aliás nem gostava por ser apertada demais. Um de seus planos era usá-la mais algumas vezes e se desfazer da peça dando para Heyoon, que achara um arraso e adorou a ideia. Quando não a encontrou, apenas pegou a primeira calça de moletom preta que viu.

Também tentando encontrar seu tênis olhou embaixo da cama mais uma vez. Deitada no chão Sina pôde ouvir a voz de Noah na ligação. Estavam há quase uma hora conversando sobre o que Sina iria vestir. Estava até se questionando se o universo não havia se virado contra ela e decidido sumir com suas roupas e sapatos de propósito, só para lhe arrumar um problema a mais.

─ Você não pode simplesmente vir com outro tênis? Vai acabar chegando tarde aqui e não vamos aproveitar nada.

Conseguia ver a cara de tédio que Noah tinha do outro lado da tela.

─ Mas esse é o único que tá limpo... Achei!

Levantou-se e mostrou seu bom e velho, talvez não tão velho assim, vans preto, enquanto o encaixava em seu pé.

─ Agora, tem como você vir logo pra cá?

─ Pare de me apressar!

Resmungou, esperando que seu nervosismo desaparecesse também. Nem quando marcava as consultas para o dentista a garota costumava ficar tão nervosa, ainda que odiasse a ideia de perder ou ter que arrancar um dente.

─ Minha blusa tá suja?

Deu uma voltinha mostrando seu moletom branco com alguns desenhos, dos quais ela nunca assistira, que havia ganhado em seu aniversário há alguns meses atrás.

─ Não. Está tudo perfeito, Sina. Não precisa se preocupar à toa.

Mostrou um sorriso acolhedor. Dando-se por vencida, deixou os braços caírem ao lado do corpo e tomou o celular em mãos.

─ Tá bem. Não demoro a chegar aí, tchau.

Encerrou a chamada e desligou o celular. Logo desceu as escadas para encontrar sua mãe a esperando na cozinha.

─ Não volte depois das seis, está bem? Seu pai pode aparecer a qualquer hora.

─ Tudo bem, quando menos esperar estarei aqui para te atormentar novamente.

Mostrou-lhe o maior dos sorrisos e então chegou mais perto e estalou um beijo na testa da mãe, que estava com os braços cheios de pequenas marcas arroxeadas e em tons mais escuros; apoiada no balcão com os cabelos loiros, quase brancos, soltos e espalhados pelas costas.

─ Ah, querida! ─ Colocou as mãos sobre os braços da filha e se levantou. ─ Não se esqueça, se comporte e, acima de tudo, não conte nada sobre seu pai. Ninguém mais precisa saber. Te amo.

─ Não se preocupe, mãe. Eu nunca conto.

***

Assim que chegou, ficou atenta a olhar todos os detalhes da casa. A mesma era toda branca com uma grande porta de um tom vinho levemente desbotado. A princípio, Sina hesitou ao bater na porta, mas não fora preciso, porque assim que tomou coragem Noah já abrira e fexara no mesmo instante. Afastando-a da porta plantou um beijo demorado nos lábios da garota. Alguns segundos depois, quando se afastou, finalmente disse:

╰  𔘓   𝐓𝐄𝐗𝐓𝐈𝐍𝐆﹚ 𓈒Onde histórias criam vida. Descubra agora