SINA.
O cheiro de bebida barata e suor era tão forte quanto a brisa que agitava meus fios loiros. A música ecoava ao longe. Mesmo estando preocupada com Noah ─ e em que merda ele se meteu ─ não pude deixar de notar o local onde a festa ocorria. A casa era suficientemente grande para abrigar a quantia de adolescentes que se divertiam aos montes.
Descendo do carro, pude ouvir Noah antes mesmo de vê-lo. Deitado na grama e com os tênis ao lado do corpo, onde o sol crestou-lhe o rosto. Ele acompanhava a melodia da música que saia do alto-falante do celular.
─ Noah?
Me abaixo para contempla-lo enquanto meus dedos exploram sua face. Ele aconchega seu rosto em minha palma, tirando proveito das leves carícias. Seu cabelo, agora desgrenhado, se faz difícil de ser domado, deixando com que os fios menores espalhem-se pela testa e encubra os olhos.
─ Si. Você veio!
─ Como se eu tivesse outra escolha.
Murmuro mais para mim mesma, esperando magicamente que minha mente absorva as palavras.
─ Vem, vamos para casa. ─ guardo seu celular no meu bolso antes que nós possamos esquece-lo.
─ Não quer ficar na festa? Até que tava legal.
─ Ninguém nessa festa tem sequer permissão pra consumir o mesmo que você. Vamos embora. Agora.
O cheiro de bebida que ele exalava toda vez que abria a boca não era nem um pouco agradável. O que também me fez enrijecer a postura. Se não soubesse no que ele havia se metido, poderia dizer que parecia apenas um adolescente sereno, mas, dadas as circunstâncias...
─ Não sei por que tá brava. Não vou fazer nenhum mal a você. Nem bebi muito, só sou meio fraco pra coisa.
─ Eu sei, Jacob. Mas você não tem idade pra fazer isso. Algo de ruim poderia acontecer com você, sabia? Não estou pedindo Noah, estou te mandando vir comigo. ─ O modo como disse e o que disse incomodou-me.
Enganchei o braço em volta de sua cintura e o puxei com cuidado para junto a mim, fazendo-o levantar devagar, para não se sentir tonto.
Bem, tonto ele já é.
Aos poucos consigo fazer Noah levantar e ficar estável, porque se ele cair no meio do caminho vou deixá-lo no chão. De repente decidi que não estou mais com paciência para gracinhas e volto ao estado que me encontrava quando peguei o carro e corri para cá. Brava o suficiente para matar esse garoto!
Em passos curtos, conseguimos chegar até o carro. O coloco no banco do passageiro e ele quase bate a cabeça no teto. Aperto bem o cinto e verifico se fechei a porta corretamente.
Não posso levá-lo para própria casa se pretendo evitar uma grande dor de cabeça à sua mãe, então no meio do caminho encarrego uma mensagem a ela dizendo que Noah ficará na minha casa pelo resto do dia e que amanhã o levo de volta.
Perdida em um universo paralelo, fico pensando sobre as mensagens que recebi dele na ultima hora. Ele gosta de fazer essas brincadeiras sobre me beijar ou algo relacionado à isso, e ele está construindo ─ mesmo que de seu modo esquisito e implícito ─ uma nova base para nossa amizade que eu mesma exigi, caso nós pudéssemos reatar algum dia. Ele deixa bem claro o que quer, a todo momento.
Mas estou confusa, porque nem sei mais o que esperar. As coisas seriam diferentes se tentarmos mais uma vez? Paro de pensar nisso quando desvio a rota para meu lar pelo segunda vez.
Ele dormiu durante todo o caminho para casa, que não era muito longe. Deixo o carro no acostamento e fico alguns minutos tentando fazer com que ele acorde. Saímos do carro calados, enquanto o levo para dentro.
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╰ 𔘓 𝐓𝐄𝐗𝐓𝐈𝐍𝐆﹚ 𓈒
Fanfiction⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀❍ noart ╰╮ ✒ 𝘄𝗿𝗶𝘁𝗶𝗻𝗴 ◞ 𓍼 ⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀Sina Deinert nunca fora alguém atrevida, mas ⠀⠀⠀ela tem precisado se distrair ultimamente. ⠀⠀⠀Em um momento nada lúcido, sua melhor ⠀⠀⠀amiga a encoraja a mandar uma mensagem ⠀⠀⠀anônima...