ℂ𝕒𝕡 𝟙𝟘: ℚ𝕦𝕒𝕟𝕕𝕠 𝕒 𝕧𝕖𝕣𝕕𝕒𝕕𝕖 𝕧𝕖𝕞 𝕒 𝕥𝕠𝕟𝕒.

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[ 1 hora depois ]

Deixei a Alya tomando conta da barraca e resolvi ir até a enfermaria perguntar à Lisa de uma vez o que havia acontecido. Eu girei a maçaneta devagar e abri a porta, ela estava sozinha sentada na cama, com um cigarro na mão.

- Te deixaram sozinha?

Ela me olhou surpresa e depois deu um leve sorriso.

- Pedi para que me deixassem descansar um pouco.

Cruzei os braços enquanto ela me olhava de cima a baixo.

- Acho que eles tiraram a conclusão de que você tentaria dormir.

- Não especifiquei o meu tipo de descanso.

Ela encaixou o cigarro entre os dentes dando um sorriso malicioso.

- Entendo.

Desfiz os braços  olhando para o lado, onde tinha uma pequena cômoda com remédios em cima.

- E o que você veio fazer aqui?

Olhei para ela sorrindo.

- Saber o porque de você ter jogado toda a culpa para o Adrien fingindo ser apenas uma vítima, meio clichê não?

- Eu não fiz nada!

Ela gritou soltando fumaça pela boca ao mesmo tempo.

- Sim... Além do mais, vocês estavam em um lugar bem longe do festival, como ele te ele te levou até lá sem que você gritasse nadinha? Nem um "a"...

Ela cerrou os punhos ficando vermelha.

- E-eu não sabia o que e-ele pretendia fazer!

Eu realmente não podia saber se o que eu estava defendendo era verdade, mas fatos são fatos, e eu podia sentir a raiva me tomar conforme eu arrancava a verdadeira história.

- Claro que não sabia... Até porque, nenhum garoto ficaria excitado com seios tão a mostra assim.

Sua expressão ficou em choque.

- Sua vadia!

- Eu? A vadia? Não sou eu que sai pegando todos os garotos da escola, mas que pena se pensar por esse lado...

Eu apoiei as mãos no joelho ficando à sua altura que estava sentada. Ela cravou as unhas no colchão.

- Grr... E dai?!

Eu levantei surpresa.

- Pode ficar aí falando o que quiser! Ela já tá ferrado de todo jeito garota!

- Mas por que...

- Quer mesmo saber? Vá até ele e veja! Como as coisas estão pro lado dele agora!

- M-mas...

Eu sai correndo da sala deixando a bolsa cair no chão, é estranho sentir medo de algo que eu não sei o que é...

- Eu mesma fiz isso com ele idiota!

Lisa leva o cigarro até a boca tentando se recompor.

- Do que ela estava falando...?

Adentrei a sala da secretaria e senti o ar-condicionado sobre a minha pele mais o cheiro de papel impresso vagando pelo ambiente, minhas pernas fracas tremiam, e vi exatamente quem estava procurando mais alguns metros a frente.

- A-Adrien...

Ele estava sentado no chão encostado na parede, dolorosamente fora de si, o cabelo loiro colado na testa com o suor, o nariz tão vermelho que parecia que ia sangrar, ele o esfregava agonizadamente enquanto segurava um pequeno pacote com algo branco. Eu olhei para os seus olhos que estavam molhados, ele não estava chorando mas havia chorado, senti uma sensação imensa que ia desabar em lágrimas ali mesmo, na frente de todos.

Uma mulher falava ao telefone e eu comecei a prestar atenção.

- Sim, ele ainda está aqui

... Não Senhor.

... Compreendo, mas-

... O estado dele?

... Precisamos de uma intervenção urgentemente

... Não há mais ninguém que possa comparecer?

... Tudo bem senhor, retornaremos mais tarde.

Isso é mesmo o que eu acho que é?

- Com licença, mas o que houve?

A mulher me olhou surpresa ao ver que eu estava ali.

- Você não pode entrar aqui querida, peço que se retire por favor.

Ela se voltou para a mesa organizando uma pasta.

- Eu não vou a lugar algum.

- Como?

- Eu não vou sair daqui até que me diga o que vão fazer com ele.

Antes que pudesse tentar segurar, lágrimas já escorriam pelo o meu rosto. Nunca senti uma dor tão forte quanto o que eu senti ao ver no que a vida do Adrien estava se transformando.

- Você não sabe como me machuca te ver desse jeito...

Me virei para ele dizendo o que já estava cansada de esconder, cansada de ficar calada, por mais quanto tempo eu vou ficar escondendo isso? Nenhum.

Então eu apenas comecei a falar...


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