Bolas de Neve

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Hogwarts/ 2002

      Depois das férias

      Zarina Lestrange/ Dumbledore:

  Dakaria, Hermione, Rony e eu estávamos observando bem de longe a Casa dos Gritos. Sim, Daka e eu estávamos nos falando de novo. Durante as férias, resolvi pedir desculpas e admitir que eu tinha agido de forma insensível em relação a morte de nossa mãe, assim como Rony recomendou que eu fizesse.

  Finalmente estávamos juntas de novo! Tenho que admitir que estava morrendo de saudades do lance das gêmeas Lestrange. Não que ter passado a maior parte do tempo com Hermione, Rony e os gêmeos Weasley tenha sido ruim. Nunca! Mas... Dakaria é tudo para mim. Ela é tudo o que me resta.

  - Uma pena que Harry não pôde vir, não é? De novo. - Comentei para minha gêmea, que estava ao meu lado, sentada em uma pedra.

  - Ele vai vir. - Garantiu ela.

  Hermione e Rony estavam conversando sobre a Casa dos gritos. Confesso que sinto um certo ciúme deles juntos, afinal, eu tenho uma quedinha pelo ruivo. Gosto dele, do seu jeito desajeitado e medroso, dos cabelos ruivos e olhos verdes como os meus. Gostava de estar ao lado dele, e gostava também da família dele, em especial os gêmeos e Gina, que são meus melhores amigos.

  - Como pode ter tanta certeza? - perguntei voltando a atenção para ela, que levantou seu olhar do chão para mim e sorriu. - Ah, o que você fez agora, Daka?

  - Nada demais. - Levantou as mãos em sinal de rendição, estampando seu sorriso de quando tinha criado o plano perfeito! - Só pedi aos gêmeos que dessem o Mapa do Maroto ao Potter.

  - Não acredito - falei batendo com a mão em minha própria testa. - Sabe que isso pode causar problemas para ele, não sabe?

  - Fui eu que planejei - argumentou ela -, é claro que vai causar problemas. - Acrescentou: - Relaxa, é o Potter. Ele dá um jeito.

  - Ora, ora. Olhem quem está aqui! - era o babaca branquelo e seus patetas que vieram nos perturbar.

  Obviamente, eu nunca fui muito com a cara do Draco. Na verdade, eu nunca fui muito com a cara dos Malfoy's. Não sei, talvez por eles terem aquele lance de sangue-puro. Que coisa idiota! Eles também sempre se deram melhor com a Dakaria do que comigo, então eu nem ligava muito.

  Me posicionei ao lado de Rony, enquanto Hermione ia para o lado de minha irmã. Eles não tinham medo do Draco, mas sabiam que nós não deixaríamos ele encher o saco deles.

  - Vão comprar a casa dos seus sonhos? - provocou se referindo a mim e ao ruivo. Corei com o comentário, pois obviamente ele sabia que eu gostava do Rony. - Meio grande para você, não é? Weasleyzinho. A sua família não vive num quarto só?

  - Cala a boca, Malfoy. - falei olhando-o ferozmente.

  - Uuu. Isso não é nada gentil. - disse ele arrumando seu casaco preto.

  - Por favor, Malfoy. - Se pronunciou Dakaria, calmamente. - Deixa eles em paz.

  - Porquê eu deveria? - Indagou sarcástico.

  - Porque eu sei de coisas que você não quer que as pessoas saibam. - Argumentou ameaçadora com o próprio namorado.

  Pois é, namorado. Dakaria e Draco estavam namorando há alguns dias e suponho que o outro bruxo pelo qual era visível o seu interesse ainda não sabia disso. Pobre Potter! Não sabe no que está se metendo.

  - E amenos que você queira ter uma conversa extremamente desagradável comigo em particular sobre isso - ameaçou ela -, suponho que vá embora com seus amigos.

  - E porquê você está com eles? - Perguntou o loiro revoltado.

  - Estes - apontou para nós três -, são os meus amigos, que são divertidos. E estes - apontou para Crabbe e Goyle -, são os seus amigos, que são tolos. Preferiu eles a mim, então fique com eles até a volta à Hogwarts. - Sorriu venenosa e Draco bufou.

  Do nada, uma bola de neve veio na direção do Malfoy, porém, a maldita bola de neve que era para ter aceitado em cheio a cara metida e nogenta dele, acertou a minha linda e delicada cara. E suponho que a minha irmã tenha alguma coisa a ver com isso.

  - Quem está aí? - perguntou Draco, amedrontado ao ver que ele deveria ter sido o alvo.

  De repente, mais delas começaram a aparecer e acertar Crabbe e Goyle, pois, por algum motivo desconhecido (Dakaria, óbvio), as bolas de neve não estavam acertando a cara irritante do Draco.  

  - Não fica aí parado, faz alguma coisa! - ordenou ele à Crabbe.

  - O quê? - perguntaram os patetas e coisas bem constrangedoras começaram a acontecer com eles.

  Enquanto Dakaria permanecia sentada apenas observando em silêncio e protegendo o Malfoy; Hermione, Rony e eu ríamos da desgraça alheia. A coisa que achei mais engraçada, foi quando o idiota do Draco foi levado aos berros por uma força invisível (Harry, claro) para um pouquinho mais perto da Casa dos Gritos.

  - Sai da frente! - gritou ele quando saiu correndo desesperado dali.

  - Malfoy! Espere! Espere! - gritavam os seus amigos medrosos correndo atrás dele.

  Logo depois de eles fugirem se cagando de medo, a tal "força invisível" começou a brincar com nossos gorros de neve enquanto ríamos do Draco.

  - Harry! - disseram Hermione e Dakaria juntas, e ele tirou sua Capa de Invisibilidade.

  - Puxa vida, Harry! - disse Rony, medroso, enquanto todos ríamos. - Isso não teve graça.

  - Precisava defender seu namoradinho, Daka? - perguntei indignada. - Seria tão bom ver ele ser atingido pelas bolas de neve.

  - Como assim "namoradinho"? - Questionou Harry, confuso. Agora ferrou!

  - Harry - hesitou minha irmã. - Eu e o Draco, a gente... - Potter parecia abalado. - A gente meio que está namorando.

  - Meio? - Ronald indagou irônico. - Como alguém pode "meio que namorar"?

  - Rony - sussurrou Hermione. - Cala a boca!

  - O que eu fiz? - perguntou confuso enquanto Harry olhava para Dakaria com um olhar melancólico. Pobre Harry!

      Algum tempo depois

  Estávamos todos de volta a esse mesmo lugar: próximo a Casa dos Gritos. Dessa vez, era por causa do Harry. Ele havia escutado uma conversa entre a Madame Rosmerta, o Ministro da Magia, Cornelius Fudge e a professora Minerva, com sua capa da invisibilidade. Pelo visto, a conversa não foi muito boa.

  Era possível escutar soluços sobre uma das pedras cobertas de gelo. Minha irmã aproximou-se lentamente dele, abrindo caminho entre a neve branca que cobria o chão. Já ao lado da rocha, ela se ajoelhou e ergueu lentamente a mão no ar. Suspirou e então, tirou a capa que cobria Harry.

  - Eu sei o que houve. - Disse apenas, num súbito sussurro.

  - Ele era amigo deles. - Falou Harry, cabisbaixo, observando a neve sob seus pés. - Ele traiu meus pais. Ele era amigo deles - gritou. Olhou para minha irmã. - Espero que ele me encontre. Nessa hora, eu vou estar pronto. Quando me encontrar, eu vou matá-lo. - Falou alterado. Seus olhos verdes estavam azuis agora.

  - Eu sinto muito, Harry. - Lamentou Daka. - Mas não vou permitir que faça isso. - O moreno olhou-a perplexo. - Sirius jamais trairia seus pais, mesmo que a vida dele dependesse disso. 

  - Como pode ter certeza? - Perguntou ressentido. 

  - Eu conhecia ele melhor do que ninguém. Nós éramos... muito íntimos. - Ela baixou a cabeça. - Sirius Black foi meu primeiro namorado. - Harry a olhou com espanto. - Ele não seria capaz de fazer isso. - Garantiu. - Por favor, confie em mim. - Pediu ela e, aos poucos, ele baixou a guarda, permitindo ser abraçado por ela. 

  - Okay... - falei cautelosa. - Do que vocês estão falando? - Perguntei confusa.

As gêmeas de Hogwarts (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora