As gêmeas de Hogwarts (Hiatus)

Desentendimento

Hogwarts/ 1994

      Zarina Lestrange/ Dumbledore:

  - Não acredito que se inscreveu no torneio e não me falou nada. - Reclamei indignada.

  Dakaria e eu estávamos no dormitório feminino da Sonserina, de pé entre as nossas camas. Eu estava furiosa! Dakaria colocou o nome dela no Cálice de Fogo enquanto eu não estava no Grande Salão e não teve a mínima decência de me contar, eu, a irmã gêmea dela.

  - Não achei que precisasse contar. Se eu fosse escolhida você saberia do mesmo jeito - argumentou como se tivesse total lógica. - Não entendo porquê está tão irritada por causa disso.

  - Eu estou irritada porque somos irmãs gêmeas! - Retorqui alterada. - Uma sabe tudo da outra, sempre foi assim. Mas desde a Câmara Secreta você está estranha, parece que está encondendo algo de mim.

  - Esse assunto de novo, Zarina? - falou em tom exaustivo, sentando-se em sua cama.

  - Sim! Sim, esse assunto de novo. - Afirmei de forma definitiva. - Eu tenho que tocar nesse assunto, porque desde lá a minha irmã não é mais a minha irmã, entende? Algo dentro daquela maldita Câmara mudou você, enquanto o Rony e eu cuidávamos daquele professor asno e eu tirava as pedras do caminho para você e o Harry. Você entrou uma pessoa e saiu outra, como se tivesse descoberto algo e não quisesse me contar.

  - Por que tem que insistir nesse assunto sempre que surge uma oportunidade de jogar na minha cara que eu sou uma péssima pessoa? Por que, Zarina? - questionou alterada, se levantando da cama.

  - Porque eu sinto a sua falta - admiti em tom de voz alto. - Eu sinto falta da minha irmã, a que completava as minhas frases, que andava sempre junto comigo, que usava os poderes junto comigo, que me contava as coisas! Eu sinto falta daquela garota. - Fiz uma pausa, pegando fôlego. - Desde que descobriu que nós éramos as herdeiras de Sonserina você... mudou. Isso mexeu com a sua cabeça! Você virou uma verdadeira sonserina.

  - Não é por isso que estamos nesta casa? - questionou como se fosse uma justificativa.

  - Não. Essa não é a minha casa, eu não estou aqui por ser ambiciosa, orgulhosa ou qualquer que seja as características que definem os sonserinos. - Falei com com o tom de voz quase normal.

  - Está dizendo que a culpa é minha de estarmos aqui? - indagou a morena de olhos azuis, com o tom de voz calmo; uma das coisas mais venenosas que ela faz quando se sente ofendida ou ameaçada.

  - Não, não é isso. - Falei começando a me perder em minhas próprias palavras. 
  Eu não podia deixar os meus pensamentos se organizarem de forma tão óbvia para que ela pudesse lê-los e ter a certeza de que eu estava nessa casa detestável por causa dela, porque tinha medo de deixá-la sozinha; e hoje ela fez isso comigo, como uma verdadeira sonserina.

  - É exatamente o que quis dizer. - Ela disse, indignada. - Acredita que a culpa de estar aqui é minha, porque tinha medo de que eu ficasse sozinha e isso me fizesse mal, então você pediu ao Chapéu Seletor que viesse comigo. - E ela leu a minha mente. - Acontece que eu não me importo em ficar sozinha, nunca me importei. Isso me ajuda a pensar, diferente de sofrer pressão psicológica por ter colocado um simples nome para um torneio idiota.

  - Por Merlin! - exclamei alterada. - Eu só não entendo porque você não fala mais comigo! Eu vejo que você está atormentada com algo, sou eu quem vejo você tendo pesadelos e não conseguindo dormir a noite. Você sempre me ajudou e me protegeu, por que não me deixa te ajudar?

  - O que está acontecendo? - perguntou uma voz feminina no quarto, que eu particularmente achava irritante, então era a Parkinson. - Discussãozinha de gêmeas, é? - falou sarcástica e nós duas olhamos para ela e gritamos juntas: