O Garoto do Condomínio | Pelo mundo com você

02_ Tyler??

Entrei no banheiro e fiquei uns minutos apenas encarando o meu reflexo no espelho, que não era um dos melhores.

Minha cara estava marcada por causa da soneca que tirei, meu cabelo estava preso todo bagunçado e eu estava emburrada pra variar.

Soltei o cabelo para ver se melhorava e joguei uma água no rosto.

Estava torcendo em minha mente para que aquele surfista atirado não estivesse mais ali fora quando eu saísse. Ele era lindo? Era. Incrivelmente lindo! Por isso quero distância. Eu com certeza morreria de ciúmes se uma mina bonita que nem ele ficasse em cima do Hugo e pedisse o número dele.

O Hugo ta aprendendo a controlar seu ciúmes e eu também não posso ficar abusando.

Além disso, ele tem uma carinha de ser chato que nem a Lary. Já não basta ela na minha vida, quero mais um não.

Depois de melhorar minha cara eu fui até a porta do banheiro para sair dela, porém assim que passei por ela minha calça que já era rasgada agarrou em um ferrinho que estava na parede perto da porta e a rasgou mais ainda.

Sério, abriu um buracão que mostrava quase minha perna toda.

- Mais sortuda que eu, só duas de mim. - Resmungo para mim mesma vendo o estado que minha calça ficou. - Hmmm... Não ta tão ruim. - Dei de ombros e comecei a andar na direção de onde o pessoal estava.

Assim que me aproximei, os vi parados com malas provavelmente me esperando.

- O que houve com sua calça? - Lary pergunta e todos eles olham para minha calça.

- Usei pra me limpar. - Dou de ombros e eles continuam me encarando. - Que foi? É zueira gente, euem! Ela agarrou num ferro la e rasgou mais.

- Aproveita e joga esse trapo fora. - Walace fala rindo.

- Vou jogar você fora. - Dou língua pra ele e vou até Hugo que estava com a mala dele e a minha. - Obrigada.

- Tem o que ai dentro? Tijolos? - Ele pergunta rindo.

- Talvez. - Sorrio convencida.

- Vamos pessoal? Meu noivo já está vindo buscar a gente. - Minha mãe fala e eu olho pra ela.

- Noivo? Você vai casar?

- Sim. Eu... nem me lembrei de contar. - Ela sorri e mostra uma aliança no dedo. Eu fiquei feliz por minha mãe. Ela era jovem, bonita, havia sofrido muito e merecia muito ser feliz. Agora se esse noivo dela for um babaca eu acabo com essa palhaçada.

- Que bom. - Sorrio pra ela e nós começamos a caminhar na direção da porta do aeroporto. Finalmente iríamos sair dali!

Assim que saímos e eu consegui sentir o sol no meu rosto, eu tive vontade de voltar la pra dentro. Um sol do caramba!

- Ai que calor! - Começo a abanar minha blusa.

- Olha que lindo! - Lary aponta para todos os lugares. - Tudo aqui é lindo. Agora entendo o que a Fernanda sentiu quando veio pra cá.

- Fernanda? - A olho confusa.

- Outra história. - Ela sorri.

Fiquei confusa com o que a Lary disse mas ignorei assim que um carrão branco parou em nossa frente e abaixou o vidro mostrando um homem negro de óculos de grau e um sorriso estampado no rosto.

- Oi. - Ele acena e minha mãe caminha até o carro.

- Oi amor! Entra pessoal. - Ela abre a porta de trás mostrando um carro extremamente espaçoso e que caberia nós 4 no banco de trás.

O homem saiu do carro e ajudou os meninos a colocarem as malas no porta malas. Logo em seguida todos entramos e o homem deu partida no carro.

- Amor, esses são meus filhos: Walace e Carla. - Minha mãe fala do banco da frente do carro. - E minha nora e meu genro: Lary e Hugo.

- Muito prazer. - Ele fala sorrindo pelo pequeno espelho logo a cima.

- Esse é o Scott. Meu noivo. - Minha sorri. Dava para notar perfeitamente no sorriso e no olhar de minha mãe que ela estava apaixonada.

- Prazer. - Todos falamos juntos.

- Mal-trata minha mãe que eu faço da sua vida um inferno. - Resmungo rápido atropelando as palavras e ele ri.

- Carla! - Minha mãe me repreende.

- Não se preocupe Carlinha, eu seria incapaz de mal-tratar a minha Leila. - Ele sorri pra ela e logo em seguida volta a olhar para a pista.

Me encostei no banco e olhei para Hugo. O mesmo estava olhando para a janela com uma expressão pensativa.

- Tudo bem? - O cutuco e ele me olha.

- Tudo ótimo. - Ele sorri e passa seu braço pelos meus ombros me puxando pra ele.

- No que pensava?

- No que vou fazer. Acha uma boa eu fazer umas aulas de surf enquanto estamos aqui?

- Surf? - Rio.

- É... por que? Acha que não dou conta? - Ele sorri convencido.

- Eu sei que dá conta. E na verdade, acho muito legal. Eu só não tento porque não sei nem andar de skate, imagina surfar. - Ele ri. - E também não sei nadar.

- Quer que eu te ensino?

- Talvez. - Sorrio pra ele e me apoio em seu ombro.

Nós continuamos no carro por mais uns 20 minutos até finalmente chegarmos na casa que ficava de frente para uma praia linda. E acreditem se quiser, a Lary falou o caminho inteiro.

- Chegamos. - Minha mãe fala animada e a Lary é a primeira a sair do carro.

Nós saímos em seguida e eu olhei para a casa que era até que bonitinha. Ta, eu não tava ligando muito pra isso, mas ela era fofinha.

Ela tinha um portão que dava direto para areia da praia e tudo aquilo estava deixando a Lary super encantada.

- Ai eu quero morar aqui. - Lary fala sorrindo.

- Eu tenho medo de tsunami. - Falo fazendo eles rirem e fomos andando até a casa. Graças a Deus o Scott trouxe a minha mala. O mesmo fez uma cara tão estranha quando viu que minha mala estava um chumbo que acho que ele pensou que eu tava carregando um corpo ali dentro.

A casa por dentro parecia muito uma casa de uma pessoa hippie, era tudo colirinho, plantas, paz e amor, quadros, pinturas, achei uma graça.

- Ok, o quarto da Carla e a Lary é aquele, e o do Hugo e do Walace é aquele. - Minha mãe aponta para duas portas de madeira num corredor. - E antes que resmunguem, sim, eu tive que separar os casaisinhos porque seu pai me mataria se eu deixasse você no mesmo quarto de seu namorado.

- Sacanagem em tia. - Hugo resmunga e ela ri.

- Mas... se seu pai perguntar eu não vi ninguém fugir pro quarto de ninguém de noite. - Minha mãe pisca pra gente. Essa mãe que eu tenho kkk.

Logo em seguida ela foi para um quarto com o Scott e Lary entrou no quarto que seria nosso puxando o Walace para ver como era.

- Sabe que vou aparecer no seu quarto de noite né? - Hugo coloca suas mãos ao redor de minha cintura e eu sorrio pra ele.

- Ah é mesmo?

- É claro. Me privar de acordar do seu lado é muita maldade. - Ele faz bico e eu rio.

Hugo aproximou seu rosto do meu e não demorou muito a nos unir num beijo.

- Leila I brought what you asked for... - Paramos o beijo e olhamos para a porta assim que ouvimos alguém entrando e eu arregalei meus olhos assim que o vi.

- Tyler??

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Continua...

Música do cap:
Paqua _ Acorda sol