*Londres, 16/10/2014, 14:01 — Mary Sellis High School*
O sinal avisando o fim da aula havia acabado de tocar e os alunos saíam apressados pelos portões a fora.
Chegava a ser engraçado o modo óbvio e clichê em que aqueles adolescentes eram divididos.
Havia o grupo dos skatistas, o grupo dos cantores, os atores do clube de teatro, os geeks, os "marombeiros" do time de futebol, as "barbies", mais conhecidas como líderes de torcida, os emos, os populares e, até mesmo, o grupo dos gays.
Louis não se enquadrava em nenhuma destas tribos.
Não que ele fosse metido ou se achasse bom demais pra se juntar àquelas pessoas. Ele simplesmente odiava a ideia de ser rotulado.
Sim, ele era gay, ele atuava, cantava e era muito inteligente, mas, ao contrário do resto do colégio, ele não via necessidade em se enquadrar ou ser aceito em algum "bando".
Era por esta razão que ele preferia ficar sozinho. Sem pressão, sem rótulos ou julgamentos. Era uma vida solitária, porém feliz.
O jovem Tomlinson tinha sua própria filosofia de vida: se você não tiver ninguém, considere-se feliz. Pois, estando sozinho, não terá ninguém para te machucar, ninguém para te trocar, ninguém para te enganar, ninguém para te iludir ou fazer você chorar.
Era quase óbvio que o garoto de olhos azuis havia desenvolvido este pensamento após o ocorrido há anos atrás.
Apesar da pouca idade e pequena estatura, o coração de Louis já era grande, e a dor que ele sentiu quando o garoto de cabelos cacheados o partiu, foi maior ainda.
xXx
*Londres, 17/03/2004, 16:47 — Casa dos Tomlinson*
O pequeno Louis se encontrava deitado em sua cama. As perninhas, que ficaram para fora do colchão, balançavam preguiçosamente, ao mesmo tempo em que os intensos olhos azuis do menino encaravam o teto do quarto.
O garoto estava nesta mesma posição desde que chegara da escola, há mais de duas horas atrás.
A verdade era que Louis não queria mais sair daquele lugar. Ele estava assustado e confuso, seus pensamentos que até então deveriam ser inocentes e alegres, já haviam começado a ser assombrados por um dos sentimentos mais devastadores que um ser humano é capaz de sentir: rejeição.
As palavras de Harry continuavam ecoando em sua cabeça... "Você é um menino, assim como eu! Isso é nojento, eu nunca amarei você...".
O que há de errado em eu ser um menino?, Louis pensava. Será que ele quis dizer que eu sou um menino feio?.
Apavorado com este pensamento, o pequeno Tomlinson se levantou da cama num pulo e correu até sua escrivaninha, onde a mãe havia esquecido um pequeno espelho.
Louis pegou o objeto e começou a encarar seu próprio reflexo.
Ele sorriu, fez algumas "caras e bocas" e depois passou a praticamente "amassar" o rosto com a mão livre a procura de algum defeito.
Eu não entendo, ele pensou triste. Mamãe disse que eu sou perfeito, por que o Harry não me acha bom o suficiente?.
Antes que o menino tivesse tempo de torturar a si mesmo mentalmente enquanto buscava por respostas, o som de algo atingindo sua janela o fez largar o espelho sobre o móvel de madeira e caminhar até a cortina, abrindo-a.
Ao olhar em direção ao jardim da frente de casa, Louis avistou a pequena Margot, uma menina gorduchinha com cabelos dourados, a qual ele chamava de melhor amiga.

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Fiksi Penggemar"- Talvez as coisas só comecem a dar certo quando nós dois pararmos de agir como "eu" e "você" e dar início a um "nós"! - Harry disse, sua boca se abrindo alguns centímetros quando ele se deu conta do que havia acabado de falar. Talvez sejam estes m...