Não Precisa Ser Grosso

343 28 11
                                    

-Eu ainda não confio em você, e eu tenho todos os direitos do mundo de ficar desse jeito, não posso acordar decidida a te perdoar, sabendo e lembrando o que você fez comigo. Sabe quantas noites passei, me perguntando o motivo de vocês tanto me odiarem? Ou melhor, qual o motivo de vocês sempre fazerem bullying comigo? Sempre me perguntava isso, e nunca consegui as respostas, espero conseguir elas. - ela fala assim que se senta na frente dele, chegando um pouco para trás, ele estava pensativo, ele não queria ouvir isso, mas como era Caroline Forbes falando, era quase impossível não imaginar esse trágico final dela falar isso. Era o ponto, o passado era o erro, mas se ele não tivesse cometido esse erro, talvez ele nunca teria falado com ela. - Mas se ajuda, você é a única pessoa que conhece a minha boca por dentro. Ah o dentista também.

-Engraçadinha até nas piores horas, levando bronca e do nada você fala isso para quebrar o clima. É meio obvio que toda primeira parte é verdade, mas a segunda você falou somente para quebrar essa parte, e porque você se arrependeu de ser tão dura comigo. - ele ri convencido de que era isso, e era verdade. Por mais que Caroline odiasse ele profundamente, não conseguia ser como eles, malvados. Ela era boa, poderia considerar seu maior defeito. Era algo dela, sempre fora boa, e ajudara aqueles que precisavam. Ser malvada, mal educada e outras coisas, não era algo dela.

-Talvez você tenha razão, nunca fui boa em ser malvada com as pessoas, mas conheço gente que pode me ensinar a ser malvada muito bem. Mas voltando ao foco, eu não simplesmente posso esquecer tudo que você fez. E nem tudo que Damon fez, ele é um babaca que sempre ferrou minha vida, um péssimo amigo, familiar, conhecido e não é nada sentimental. - ela logo tampou a boca, ele era melhor amigo de Damon, simplesmente não podia falar isso na cara do amigo. Por mais que ele fosse ruim, os dois eram amigos, isso significava que eles eram importantes, um para o outro. Não importa o quão ruim seja a pessoa, se você realmente gosta dela, você não irá larga-la. - Desculpe, mas realmente a lista era, Camille em primeiro lugar, Damon em segundo e você em terceiro. Era cada coisa que vocês inventavam, me prender no banheiro, quebrar minhas coisas, rasgar, me obrigar a trocar de prova, me chutar, xingar, tudo foram vocês, a gente tinha treze anos, qual era o seu problema?

-Damon realmente é um babaca, ele deve ter feito tanta coisa errada que nem eu mesmo posso imaginar, mas garanto que ele é um ótimo amigo. Boa companhia para beber, aprontar, e as vezes até conversar. - ele fala pensando, por mais que ele não mostrasse sentir as coisas pelas pessoas, era possível perceber que ele gostava do amigo. Por um minuto Caroline se sentiu mal pelo o que seu "amigo" fazia com sua namorada. - Eu tinha treze anos, sexo e bebida era a coisa mais nova na minha vida, e eu queria aproveitar. E Camille, ela é muito exibida, foi a pessoa certa. Somente isso. Eu não acredito realmente que Damon era pior que eu. É sério?

-Muito. - ela diz bocejando, e logo esfrega a mão no olho, se levantando da cama e indo em direção a mesa, iria ver o horário no relógio vermelho com listras laranjas. Era meia noite e meia, a hora havia passado voando, para ela, o que havia sido minutos, na verdade sera horas. - O tempo passou rápido, olha que horas já é. - ele se aproxima do lado dela, e como curiosidade pergunta algo a bela loira.

-Por que seu relógio e dessa cor? Tipo, quero dizer, porque tem essas cores, em listras na diagonal? É meio sem sentido, sabe? É chamativo, mas é horrível, você gosta desse relógio? - ela concorda, esse relógio era uma coisa dela. Era feio? Não pois a mesma amava, mesmo que fosse essas cores fossem bregas juntas.

-Eu gosto. Sabe o que eu mais gosto? Dormir, e advinha? Não sei se esqueceu, mas amanhã temos aula, e eu não to afim de lotar minha cara com maquiagem para não estar com olheiras. Então se fizer o favor de ir embora, eu iria agradecer. - ela fala tentando não parecer grossa. Ele apenas concorda, ele pega sua blusa e coloca ela. Somente ai Caroline havia reparado que ele estava sem camisa. Ela não se importava com isso, afinal, quantas vezes havia visto Enzo sem camisa? Muitas vezes. E isso não atrapalhou a amizade deles. E logo Caroline afastou os mesmos pensamentos. Ele não era seu amigo, era somente um garoto que a mesma tinha pena.

Para Todo O SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora