"todo amor precisa de um mistério" nomin

0.5

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[...]

— O que fazem aqui tão cedo? – Jeno já chegou reclamando, fazendo Hanmin revirar os olhos que antes encaravam o sorriso encantador de Jaemin enquanto conversavam sobre coisas engraçadas.

— São 07:52, não é tão cedo. – Mudou o tom de voz.

— Se estão juntos aqui agora significa que chegaram mais cedo, até porque Mijae que abre o escritório principal às 07:30 onde ficam as chaves das salas. – Sentou-se, aparentemente cansado, o que deixou Hanmin curioso de certa forma.

— Que cara de derrotado é essa?

— Te vejo com a mesma cara todos os dias e nem por isso te chamo de derrotado. – Riu do amigo, rapidamente se virando para encarar Jaemin.

Os dois se encararam por longos segundos, os quais pareceram horas. Jaemin podia jurar que voaria no pescoço do mais velho se ele não fosse tão intimidador. O caso era que o Na sempre foi medroso para encarar pessoas maiores que si, e isso o incomodava muito, principalmente em situações como esta que estava passando. Desviaram os olhares um do outro assim que Hanmin percebeu o clima tenso. Não só por isso, mas sem perceber, Jaemin, enquanto encarava profundamente os olhos de Jeno, chupava lentamente seu pirulito, fazendo com que o olhar do mais velho sobre si parecesse mais pesado.

— Então, Jeno – Choi o chamou – Quer que eu saia pra ensinar ele ou vai se enfurecer novamente? – Provocou, e, por incrível que pareça, a única expressão no rosto de Jeno não era de raiva, e sim de calma.

— Fique. – Disse apenas isso, ligando a máquina em sua frente para começar a montar a estrutura do que ensinaria a Jaemin naquele dia. – Jaemin, pega um café?

— Prefiro chá. – Respondeu, se escorando na cadeira atrás de si.

— Não é pra você. – O Na nem quis ouvir mais qualquer coisa que fosse, apenas saiu dali em busca do café para Jeno, dexando Hanmin com um olhar de wtf? para Jeno.

Em anos trabalhando com o amigo nunca o viu implicar tanto com um funcionário quanto estava fazendo com Jaemin, e isso que só se viram três dias seguidos, sem contar no final de semana que Jeno ligou para Hanmin apenas para reclamar sobre estar perto de novamente ver o Na. O Choi confessava estar feliz ao ter Jaemin ali, era uma pessoa nova, um cara bonito e o seu sorriso era a coisa mais preciosa que viu em anos depois de conhecer Jeno.

— Ele não é seu secretário, por que não pediu pra mim?

— Você também não é, e eu quero falar com você.

Jeno respirou fundo e prosseguiu com sua fala, tentando ao máximo manter sua voz firme. Aquele era um assunto delicado para si, era como cutucar uma ferida em seu coração que nunca sararia. Falar sobre assuntos que o deixavam vulnerável era horrível, até porque o seu único medo real era da vulnerabilidade, principalmente quando isso afeta seu ego.

— Minha vó me ligou ontem a noite, perguntando se eu não iria vê-la em seu aniversário hoje. Ela faz setenta anos.

Hanmin ficou quieto. Sabia das dificuldades do amigo de se sentir confortável novamente com a família após os acontecimentos com os mesmos, as coisas eram sim complicadas, Jeno tinha vergonha de ser quem era.

— Você vai?

— Vou.

A verdade era que Jeno ainda estava se questionando se deveria ou não ir até o aniversário da idosa. Por mais que a amasse demais e seu relacionamento com ela fosse um dos melhores, o Lee não sabia o que dizer em frente à família após tanto tempo sem os ver. Ficava sensível ao pensar neles, e isso o fragilizava muito.