Correntes. Parte 2

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*Madre*

Depois de transar várias vezes com a minha noviça e sair do seu quarto, decidi que não iria dormir. Estava completamente sem sono. Fui tomar um chá quando escutei passos na escada que dava para o sótão, obviamente que me escondi, queria ver o que ela ia fazer. Mas, ao ver que ela estava com uma roupa diferente do habitual e com uma bolsa enroscada nos ombros, entendi na hora qual era sua intenção.

Ela não aprendia mesmo!

Vi quando destrancou a porta do convento e saiu. Vi também que ao chegar no portão que dava para a rua, olhou para trás como se estivesse deixando uma coisa muito importante naquele lugar. E eu sabia o que era.

Eu.

Sabia que ela me amava e sabia que ela estava sofrendo. Percebi em seus olhos, nas suas tentativas de fugir de mim pelo convento e agora. Ela estava fugindo porque estava confusa, mas eu também estava, só não deixei transparecer. Desde quando ela chegou, mexeu comigo. Tomou conta dos meus pensamentos até o ponto de fazer-me velá-la enquanto dormia, e depois obriga-lá a fazer uma promessa para que eu conseguisse ter ser corpo quando eu quisesse.

Ela ficou assustada no começo, um verdadeiro anjo, mas logo se entregou. Ela era igual a mim, também gostava de mulheres, só não sabia. Não até o momento em que a fiz gozar pela primeira vez.

Eu sabia que a forma em que a tratava era horrível, mas eu estava protegendo ela mesma. Sei o que o amor faz com a gente, sei porque tive duas mães e sei a forma como tudo acabou. Prefiro magoá-la e mantê-la segura, do que perdê-la de uma forma completamente cruel.

Eu também a amava, mas nunca diria isso.

Ela me irritou completamente com essa tentativa de fuga, sorte a dela que nesta madrugava esta tudo tranquilo. Eu a faria entender que o lugar dela era do meu lado e no convento, lá estaríamos seguras.

Após fazê-la gozar duas vezes e vê-la cair exausta na cama, esperei até que ela se recuperasse. As irmãs não demorariam a acordar, estava quase na hora. Após ver que ela se recompôs, fiz com que se levantasse de pé e a levei até a parede com as correntes, prendendo seus pulsos. A deixaria ali por pelo menos duas horas, ela aguentaria.

Claro que ela protestou, mas agi com rudeza e selvageria e depois saí do quarto.

Ela aqui estava segura, mesmo com as minhas loucuras e perversidades.

__/__/__

Após o tempo que havia dito voltei ao quarto e lá estava ela, com os braços para cima, olhando em minha direção e com olhos inchados, isso apertou meu coração mas não deixei transparecer, estava também completamente nua e minha. Respirei fundo.

Antes de chegar perto, tirei minhas roupas, ficando igual a ela. Seus olhos me observaram, inchados de tanto chorar, porém cheios de desejo. Ela ainda iria acabar com a minha existência.

Quando me aproximei, toquei em seu rosto com a ponta dos dedos e ergui sua cabeça para que olhasse em meus olhos. Neles eu via tristeza, amor, paixão, desejo e medo. Ótimo.

- Porque estava chorando? Eu já não disse que até seus choros são meus? Não lhe permiti derramar uma lágrima. - Engrossei a voz. Não podia demonstrar dó alguma.

- Eu... eu se-i, eu entendi o que você me disse e eu não vou mais fugir. - Disse igual a uma criança implorando para não levar palmadas de seus pais. - Mas... - Engoliu em seco. - Você não precisava me deixar presa aqui. - E mais lágrimas escorreram de sua face.

Por impulso beijei seu rosto onde a água salgada escorria, bebendo da dor que sem ela saber, eu também sentia.

Me afastei e levei minhas mãos aos seus seios, apertando-os. Precisava me recompor e mostrar meu pior lado.

Madre SuperioraOnde histórias criam vida. Descubra agora