Ela estava sendo tratada como se fosse um animal, seus pulsos presos por correntes, com a carne já machucada, sua roupa de freira toda rasgada e sem o véu, seus cabelos estavam selvagens, todo bagunçado. Sua pele estava toda suja e eu sabia por que, ela foi jogada no chão como se não valesse nada. Eu vi, eu vi e não pude fazer nada, ela se entregou por mim, ela se entregou depois de dizer que me amava. Eu estava longe de toda a multidão, com outra roupa e um pano escondendo minha cabeça, não podia correr os risco de deixar alguém me ver. Chegando ao centro da cidade, ela fora colocada em um pequeno palco de madeira, onde havia uma grande guilhotina, ela estava tão afiada que brilhava, e ali eu soube qual seria seu final. Num ato de desespero, cheguei mais perto, ficando na segunda fileira de pessoas que a julgavam, insultavam, apontavam o dedo, como se não tivessem nenhum pecado. Seus olhos diferente das outras vezes, demonstravam medo e tristeza. Ela não tinha medo de morrer, ela tinha medo que me matassem. Ela não estava triste com a situação, ela estava triste porque o mundo nessa época, era injusto demais e não poderíamos viver nosso amor. Ela foi a pior pessoa comigo na maior parte do tempo no longo desses meses, mas eu me apaixonei, talvez seja uma coisa doentia, mas eu não podia evitar. Antes de todo esse desastre acontecer, ela mostrou a pessoa maravilhosa que era.
Depois de vários e vários discursos de ódio do homem que a tinha colocado no pequeno palco e vários julgamentos das pessoas, ela foi posta de joelhos, seus cabelos foram agarrados com agressividade, os cabelos que eu tanto amo, e que não demoraria muito para eu dizer que amava, serviram para guiar a sua cabeça a pequena madeira curvada da guilhotina, antes da lâmina descer e levar a minha vida embora, ela levou seus olhos aos meus, como se estivesse se despedindo e naquele único olhar, dizendo mais uma vez que me amava. Ao escutar a voz do homem dizer "já", fechei meus olhos e meu mundo parou ali, recordando de como tudo aconteceu...
Havia se passado meses desde o episódio das correntes, algo ali mudou. Ela mudou, não era mais tão fria, sua severidade se findou em relação a mim e vivíamos sempre sorrindo quando estávamos a sós. No dia em que nos pegaram, estávamos mais uma vez na cidade vizinha, mas especificamente no paraíso. O nosso paraíso.
Naquele dia tudo parecia bom demais, até que aconteceu....
-Venha, Arizona. Vamos entrar na água, está uma delícia. - Ela disse com aquele sorriso lindo, com os dentes brancos. Eu estava meio nervosa, vai que alguém aparecia? Mas estava muito calor.
Levantando-me, tirei minha roupa ficando nua como ela e entramos na água. No começo brincamos, jogamos água uma na outra, corríamos uma da outra, até que as coisas tomaram outra direção. A água já não estava tão gelada, meu corpo parecia pegar fogo.
Eu devia ter seguido minha intuição e ter insistido para ficarmos apenas sentadas na grama verdinha e fofa.
Em meio aos beijos, sentimos a presença de alguém e, ao olhar para cima, havia três homens nos fitando com nojo. Ali sabíamos o que aconteceria mais para frente.
- Saiam já daí, aberrações! - Um deles disse, cheio de ódio e nojo na voz.
Não sei como, mas eles permitiram que colocássemos nossas roupas. O medo corria solto em minhas veias e Calliope, parecia pronta a atacar, mas eu sabia que ela estava nervosa.
Num momento de distração dos homens, ela agarrou minha mão e saímos correndo, não sei para onde estávamos indo, mas ela sabia. Eu os ouvia gritar e correr atrás, mas a adrenalina era tão grande que não conseguia pensar em mais nada além de correr.
Entramos num caminho cheios de arbustos, era a parte mais funda daquele lugar. Por causa dos galhos baixos, nossas roupas foram rasgadas, mas não nos importamos. Ela nos levou para dentro de uma árvore gigante, parecia uma caverna.
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Madre Superiora
AdventureSéculo XIX, Arizona Robbins com 20 anos de idade, decide que às coisas mundanas não servem para ela, decidindo assim, ir para um convento, onde passaria por vários treinamentos, até se tornar freira. Mas o que ela não esperava, era que a Madre Super...