O beijo continuou intenso até que tiveram que se separar para recuperar o fôlego. Rebeca recostou a testa na sua e olhou em seus olhos, um sorriso tímido tomando conta. Era fácil esquecer quando ela tomava o controle desse jeito, mas Beca era bem introspectiva a maior parte do tempo. Natália abraçou sua cintura, gostando de sentir o contato de seu corpo contra o seu.
Depois de tanto tempo de reclusão e solidão, agora estavam finalmente livres. Em todos os sentidos.
***
O telefone de Rebeca vibrava sem parar na mesinha de centro. O ignoravam já há algum tempinho. Estavam ocupadas recuperando o tempo perdido. Até que Rebeca deu um suspiro e se rendeu, pegando o celular. Ela não pretendia ver a mensagem, mas a garota abriu o aplicativo bem na frente dela e viu sem querer o que a garota lia, sentada ainda em seu colo:
REBECA, VOCÊ VOLTE AQUI E ME CONTE O QUE HOUVE COM A NATÁLIA!
Franzindo o cenho, ela perguntou:
— Pera, como assim o que houve comigo?
— Bom, eu meio que... Senti uma vibe quando você veio me ver logo depois do isolamento... — Agora Rebeca estava vermelha. — E aí quando você entrou você tava tão nervosa. Eu meio que... Contei pras minhas amigas quando tava na cozinha fazendo o café. Não sabia se podia ter esperanças nem nada do tipo, mas... É... — se interrompeu, perdendo o fio da meada.
— Não acredito! — Beca olhou rápido para ela, surpresa, provavelmente pensando que estava brava. — Eu também estava mandando mensagem pra minhas amigas do banheiro! Elas que me convenceram a desembuchar de uma vez!
Rebeca deu um selinho na garota, sorrindo.
— Tenho que agradecer essas suas amigas pela tarde maravilhosa que vamos ter.
— Ah é?
— É. — Ela sorriu. — Mas primeiro, vamos responder as nossas amigas. — Ela riu, erguendo o celular.
Levou alguns segundos até que Natália entendesse o que estava acontecendo. Mas quando deu por si, Rebeca recostava a cabeça na sua, posando para uma selfie. Natália mal teve tempo para dar um sorriso antes que a foto fosse batida, e logo depois outra delas dando um selinho.
Rebeca mostrou as fotos pra ela, sorrindo. Natália acenou positivamente, abraçando a garota contra seu peito enquanto ela disparava a foto delas para as amigas e para Natália, que fazia o mesmo.
Não precisaria de palavras, elas saberiam.
Largando o celular na mesinha de centro, Natália agradeceu silenciosamente pelos momentos que estavam agora compartilhando. Sentir o calor dela em seus braços e saber que se sentia do mesmo jeito por ela. Agora poderia segurar sua mão nas suas e beijá-la. Após um período tão longo de escuridão, agora poderiam imaginar um futuro juntas.
A solidão e o frio davam lugar ao calor da companhia dela.
Apesar de tudo que se passara, não tinha outro lugar em que gostaria de estar mais do que bem ali, finalmente a sós com ela.
YOU ARE READING
Vai ficar tudo bem
Teen FictionO período de isolamento social já é difícil por si só. Com a quantidade de notícias tristes ao redor de todo o mundo, então, nem se fala. É muito fácil ficarmos pessimistas, desesperançosos e alarmados. É difícil enxergarmos o fim do pesadelo e serm...