◇Bloedrooei II◇

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_ Ela ficou fora durante quase 7 estrelas e sobreviveu. Deveríamos acolhe-la e enche-la de afeto, conforto e não de desconfianças_ disse um wilde de voz áspera, que ela não pôde reconhecer devido as vozes que se erguiam cada vez mais.

_ Ela vai trazer desgraça para a aldeia, se não já o tiver feito!

_ Pela lua que caminhamos! Você se ouve!?

_ Ela é apenas uma criança!_ conseguiu distinguir a voz de Lírio, o curandeiro que ajudou seu pai a lhe trazer a Pluto.

_ Uma criança que afirma ter matado!

_ Só tolos acreditariam que uma molenga como ela, protegida pela mãe a vida toda, sem sequer ter sentido uma única vez as presas de uma criatura sobre ela, tirando os wildes e as wildes com quem trepou, teria aprendido a caçar, e SOZINHA!

_ E como você explica que ela esteja aqui, viva, parada bem a nossa frente!?

_ É exatamente isso o que quero saber_ declarou por fim.

_ O que exatamente está sugerindo?_ ela conseguiu discernir a voz grave e irritada de Daren, o líder dos Wildehedas. 

  Quando ele a viu, não reagiu, nem expressou o seu mero e singelo sorriso. Apenas ficou parado, estático, com uma posição pouco conhecida por ela: imponente e indiferente. Mas por trás daquela camada, daquela máscara tão falsa quanto o sentimento que a mantinha viva, ela sentia e via a surpresa em seu olhar, a vontade eloquente de tocá-la como se para se certificar de que de fato ela estava ali, o cuidado de não fazer qualquer movimento errado, e também irritação. Mas o que fato a impressionou foi a postura, ele parecia um macho qualquer com o orgulho ferido e um pouco de angústia.

  Todos se calaram de repente e encararam a wilde.

_ Ou alguém da aldeia sabia esse tempo todo onde ela estava, enquanto todos arrancamos até os últimos fios de cabelo preocupados, ou..._ a wilde encarou Taia, o nojo respingando nas palavras que diria a seguir_ talvez a morte do seu clã por eles não foi o suficiente para manter você longe.

_ Como você pode dizer isso???

  Alguns fecharam a boca quase abruptamente sopesando aquelas palavras, e outros indignados bravejavam ofensas contra a wilde.

_ Sua acusação é...

_ Não é uma acusação, é uma suposição. Só há dois caminhos, para que como você disse, ela esteja viva bem diante de nossos olhos. Ela ter sobrevivido sozinha, durante todo esse tempo, sem um arranhão, aparentemente "normal"_ a olhou de cima abaixo_ e estar de volta a aldeia como se nada houvesse acontecido, é prova suficiente de que é impossível ela ter triscado em uma única pulga.

_ Você merece ser morta por eles por falar tal coisa!_ falou novamente aquela voz que não reconheceu_ O clã dela, a família inteira foi morta por aqueles wildes de sangue ruim! Como ousa se prestar a tal sugestão de algo tão sujo e repugnante!?

_ Não basta chamá-la de Maldição e incentivar outros a fazerem, você a acusa de simpatizar com Draakonings!?_ Lírio caminhou explodindo de raiva, pegando a faca na sua perna, mas a wilde o interrompeu.

_ A mãe dela nunca deixou ela brincar com as outras crianças, nunca deixou ela lutar, aprender a se defender, aprender a caçar o que comer, a lutar pela própria vida!_ disse a wilde, e ela pôde sentir o ódio genuíno em sua voz esganiçada, e um breve arrependimento brilhar em seus olhos quando a mesma a encarou_ Nem mesmo Akin tentou ensina-la! E ela simplesmente diz que subiu em árvores e comeu frutas, caçou riros e pássaros, fez fogueira... só um completo ignorante acreditaria nisso.

A Herdeira Do FlamoOnde histórias criam vida. Descubra agora