Amor em tempos de pandemia

Coração aquecido

Bradley dirigia para o apartamento de Gaga e não podia deixar de notar como Nova York estava deserta, em poucas semanas a brilhante cidade que nunca dorme havia se tornado uma pacata cidade do interior. Olhou para o retrovisor e viu Lea com o polegar na boca e os olhos semi- cerrados descansado em sua cadeirinha. Uma onda de preocupação o atingiu, ao perceber que o futuro de repente se tornou tão incerto. Ele sacodiu a cabeça tentando afastar esse pensamentos.
Olhou para uma esquina e viu um Starbucks, fechado obviamente, lembrou-se de um dia que passou na loja para pegar um chá para Stefani antes de um encontro casual há alguns anos atrás. Isso arrancou um sorriso de seus lábios e ele não pode deixar de lembrar do que recebera mais cedo aquele dia.
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Bradley estava no quarto de Lea organizando as roupas para por na mala quando ouvi uma mensagem chegando no celular ao perceber que era de Stefani abriu rapidamente pensando que ela havia mudado de ideia com relação à recebê-los. No entanto seu coração quase sai pela boca ao olhar a foto em que ela se encontrava nua na banheira, apesar de estar cobrindo suas partes íntimas com as mãos. Uma onda de calor subiu pelo seu corpo, Stefani sem dúvida era uma das mulheres mais sexys com quem ele já havia atuado, mas tinha algo mais, ela conseguia fazer com que ele se sentisse diferente.
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O calor provocado pela lembrança da foto foi dissipado quando pensou na mensagem dela pedindo desculpas e se sentindo constrangida. Ele riu ao recordar de todas as vezes que ela ficava sem graça com alguma coisa e levava as duas mãos ao rosto como uma criança envergonhada. "Como ela poderia ser tão sexy e fofa ao mesmo tempo?"
Stefani escutou a campainha tocando e correu em direção à porta para encontrar Bradley rodeado de malas com Lea em seu pescoço.
— Oh Meu Deus, B! Olha o tamanho dessa mocinha. - Bradley colocou as malas no chão e desceu Lea que imediatamente se agarrou nas pernas da calça do pai, estranhando o novo ambiente.
— Filha, é a tia Stefani. Não precisa ficar com vergonha. - Gaga se ajoelhou para cumprimentar a menina.
— Oi doce menina! Você não lembra mais de mim? Eu não culpo você faz muito tempo que não nos vemos. B, entra por favor.
Gaga pegou algumas bolsas para ajudar Bradley, enquanto Lea vinha se arrastando atrás dele ainda agarrada na calça e com a mão no rosto.
Bradley pegou a menina no colo — Lea, o papai tem que pegar as outras malas que ficaram no carro, você não pode ir junto porque não quero lhe expor lá fora e você odeia colocar a máscara. Você poderia ficar com a tia Stef uns minutinhos? - A menina se agarrou ainda mais forte à camisa de Bradley que olhou sem jeito para Stefani.
— Sabe B, eu tenho ali na sala uns filhotinhos bem gordinhos deitados no sofá que adorariam brincar com uma certa menininha. - Gaga falou com um sorriso e piscando para Bradley ansiosa para saber o que essa declaração faria em Lea. Imediatamente Lea estendeu os braços em direção à Stef.
— Brincar, au au. - Stefani pegou Lea nos braços sorrindo para Bradley.
— Viu só? - Nada como uma boa chantagem Gaga deu risada.
— Ei! - Eles finalmente se cumprimentaram, Bradley beijando a testa de Gaga. 
— Oi! - Ela disse passando a mão no bigode dele e explorando o novo visual.
— Tenho que te contar sobre isso. - Disse Bradley sorrindo e dirigindo-se à porta para buscar o restante das malas que estavam no carro.
Quanto retornou Lea e Stefani brincavam no chão da sala com Gustav. Ele ficou olhando para duas e um sentimento bom invadiu o coração dele. Lea notou sua presença e pediu para o pai se juntar à elas.
Eles ficaram ali no chão brincando com Lea e Gustav e tentando atualizar um ao outro sobre os acontecimentos em sua vidas.
— B, não sei como é a rotina de vocês, mas se quiser o jantar está pronto. Posso esquentar.
— Me parece ótimo Stef!
Stefani dirigiu-se à cozinha para esquentar o spaghetti à bolonhesa que havia feito mais cedo, enquanto isso Bradley colocava os talheres e os pratos na mesa.
— Que saudade eu estava do cheiro da sua comida! - A abraçou por trás mantendo uma distância respeitosa entre seus corpos e pôs a cabeça no ombro dela.
Ela sentiu uma leve corrente elétrica percorrer seu corpo, levantou o braço e coçou a cabeça de Bradley fazendo carinho. — Eu espero que vocês gostem.
O jantar foi calmo e Lea comeu tudo que haviam colocado no prato, Stefani estava satisfeita com a menina e Bradley orgulhosa. Ele se ofereceu para limpar a louça enquanto Stefani se ofereceu para colocar o pijama de Lea.
Quando Bradley terminou de organizar a cozinha foi até à sala e encontrou as duas enroladas no sofá assistindo desenho animado com a tv a uma altura mínima. Lea com o dedinho na boca e os olhos abrindo e fechando quase se entregando ao sono a cada esfregada de dedos que Stefani dava no couro cabeludo da menina.
Seus olhos então deixaram a filha e olharam para a pequena mulher, o rosto sonolento, as pernas nuas enroladas e os braços vestidos com um moletom folgado estavam ao redor da filha. Mais à frente estavam Gustav e Koji se esquentando perto da lareira que mantinha a sala numa temperatura gostosa.
Seu coração também estava aquecido.
Ele se aproximou e passou a mão nas pernas de Gaga. — Ei, eu vou levá-la para o quarto para você descansar. - Sua voz saiu como um sussurro. Ela abriu os olhos e deu um sorriso — Boa noite anjinho, beijou a cabeça de Lea antes que  Bradley pegasse a filha no colo.
Seus olharem  encontraram-se profundamente pela primeira vez naquela noite.