Enfim chegou a tão esperada segunda-feira. Acordo cedo pois tenho que está lá as sete horas da manhã.
Isadora me passou o endereço assim que sai da sala. Ela me parabenizou e me desejou boa sorte, algo que precisarei muito.
Ainda é madrugada quando começo a me arrumar. Eu moro cerca de uma hora da casa do senhor Ferrary, e no meu primeiro dia não quero chegar atrasada.
Eu resolvi me vestir com minha calça preta e meu body branco em decote V. Calço minhas botas pretas e pego minha jaqueta de lavagem escura. Deixo meus cabelos soltos e somente passo maquiagem para sumir com minhas olheiras.
Organizo minha bolsa com tudo que precisarei, pego meu celular e saio do meu quarto. Passo na cozinha onde faço um café forte e torradas. Quando tudo pronto, como e pego um pouco do café colocando em minha garrafa térmica e saio para a longa viagem até o meu novo trabalho.
Tenho que pegar dois ônibus até a sua moradia. E Deus sabe o quão exaustivo os ônibus podem ser.
Enfim cheguei em seu grande e riquíssimo condomínio. Não era difícil adivinhar que ele mora na parte mas rica e poderosa da cidade.
Converso com o moço da portaria pelo interfone e depois de alguns minutos sou liberada para entrar naquele lugar que só tem gente podre de ricos.
Até as palmeiras daqui são diferentes. Meu Deus, medo de tocar e quebrar alguma coisa.
Pego meu celular e vejo a mensagem que Isadora havia me mandado com o endereço e número de sua casa.
As coisas aqui são melhor identificadas do que lá fora, o que facilitou meu trabalho em achar sua casa.
E que casa.
É enorme e absurdamente linda. Branca toda fora do padrão e é impecável. Eu quero chorar olhando para ela.
- Meu Deus, que coisa mais linda. - digo alto e logo caminho em direção a porta
Tenho medo até de pisar forte demais e meu sapato manchar o chão dessa casa.
Assim que toco a campainha a porta é aberta pelo próprio dono da casa.
Senhor Ferrary usa sapatos pretos junto com calças da mesma cor. Sua blusa azul clara realça ainda mais seus olhos. E seu cabelo desleixada dá um ar mais selvagem para ele.
Sacudo minha cabeça espantando os pensamentos
- Está atrasada. - diz sem ao menos me cumprimentar
O olho assustada e logo vejo a hora em meu relógio
- Mas são sete e três. - digo
- E o seu horário é que horas? - pergunta e ergue uma sobrancelha para mim
Nada digo, suspiro para não pirar.
Ele me dá passagem para entrar em sua mansão. Pelo visto, ele não gosta de muita cor. É tudo muito branco, preto e cinza. Não tem um amarelo ou vermelho para dar vida.
Seu hall de entrada é sem sombra de dúvidas o meu apartamento com a Amanda inteiro. Não há muita coisa, um armário. Uma enorme mesa de madeira escura de frente e um lustre absurdamente grande logo acima. E atrás as escadas.
- Vamos entrando. - ele sai andando em passadas largas até chegar no que parece ser a sala de visitas
- A sua casa é linda. - digo deslumbrada com sua sala
- Tem que ser, eu que desenhei. - diz todo cheio de si
Reviro meus olhos sem ele perceber.
Ele caminha até a mesa e pega um quadro de aviso. Mas antes mesmo que ele possa falar, escutamos uma voz o chamando
- Papai? - uma voz doce e sonolenta chama pelo senhor Ferrary e ele deixa o quadro em cima da mesa novamente e caminha para fora da sala
O sigo e logo vejo uma pequena princesinha no topo da escada. Sua pele morena como a do seu pai e seus cabelos cacheados de cor chocolate a faz a menina mais linda que já vi na vida.
Senhor Ferrary caminha até o seu encontro e a pega no colo. A pequena deita a cabeça no ombro do seu pai e ele logo desce as escadas com cuidado até chegar a mim.
- Moana? - ele a chama e ela volta a abrir os olhinhos cor de chocolate e o olha ignorando completamente minha presença ali - Quero que conheça alguém. - diz
Ajeitando ela em seu colo, ele me olha. Estou tão nervosa que não consigo esboçar qualquer reação.
- Essa é sua nova babá. - diz e ela enfim me olha - Cumprimenta a senhorita Johnson filha. - diz e ela nada o faz
- Olá Moana. Eu ouvi falar muito de você, garanto que iremos nos divertir muito. - digo mas ela segue quieta me olhando e me deixando muito constrangida.
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