POLO
Um mês depois...
Podem me chamar do que quiserem: ogro, frio, idiota, babaca, otário... Eu irei aceitar e apenas receber esse fardo.
Eu sofri muito e apanhei para caralho para está onde estou hoje. Tive que me fechar e passar por cima de tudo, como um trator enfurecido.
Não me orgulho por isso. Me privei de várias coisas e consequentemente, privei Moana também.
Depois, ou até mesmo antes de Moana nascer, eu já havia desligado meu coração. Ele já apanhou demais e com receio de não aguentar a próxima porrada eu o tranquei a praticamente sete chaves.
Então, depois de uma longa viagem exaustiva Malia aparece em nossas vidas. Não queria ter qualquer outro tipo de relação com ela se não profissional. Mas era só ela me olhar, sorrir ou somente respirar perto de mim que me enebriava.
Passei a ter raiva de mim mesmo por todo essa loucura que ela me fazia sentir sem ao menos saber. Acho que ela me atingiu tão rápido que eu nem tive como me proteger.
Malia Johnson chegou sorrateira e me ganhou assim que ganhou minha filha. Ver Moana tão feliz junto a ela me fez ver o quão necessitado daquilo eu estava. Mo começou a segui-la, imitá-la e se espelhar nela como eu nunca havia visto.
E depois que eu a beijei, ah nossa, foi como seu um clarão se abrisse em minha mente e eu me vi novamente como um adolescente da faculdade, não o que sofreu por amor mas sim o que estava todo bobo pela nova namorada.
Ela é diferente, e eu sabia disso.
Mas como o fodido e quebrado que sou, deixei ela escapar por entre meus dedos. Não, pior, eu mesmo a soltei para o mundo novamente. Eu corri e joguei palavras pesadas e vazias por sua face e ver seu olhar aquebrantado para mim foi meu fim.
Eu não deveria. Não tinha o direito, mas eu o fiz.
Fugi como um pobre animal indefeso, só por que ela disse que estava apaixonada por mim.
Eu sou realmente o maior babaca da face da terra porque eu também a amo. Mas estava tão assustado com o quão rápido tudo foi e pelos meus sentimentos embaralhados com o presente e passado, que acabei fazendo a maior merda da minha vida. A afastei!
Agora vivo remoendo minha estupida atitude e pensando no quão diferente tudo poderia ter sido. Se eu tivesse contato tudo antes, se eu ao menos tivesse falado, me expressado, revelado tudo. Talvez ela me entenderia, mas optei pela parte mais fácil, para mim.
- toc toc! - ouço batidas em minha porta e peço para que entre.
Isadora entra em meu escritório em casa e para bem na minha frente. Minha melhor amiga me olha de cima a baixo e nega com a cabeça o meu estado.
- O que foi Isadora? - indago e beberico do meu copo com uísque
- Que situação lamentável. - diz e eu dou de ombros - Não seria mais fácil ligar para ela? Já faz um mês.
- E dizer o que? Ela não quer mais olhar em minha cara.
- Polo, você nem ao menos tentou. - diz e eu reviro meus olhos
