Preliminares

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+🔞 Livro com conteúdo inteiramente maduro.

Geórgia está ali, deitada dentro de uma banheira repleta de gelo com as pálpebras cerradas, desfrutando de uma sensação indescritível de alívio mesclado com intenso relaxamento. Não reclama do método que utiliza com o propósito de diminuir a dor e camuflar as marcas de lesões dos hematomas de surra em sua pele negra. Pelo contrário, ela sente imenso prazer ao ter seus músculos dormentes e os ossos experimentando de um tipo de bálsamo que chega até a alma. Ela goza de uma espécie de dever cumprido e a consciência menos pesada e sua realização psicológica consiste exatamente numa plenitude que perpassa o físico até o cerne e vice-versa. Enquanto absorve todas as delícias deste momento, pensa no quanto sua vida mudara dentro de quatro anos.

Do lado de fora, Oswaldo fuma um charuto no mesmo instante em que fala ao telefone fixo esboçando uma grande alegria e satisfação. O caso finalmente fora solucionado. Ri animado gesticulando eufórico, ora soltando a fumaça, ora manipulando o tabaco cubano pelo ar impregnando o ambiente com o cheiro marcante.

Quando Geórgia sente-se satisfeita, desce da banheira, enrola-se numa toalha e sai do banheiro.

Oswaldo despede-se da pessoa do outro lado da linha assim que se dá conta de sua presença e a fixa interessado:

- Como está sentindo-se? Melhor? - questiona depositando o aparelho sem fio no gancho e apagando o charuto no cinzeiro.

- Maravilhosamente bem... - confirma sorrindo e vai até suas roupas em cima da cama.

- Ainda bem que você deixou umas roupas reservas por aqui. Aquelas estão manchadas de sangue e não seria recomendável que você aparecesse com elas assim na sua casa. Vou mandá-las para a lavanderia.

- Tudo bem, Duarte - Geórgia começa a se trocar sem constrangimento algum na frente do homem que está acostumado com sua nudez faz um tempo. Nos últimos dois anos estão sempre juntos executando atividades que a deixam neste estado. Sorri internamente ao lembrar do rubro na roupa que não a pertence.

No fim, ele a ajuda a colocar a prótese removível, mas não porque ela não consegue sozinha, pois ganhara uma destreza espetacular durante estes anos com a ajuda fisioterápica, com ou sem ela, porém, para ir mais rápido. Havia passado da hora dela ir embora e provavelmente Alexia está arrancando os fios loiros de preocupação.

Assim que termina de auxiliá-la, corre até a mesinha de cabeceira de madeira de três gavetas e pega um frasco de plástico branco. Enche um copo de água e direciona para ela que nega meneando a cabeça. Analgésicos a deixam grogue e evita tomar. Ao invés disso, rouba o copo de uísque do homem grisalho e bebe todo o líquido com vontade, fazendo uma careta realizada no final.

Duarte dá com os ombros. Geórgia parece que gosta de sentir dor. Prefere não comentar nada a respeito na alta hora da madrugada e caminha com ela até a porta de saída da sala. Despede-se exalando gratidão.

- Eu te ligo - avisa e Geórgia apenas assente. Oswaldo sabe bem que ela não gosta de falar muito após estas circunstâncias. Fica presa em seus pensamentos por algum motivo, completamente entorpecida como se tivesse acabado de usar uma droga potente. Anestesiada é a palavra que mais se encaixa.

A bela negra, que com o passar dos anos fica cada vez mais radiante, vai embora e escuta a porta atrás de si sendo fechada bruscamente. Desce pelo elevador e caminha depressa até seu carro, uma minivan cinza modesta, e dirige até sua residência com segurança, uma casa que fora comprada um ano depois de adotarem Victória. Alexia insistiu argumentando que crianças precisam de mais espaço e que elas também necessitam de privacidade. Geórgia não discordou, na verdade nem se quisesse conseguiria convencê-la do contrário. Alexia tornara-se uma Dominadora das boas. Contestá-la é assinar um pedido de castigo. A negra sabe bem. Quando a irrita fica vários dias sem transar e até semanas, não que estejam fazendo com muita frequência devido a vida atribulada com a filha e os negócios crescentes no ramo do Sex Shop. A loira trabalha tanto que mal tem tempo para respirar como diz, no entanto sempre arruma um jeito para gozar. Não pode ficar muito tempo sem sexo. Virara uma viciada assumida para o delírio de Geórgia. Enfim... voltando a casa, ela possui dois andares espaçosos, um pequeno quintal com piscina e um lindo jardim na frente e Victória consegue fazer bagunça por toda a parte. É muito ativa e cheia de energia e piora quando se junta com os primos e os amiguinhos, filhos de Nora. E sempre que dá, os próprios adultos fazem suas farras no quintal, com churrasco, regadas a bebidas, conversas animadas e brincadeiras para a faixa etária. O outro apartamento elas venderam para Monique e Tony que estão morando juntos desde que começaram a namorar.

Presa a TiOnde histórias criam vida. Descubra agora