CAPÍTULO 54
Aproveitamos que hoje (sexta-feira) Ruby tá de folga e resolvemos todos jantar fora, fazia tempo que não tiramos um tempo para curtir a presença uma da outra jogando conversa fora e comendo bastante.
Vamos num restaurante bem aconchegante, eu, Sofia, Ruby, Regina, Henry e Zelena.
Eu e Regina não nos víamos desde o encontro, confesso estar um pouco ansiosa. Nada anormal, mas também não posso evitar.
Ainda estava de manhã, eram dez e meia para ser mais exata quando ouço meu celular tocar. Olho para a poltrona do outro lado do quarto sem a mínima vontade de levantar. Suspiro aliviada quando a chamada cai, mas logo volta a tocar.
-Que Droga, em? Posso nem mais descansar... – número desconhecido, o que faz minha raiva aumentar.
-Emma Swan? – uma voz masculina fala do outro lado.
-Sim, sou eu.
-Sou amigo do Henry, ele se envolveu em uma briga. A senhorita Mills está muito nervosa, a Sofia também... Então resolvi chamá-la! – arregalei os olhos e olhei ao redor, vendo minha bota.
-Estão na escola, certo?
-Sim, na Secretaria. – pego minha chaves após calçar as botas.
-Estou a caminho, obrigada! – desligo a chamada e desço correndo.
-SQ-
-Bom dia! Eu liguei pra senhora. – olhei o rapaz. Eu jurava que ele era mais velho.
-Bom dia! Obrigada por ligar, onde estão? – ele começa a andar e eu o sigo.
-Eu nunca tinha visto o Henry com tanta raiva, a mãe dele ficou em choque ao ver o que ele tinha feito e Sofia estava desesperada... eu não soube o que fazer, então peguei seu número com a Sofi...
-Obrigada de verdade... – semicerro os olhos, ainda não sabia o nome dele.
-Tobias. – ele para na frente de uma porta e bate. -Bom, boa sorte. – sorri e se afasta. Escuto a voz do diretor.
-Pode entrar. – abri a porta e logo vi os três sentados de uma lado da sala, do outro estava uma garoto e uma mulher. Ao entrar pude ver que perto da porta estava Gabriela e Camila.
O que foi que houve?!
***
Após quase duas horas discutindo sobre o que aconteceu, Henry e o garoto que ele brigou foram suspensos.
O diretor não conseguiu fazer com que falassem sobre o que aconteceu para eles resolverem sair na briga. Isso deixou a Regina furiosa. Se não fosse tão sério eu até brincaria, pois o Henry é mais alto que a morena e ela estava muito brava.
O clima já estava tenso, não pensei que fosse piorar após sairmos da sala do Gold.
-Mãe... – ele suplicou, Regina não parava de resmungar. Sofia ainda estava calada.
-Regina... – pedi também, não queria confusão na frente do colégio, logo o sinal iria tocar e os alunos iam começar sair.
-Fala logo, mãe! Pare de resmungar e fale! Qual é o problema?! Eu nunca bati em ninguém, se eu o fiz eu cheguei ao meu limite, o que não justifica minha atitude mas sabe porquê Sofia está calada?! – apontou para minha filha que olhava tudo aérea. -Deve estar envergonhada ou até mesmo constrangida ao ouvir o quão gostosa é daquele desgraçado, deve estar com raiva pelas palavras preconceituosas dirigidas a melhor amiga dela e sua namorada, ou até mesmo sobre o quão pervertida você é por ter ficado com sua aluna! Ou... – respirou fundo e baixou o tom da voz. -Ou até mesmo por ter ouvido que o que aconteceu à Emma há anos tenha sido culpa dela, por ter provocado o padrasto! – observava tudo calada e de braços cruzados. -Eu sabia o que ele falava sobre minha irmã, mas eu sempre me controlei não somente por mim ou pela Sofia que sempre esteve comigo nos intervalos, mas também para você não correr o risco de perder o emprego. Eu nunca sequer falei com ele, não lembro nem de tê-lo visto, mas se ele dirigir uma palavra a mim, ou de qualquer uma de vocês eu não vou tolerar. Você não sabe a merda que é ouvir dos garotos o quão gostosa é a professora Mills e a pequena Swan, é assim que a chamam! – ela não falou, ninguém falou. -Esse foi o verdadeiro motivo da briga e eu lamento muito não ter feito isso antes!
Regina o encarou por um tempo, ela estava se controlando.
-Quando chegarmos em casa teremos uma conversa séria! – disse com a voz calma.
Destravei o carro e Henry e Sofia entraram, mas Regina não.
-Vou caminhando, tudo bem? – observo-a atentamente.
-Tem certeza? – ela suspira e assente.
-Tenho sim. Te encontro lá em casa, Henry tem a chave. – assinto e vejo-a se afastar.
Entro e dou partida. A tarde seria toda em conversa.
***
Parei em frente a casa e saí do carro, juntamente com Henry e Sofia. O cominho foi feito todo em silêncio.
-Emm... posso falar com você? – assinto.
Ele espera que Sofia entre e suspira alto, me olhando.
-Queria pedir desculpas pelo que falei, apesar de ter sido a verdade. Eu não tinha direito de falar daquela forma, foi algo que você passou, poderia ter esperado chegarmos em casa e explicado tudo... Enfim, me desculpa.
-Tá tudo bem, ok? Sei que agiu por impulso...
-Não, eu poderia ter me controlado.
-Tá tudo bem, querido! – abraço-o de lado.
Entramos e Sofia nos esperava na sala, Regina ainda não tinha chegado.
-SQ-
A conversa durou quase duas horas, Henry somente ouvia tudo que Regina falava juntamente com Sofia. Eu só falava quando solicitada.
No fim deu tudo certo, fui pra casa resolver uns assuntos. Sofia ficou com eles.
Ruby ainda dormia, me joguei na minha cama e peguei o celular. O plano era ligar pra Izzie, mas acabei ligando pro meu pai.
“-Querida! Pensei que não fosse nos ligar mais...”
-Só fazem dois dias que não nos falamos, papai. Deixe de drama. – sorrio ao escutar sua risada.
“-Como estão as coisas?”
-Tudo bem. Só estou morrendo de saudades de vocês! – suspiro.
“-Também estamos mas teve uns problemas no hospital e a Addie precisa ficar mais um tempo, estão precisando dela.”
-Oh, entendo... A Ruby não para também, quase não a vejo...
“-Mas ela está bem, não é?”
-Sim, está sim! – suspiro e sorrio. -Pai, tenho uma coisa para contar...
Antes que eu terminasse de falar, escutei a voz de Addie.
-Oh, ela chegou na hora certa. Farei uma chamada de vídeo, espera! Diga que depois ela descansa!
“-Sua euforia está me contagiando!”
Pude visualizá-lo sorrindo e percebi que estava realmente com saudades.
Logo estava vendo duas de minhas pessoas favoritas no mundo. Sorri ao vê-lo abraçando Addie pelos ombros e ela totalmente aconchegada nele.
-Own meu Deus! Vocês são tão fofos!!
“-Querida, que saudades!”
Sorri com a confissão da ruiva e suspirei.
“-Está vendo, amor? Sorriso fácil, roupas confortáveis, olhos brilhando...” – David começa. “-Uhum, será que o motivo disso tudo tem nome?”- Addie completa.
-Não tem graça contar as coisas, vocês já advinham! – eles riem. -Mas sim, tem nome e sobrenome! Eu e a Regina saímos, eu a chamei para jantar e bem... Ela aceitou!! – e então contei tudo a eles.
∆∆
-Mana, você tá pronta? – vejo minha irmã parada na porta do meu quarto.
-Sim, só falta o batom. – me volto para o espelho e termino de passar o batom vermelho.
-Acho que está querendo impressionar alguém... – fala me fitando de cima a baixo. Estou usando uma calça pantalona preta, uma blusa de cetim bege com um generoso decote em V. Nos pés um salto não tão alto preto, os cabelos num coque simples com alguns fios soltos, maquiagem leve somente meus lábios marcados de vermelho forte.
-Hum. – semicerrei o olhos. -Olha só pra você, tá tão linda, Loba!! – ela rir.
Minha irmã está com um vestido tubinho de cetim rose com as alças finas, saltos pretos. Seu cabelo solto com leves cachos, os olhos bem marcados e os lábios com um batom nude.
-Sofia já está pronta?
-Sim, só estávamos esperando você. Sabe que a Regi não gosta de atrasos. – arregalei os olhos.
-Merda, estamos em cima da hora! – peguei minha bolsa e acompanhei minha irmã até a sala.
Ao nos ver descendo, Sofia levantou do sofá.
-Podemos ir? – assinto.
-Quando comprei esse pedaço de pano pra você? – pergunto com o cenho franzido.
Minha filha usa uma saia branca – muito curta - com uma pequena fenda lateral, cropped branco e um sobretudo também branco.
-Tá ruim? – olha pra si.
-Não meu bem, está linda!
Como Regina nos encontraria no restaurante fomos direto pra lá. Ela já deve ter chegado.
-Loba, era pra ter me avisado antes. Estamos muito atrasadas! Regina vai ficar furiosa! – eu realmente estava apavorada.
-Calma. – ela rir. -Ela não tá sozinha, tenho certeza que a Zelena e o Henry estão distraindo ela. – pisca. Me contentei com isso e respirei fundo para me acalmar.
Após uns quinze minutos, estacionados em frente o restaurante. Eu a vi de costas, era ela. Eu sei. Estava linda. Desci do carro com Sofia e esperei Ruby sair.
-Tá pronta, mamãe?
-Não. – ela rir alto, chamando a atenção deles.
Regina me olhou dos pés a cabeça e sorriu de lado. Tá, ela não parece estar brava.
-Emma? – balancei a cabeça e olhei para a ruiva que ria. -Podemos ir? – assenti depois de cumprimentar Henry e Zelena.
Eles foram na frente e eu e Regina ficamos mais atrás. A olhei minuciosamente. Perfeita. Nos pés um salto louboutin preto, calça social da mesma cor, um cropped todo em renda preta com um decote mais discreto, o cinto apesar de ser da mesma cor chamava bastante atenção. No seu braço ela segurava um sobretudo preto. Os lábios vermelhos.
-Você está perfeita! – ela sorri pequeno sem graça. -Oh meu Deus, você fica envergonhada? – ri.
-Vamos? E eu percebi o seu atraso. – pisca mudando de assunto e apressa os passos ao ver que estavam nos esperando.
Entramos e dei meu nome pois eu tinha feito a reserva. Estávamos chegando quando a moça apontou, olhei ao redor e todas as mesas estavam cheias.
-Oh! Eu acho que tem algo de errado... – chamei sua atenção, ela me olhou curiosa. -A mesa já está ocupada e somos só... – fui interrompida por um gritinho infantil.
-Emmazinha!!!! – olho com o coração palpitando para a mesa e vejo o Noah levantando e correndo em minha direção desviando das mesas.
-Oh meu Deus!! – ando de encontro com ele e o pego nos braços abraçando-o forte sentindo meus olhos marejarem. -Noah, ei. – me afasto um pouco e o observo atentamente. -Que saudades, pequeno! – sorrio.
-Também estava, Emmazinha. – o coloco no chão e ele logo cumprimenta a todos. -Vamos, ‘tão esperando a gente!! – me puxa até a mesa.
-Papai! – sorrio sentindo uma lágrima rolar. -Vocês...
-Então... Surpresa! – abre os braços rindo.
-Oh meu Deus! Entendi, todos vocês sabiam! Caramba, como não percebi? – olho para eles com os olhos semicerrados.
-Só a Sofia que não sabia, ela não consegue guardar segredo de você.
-Ei! – ela reclama. -Eu consi...
-Lembra da festa surpresa que faríamos pra Em e você contou? – Ruby pergunta.
-Ok. – levanta as mãos.
Abraço Addie e Amanda que parecia sem paciência por estar com fome mas quando viu Sofia levantou sorrindo e a abraçou.
-E você deve ser o príncipe da Regina, hum? – Henry coça a nuca sem graça.
-Pai! – o repreendo segurando a risada, Henry é adorável envergonhado.
-Foi mal. E aí, Henry? – aperta sua mão. -É um prazer finalmente conhecê-lo!
Logo em seguida Addison se apresenta e todos sentamos para fazer o pedido.
∆∆
Saí de uma das cabines do banheiro e vi Regina encostada na pia.
-Eles já pediram a sobremesa? – me aproximo para lavar as mãos. Ela me observava. -Regina? Ei! – chamei sua atenção.
-Oi? Desculpe, o que falou? – balançou a cabeça suspirando.
-Nada não. – enxuguei as mãos e cruzei os braços. -O que estava pensando? – estalei os dedos na frente do seu rosto. -Meus olhos estão aqui em cima, pare de olhar pros meus seios! – sorrio.
-Bem... – coça a garganta e me olha nos olhos. -Eu... – fecha os olhos brevemente.
-Esqueceu? – sorrio pequeno me aproximando mais. Deixo minhas mãos deslizarem dos seus ombros até suas mãos, colocando-as em minha cintura e deixo escapar uma risada ao sentir seu coração acelerado e respiração descompassada.
-Emma...
-Huh? – encostei nossos lábios rapidamente antes que ela pudesse aprofundar. Desci beijando e chupando sua mandíbula e pescoço sem deixar marcas.
-Emma... nós temos que ir... – não paro com os beijos e sinto sua respiração cada vez mais descompassada. -Vamos, alguém pode entrar, Em... – apoio meus braços em seus ombros e a encaro, ela ainda abraçava minha cintura, nossos corpos totalmente colados.
-Tem razão. – sorrio. -É melhor a gente ir.
-Mas vai na frente... ah, eles ainda não se decidiram, pode pedir minha sobremesa?
-Peço sim, mas porque não vem? – ela ergue a sobrancelha.
-Eu preciso respirar um pouco, de preferência longe de você e dessa sua roupa! – não seguro a gargalhada e saio do banheiro voltando para a mesa.
Depois que terminamos de comer e tudo pago, saímos do restaurante conversando amenidades e esquecemos de entrar no carro, sim, isso mesmo. Ficamos conversando encostados nos carros.
-Infelizmente temos que ir, Amanda está com sono. – sorri vendo o quão mal humorada ela estava, provavelmente cansada da viagem mas com certeza estaria ótimo no dia seguinte.
Addison adiantou-se em acomodar as crianças no carro. Olhei para Regina e ela me observava, ergui a sobrancelha e levantei os ombros sorrindo pequeno. Ela riu e assentiu.
-Pai! – chamo. Quando ele se vira, jogo a chave. -Pode ir na frente? – ele oscila o olhar entre mim e Regina e sorri maroto. -Oh meu Deus, pai! Pare com isso!
-Só ia dizer que posso ir na frente, era somente isso! – levanta as mãos rindo.
-Uhum, sei! – semicerro os olhos em sua direção. -Querida... – me aproximo de Sofia. -Eu vou ir caminhando, ok? Dê o endereço ao seu avô.
-Tá, te amo! – me abraça. Estava visível na sua voz o quão cansada estava. Ela se aproxima de Regina e se despede e logo entra no carro.
-Então... – Zel começa. -Posso te dar uma carona? – minha irmã arregala os olhos.
-Como? – olhei para Regina para tentar segurar a risada mas ela estava vermelha de rir o que não me ajudou.
-Uma carona, ué. Acho que não vai dar pra você ir com eles, mas se não quiser... – dá a volta no carro e entra, Henry já estava dentro.
-Ô mulherzinha difícil, eu só não tinha raciocinado direito... Custava esperar? Ela mesmo sua irmã? – se vira para Regina. Antes que a morena respondesse, me adiantei:
-Pode ter certeza que sim! – Ruby entrou no carro rindo e logo todos partiram buzinando.
-Você acabou de me chamar de difícil. – a olho com uma falsa surpresa.
-Eu? Sabe que nunca diria isso.
-Cara de pau! – rimos.
Caminhávamos devagar, em silêncio. Não precisávamos dizer nada. Sentia vez ou outra seu braço encostar no meu. Eu sorria boba, estava plena. Diria até radiante.
-Eu estou feliz! – solto. Olho para Regina e a vejo sorrindo emocionada.
-É a segunda vez que a ouço dizer isso! – exclama.
-É... A primeira foi... – ela completa:
-No dia em que a Sofia nasceu. – assinto.
-Eu tenho a todos que amo... Tenho a Sofia, a Loba, meu pai e Addie, Amanda e Noah... – sorrio. Ela me observava atentamente. -Tenho Zelena, o Henry... Eu amo esse garoto! – sinto meus olhos marejados. -E tenho você... – parei de andar e fiquei de frente para ela mantendo o contato visual. -Eu te amo, nunca deixei de amar e você sabe disso. – vejo uma lágrima rolar e passo o polegar suavemente.
-Eu também te amo. – me dá um selinho. -Muito!
-Não consigo expressar o quão feliz estou. – ela acariciou meu rosto e sorriu docemente.
-“O silêncio é o mais perfeito arauto da felicidade. Eu estaria pouco feliz se pudesse dizer o quanto.” – cita.
-Shakespeare! – Sorrimos e voltamos a caminhar.-------&--------
Foi bem amorzinho né? Me digam oq acharam! ♥
Espero que tenham gostado!⚠CORONA⚠
Gente, se alguém aqui sofre de ansiedade eu não aconselho muito ver os noticiários, claro que precisamos estar informados e tals. Mas eu não consigo mais acompanhar, estava me afetando muito, ent façam coisas para distrair a mente, leiam, escrevam - sobre qualquer coisa -, coloquem as séries em dia, ouçam músicas...
Lavem bem as mãos
Usem álcool em gel
É isso! Até mais ♥♥
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The Teacher
Fiksi PenggemarEmma uma aluna com vários problemas, isolada. Deixou de rir, de ser feliz à muito tempo e isso piora. Regina uma linda professora. Séria, rigorosa, mas, por dentro é um amor. Oque acontecerá se essas sua resolverem se aproximar? Será que Emma, fina...