Deslocado

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PDV Sai Fah

Zon parecia acanhado toda a viagem, Zol interagia mais comigo do que com o irmão, eu tentava uma aproximação, mas ele dava alguma desculpa e cochilava. Meu baixinho estava estranho e, me deixava desconfortável com isso. Quando paramos em um restaurante para almoçar, Wuya me chamou e, eu prontamente a segui, Zon apenas assentiu.

-Eu sei que o Zon está estranho demais e você preocupado, querido. – A mulher dissera – Ele é assim nas viagens desde pequeno.

-Ele sente enjoo ou algo assim? – questionei.

-Não, como diz vocês jovens: ele só não gosta de muito papo quando está viajando. – Wuya dissera em meio aos risos. – Não fique assim, Sai Fah, Zon é uma caixinha de surpresas.

-Estou percebendo, mãe – respondi com um sorriso.

Voltamos à mesa, trazendo as comidas para todos juntamente com o pai do Zon que ajudou também a levar tudo, Zon continuava estranho, mas comia calado e interagia muito pouco com a roda de conversas.

-Você está bem, Zon? – perguntei a um ainda amuado Zon.

-Estou sim, Sai. – Ele exibiu um sorriso, ao menos isso. Aquilo realmente me animou.

-Nossa família é bem tradicionalista. – Wuya comentou. – Você terá que pedir o Zon em namoro diante de todos.

-Nossa... – Suspirei era uma tarefa e tanto, então eles eram quase como a minha.

-É uma tarefa difícil – pausa – Mas você já tem nosso apoio. – Wuya exibiu um sorriso maravilhoso e eu sorri de volta.

-Sabe os avós do Zon vão ficar muito satisfeitos com você, Sai Fah. – Afirmou Peth,

-Eu vou tentar, pai – Não pude deixar de sorrir com o comentário, também pude perceber que o meu Zon esboçou um sorriso tímido.

-Zon está tão bem com você que até com a pele mais macia ele está. – Disparou Zol e Zon mostrou a língua em retaliação, todos nós caímos no riso depois. Não vou mentir, sinto falta do meu Zon teimoso e falador, essa versão amuada está me deixando deslocado.

Em um determinado momento enquanto seguíamos viagem, peguei meu celular, encaixei o fone de ouvido, pus um em minha orelha e o outro na do Zon. Esse menino é bonito até respirando, meu pai! Depois de alguns minutos, adormeci só lembro de Zon de olhos fechados em meu ombro e Zol tirou uma foto do irmão. "Tão fofos", ela soltou e eu só pude sorrir.

PDV Zon

Aquela viagem toda estava me deixando melancólico, é sempre assim comigo quando viajo, fico pensando na natureza, as pessoas na estrada e olhando tudo ao meu redor, como se seria terrível se deixar escapar algo. E, claro a ida para casa me deixava apreensivo, Sai Fah não só iria conhecer toda minha família como também iria conhecer nossas tradições já que eu sou consorte dele.

E ainda precisamos passar pela avaliação dos meus avós e eles são bem rigorosos! Não creio que eles iriam aceitar um relacionamento assim, por mais que meu pai tivesse dito aquilo para tranquilizar o Sai. Ele tem sido um companheiro tão bom, eu olho diretamente em seus olhos e me perco em sua imensidão, pude notar que ele ficou desconfortável pelo fato da minha interação ser pouca, contudo me sinto assim a todo momento, minha família já se habituou. Falta o Sai Fah se acostumar também, só uma questão de tempo.

Ainda não estou acreditando que levarei um namorado para dormir em casa, nem ex-namorada, Faii, meus pais me deixavam levar; afinal a Zol sempre que pode faz a cabeça deles e agora parece que é um complô a favor de mim e do Sai. Se por um lado estou feliz, por outro, me sinto como o centro das atenções e não gosto disso.

Além da Beleza [Why R U?]Onde histórias criam vida. Descubra agora