Festança

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PDV Sai Fah

Acordei com uma sensação estranha, sabe aquele momento que você acorda feliz por causa de alguma que você fez durante a noite? Pois é, eu não sinto isso. Tenho a impressão que dormi no quarto errado, pois é, eu dormi mesmo, olhei atentamente o quarto e, constatei, não era o meu. De quem é então? Na cômoda tinha uns biscoitos, comi alguns, estava com fome ora! Comecei a gostar do dono daquele quarto deixou até café da manhã. Vi algo embaixo do prato de biscoitos, uma fotografia. Foi aí que percebi de quem era o quarto... O novato do jardim. Me ferrei.

Tive uma sensação ainda mais estranha, fiquei envergonhado. Mas porque Sai Fah, seu idiota, estás envergonhado? Só porque dormiu no mesmo quarto que um novato que quase causa lhe causa um orgasmo no jardim, isso é muito normal de acontecer... Ok, não é mesmo.

Tratei de controlar-me, porém meu corpo estava desfavorável a minha solicitação, quando dei por mim, estava cara a cara com o novato. Ele estava voltando da aula e eu aqui dormindo...

-Bom dia, dorminhoco. – ele falou primeiro.

-Bom dia.... – dissera eu na maior cara-de-pau.

-Não achei que você viesse dormir no meu quarto.... – ele esboçou uma expressão indecifrável.

-Acasos da vida.... – respondi.

-Você veio fazer mais alguma coisa no meu quarto, exceto dormir na minha cama?

-Boa – gargalhei um pouco com a indireta-bem-direta, ele era um baixinho atrevido, olhos intensos, cabelos negros, ficava engomado demais com aquela roupa de calouro - Confundi com o meu quarto, erro justo.

-Mas, seu quarto deve ficar no terceiro piso... – e não é que ele acertou.

-Pois é, anda bem informado.... – dei de ombros – Bem, tenho que ir.

-Ok – respondeu – A gente se vê por aí....

-Digo o mesmo.

-Trate de se cuidar e não ficar dormindo no quarto dos outros.

-Caso eu não durma no meu quarto, virei dormir no seu. – foi a vez dele rir.

-Vou manter a porta trancada então – fiz um bico e uma cara de desgosto, ele caiu na gargalhada.

-Qual a graça? – perguntei meio incrédulo.

-Sua cara tá muito engraçada – ele não parava de rir.

-É minha cara, só tenho essa – quando eu disse isso, ele riu freneticamente.

-Sua expressão que torna tudo engraçado – ele não parava de rir. Puxei ele pela cintura e, dei um beijo no rosto dele e agradeci pelo café da manhã, "De nada", ele sussurrou praticamente, ficou envergonhado demais para dizer mais alguma coisa.

Eu não olhei para trás e rumei para o meu quarto, aquela noite foi estranha e o dia parecia que ia continuar me causando surpresas....

PDV Zon

Ganhei um beijo na bochecha? Logo do veterano que vi no jardim? O dia parecia ter começado com alguma trolagem. Eu caminhei até a janela e pude ver o rosto do TrollMaster no lugar do Sol.

Como eu ainda teria aula, rumei para a sala, no caminho, encontro aquele loiro do Grande Salão no meio do caminho. Ele piscou para mim?

-Vai ter uma festa hoje novato, quer ir? – ele veio me perguntar.

-C-Claro – gaguejei.

-Começaremos às 21h numa das salas do 3º piso... Ah e cuidado, tem destruidores de novatos pelo 2º piso. Quer que eu te proteja? – perguntou com um sorriso sínico.

-Não, obrigado. Vou me cuidar – falei automaticamente, ele fez uma expressão de desgosto.

-Você querendo comer outro novato, Long? – falou aquele mesmo cara que estava dormindo no meu quarto.

-Eu? – olhou cético para o outro – Olha quem fala, Sai Fah. Já transou com mais de 5 numa noite só – o Sai Fah fez uma expressão de desprezo.

-Isso não passa de boatos! - Sai Fah rebateu – Pelo que me lembre, você não é tão protetor assim, Long. E outra, ele já tem dono! – Sai Fah falou, eu estava boquiaberto com essa última parte.

-E quem é dono? – Long estava surpreso.

-Sou eu! – Sai Fah me agarrou pelo braço e me arrastou para longe do Long, o loiro ficou tão boquiaberto quanto eu estava.

Meu dia já começou ótimo! Tenho mesmo que ficar olhando esses irresponsáveis brigar por minha causa? Eu fechei a cara e Sai Fah parou de repente e virou pra mim.

-Mude essa expressão, não queria fazer isso – descarado e eu fechei mais ainda a cara – Chupou algum limão muito azedo?

-Não – pausa – Estou tentando não matar a pessoa que está na minha frente.

-O que eu fiz? – cínico.

-Não basta invadir o quarto dos outros, ainda precisa fazer cena na frente do colégio inteiro?

-Desculpe, mas ou eu dizia que você tinha dono ou os lobos maiores atacavam – tentou se explicar – Qual dos dois prefere?

-Nenhum dos dois! – gritei, uma turma de alunos passou e olhou pra nós dois – Não quero ser a presa de ninguém aqui.

-Não precisa gritar esquentadinho – falou e fez gesto para que eu me calasse.

-Não vou me calar seu obt... – ele viu que eu estava fazendo escândalo e me beijou na tentativa de me calar.

O que aconteceu a seguir foi bem instintivo, eu simplesmente o empurrei, soquei a cara dele, limpei minha boca, olhei nos olhos dele e corri. Tum-Tum-Tum. Á medida que eu corria, meu coração parecia um tambor.

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Na festa, eu lembro de estar bem sóbrio e vi o Sai Fah bêbado vir na minha direção cambaleando e com um copo grande na mão, tentei não dar atenção virando na direção contrário, mas ele pôs as mãos em meus ombros e me virou para encará-lo.

-Descobri o seu nome através de uma fonte, Zon ,belo que nome – ele tentou.

-Não estou interessado em saber disso, Sai Fah. – fui ríspido.

-Você é um idiota por negar minha oferta – dissera com aquele bafo de quem saiu misturando bebida.

-Claro que sou, Sai Fah – pausa, encarei ele – Não quero me envolver, já disse.

-Mas... – ele tentou dizer, mas o cortei.

-Mas nada, invasor de quartos.

-Aquilo foi um engano! – teimoso – Vou ter que pedir desculpas quantas vezes?

-Me beija – eu disse por fim.

-O quê? – lerdo, eu fui lá e puxei ele pela gola da camisa social azulada.

Nos beijamos e diferente da outra vez, essa eu realmente quis, passei o dia pensando nisso. Ele bêbado ou não, eu ia acabar cedendo mesmo, palhaço. Devo assumir que os próximos beijos foram urgentes? Não é preciso, não é mesmo? A mão dele passeava pelo meu corpo e a minha pelo corpo dele, dei um beliscão na nádega esquerda e ele gemeu, eu abri um sorriso.

-Vamos transar também? – ele perguntou e eu fiquei pasmo com a ousadia.

-N-Não – gaguejei.

-Bonito – ele sussurrou pra mim e eu corei violentamente.

-Não vá achando que tenho dono só por causa de um beijo – eu rebati

-Veremos – ele mais sussurrou do que falou – Nada?

-Quando.... – pausa – Você – disse entre beijo – Estiver – outro beijo – Sóbrio.

-Eu estou sóbrio – pausa – Meu bem.

-Estou vendo, palhaço – abri um sorriso irônico, ele fechou a cara e saiu bufando. Isso foi suficiente para me animar e recuperar minha coloração normal. No outro dia, eu teria uma surpresa.... Nada agradável também.

Além da Beleza [Why R U?]Onde histórias criam vida. Descubra agora