17;; Wyatt

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  Dois dias desde que Jack me mandou aquele bilhete na aula de geografia, e eu nem lembrava mais. Hoje que fui mexer nas minhas coisas e aquele papel caiu de algum lugar. Deixei em cima dos livros na minha mesa, nem fodendo que eu vou me desfazer disso.

  Hoje é sábado e acho que Finn vai vir aqui porque ele é desocupado e quer me perturbar.

finn

finn: ta em casa?

me: e onde mais eu estaria?

finn: fora de casa.

me: sim, finn, eu to em casa

finn: tá, tô indo.

me: nem pergunta se pode???????

me: oferecido de merda

finn: sua mãe tá em casa?

me: nao

me: deu alguma merda lá na empresa e ela vai trabalhar esse fim de semana

finn: :(

finn: não acredito que vou ter que te aturar.

me: CARAKKKKKKKKKKK é só não vir :D

finn: ah, sim. já sai de casa.

me: deixa seu carro na garagem

finn: o porteiro é aquele chato?

me: não sei?

finn: pra que eu pergunto ainda? nunca sabe de nada.

  Na vida passada eu devo ter sido uma pessoa horrível pra merecer uns amigos estranhos desses. Minutos depois, eu ouvi barulhos vindo da cozinha. Revirei os olhos, já sabendo que Finn tinha chegado.

— They call me Tiago, I don't know who is Margo... — estava cantando quando pegou uma lata de refrigerante na geladeira.

— Poderia parar de chegar na minha casa que nem um assaltante?

  Ele se virou para mim assutado. Quem chega na casa dos outros do nada é ele e ainda se assusta.

— Usei a chave debaixo do tapete.

— Eu sei, já que você faz isso todas as vezes.

  Já pensei em tirar aquela chave de lá, mas a minha mãe sempre esquece a chave dela. As vezes, ela pega a minha chave e eu fico sem, daí tenho que usar a do tapete.

— Onde que tá sua caixa de som? — perguntou, indo na direção do corredor.

— Acho que você sabe onde tá, né?

— Ah, Wyatt, não fica assim. A gente já passou dessa fase.

  Vi ele entrando no meu quarto e fui atrás só por precaução. Quando entrei, meus olhos bateram no papel em cima dos meus livros e corri para pegá-lo. Sorri torto para Finn que me olhava desconfiado. Ele se virou e escondi o papel no fundo da gaveta.

— Tá a fim de sair hoje? — perguntou.

— Pra onde?

— Caleb nos chamou pra ir na casa dele. Não vai ser uma festa fodona, só a gente.

— A gente quem?

  Esse “a gente” deles normalmente é a escola inteira. E “festa fodona” é quase todos os adolescentes da cidade. Caleb é vizinho do Finn e estuda na antiga escola dele.

— Eu juro que vai ser só os mais próximos.

  Ligou minha caixa de som e conectou com seu celular. Sicko Mode começou a tocar. Finn sempre foi o jovem indie, mas esses dias ele tem escutado muito Travis Scott.

— Tá, eu vou. — concordei e Finn me abraçou.

  Ficamos enrolando e falando as merdas de sempre até dar o horário para começarmos a nos arrumar, no caso duas horas antes porque Finn fica uma hora e meia no banho.

— E não é que você tem umas roupas legais. — disse procurando roupa pelo meu guarda-roupa.

  Eu abrigo esse inútil no meu apartamento e ainda tenho que emprestar roupa.

— Vai logo tomar esse banho, Finn.

  [✓]

me ameaçaram, vou continuar, mas não prometo que fique bom.

his friend. fackOnde histórias criam vida. Descubra agora