21;; Finn

260 39 87
                                    

— Acorda, vagabundo. — disse Wyatt após me empurrar do sofá.

  Ainda sem abrir os olhos, puxei uma almofada do sofá e me ajeitei no tapete, voltando a dormir.

— Eu falei pra acordar! — ele gritou, começando a bater em mim com a outra almofada.

  Comecei a rir e cobri meu rosto com o braço.

— Chega, já acordei. — disse, me sentando.

  Wyatt parou de me bater e jogou a almofada de volta no sofá. Me levantei devagar, sentindo uma puta dor nas costas.

  Fui andando devagar para a cozinha e abri a geladeira.

— Você precisa ir no mercado. — avisei o Wyatt e peguei a penúltima lata de refrigerante.

— Você não vai beber refrigerante agora, Finn. — ele disse.

  Olhei na sua direção com uma sombrancelha arqueada. Ergui um pouco a lata e abri de forma lenta. O som do estalo e gás do refrigerante após eu abrir tomou conta do ambiente e Wyatt revirou os olhos.

— Sua saúde agradece. — debochou quando tomei o primeiro gole. — Acaba isso aí e vai se arrumar.

— Pra onde a gente vai?

— Tô com fome e, como você mesmo disse, preciso ir ao mercado. Então, vamos na cafeteria ali no final da rua. — disse, já saindo da cozinha e sumindo pelo corredor.

  Terminei de beber meu refrigerante e joguei a lata no lixo. Fui até o quarto do Wyatt, onde ele estava jogado na cama e rindo de alguma coisa. Ele me encarou com um sorriso de lado e eu fiquei sem entender.

— O que foi? — perguntei.

— Me conta o que aconteceu ontem. — pediu.

  Sorri, lembrando que beijei o Jack ontem.

— Nada demais. — respondi, pegando mais uma roupa no armário dele e saindo do quarto.

  Estava quase entrando no banheiro e ele veio correndo atrás de mim.

— Me conta, Finn.

— Depois.

  Fechei a porta e ele ficou parado ali de braços cruzados e emburrado.

[...]

  Fomos andando para a cafeteria e Wyatt me perturbando durante o caminho todo para eu contar o que aconteceu.

— Eu beijei o Jack. — contei, já cansado de ouvir sua voz.

— Não, disso eu sei.

— Então ele falou de mim pra você? — perguntei, tentando manter uma feição séria ou indiferente.

— Falou que tá chorando ouvindo will he porque você foi a melhor pessoa que ele já beijou na vida e agora tá se arrependendo porque não viu quem você era na hora em que teve chance.

  Permaneci quieto e andando normalmente, mas eu queria era sair pulando e gritando por aí.

— Finn, larga a minha mão.

  Olhei para nossas mãos juntas e sorri sem graça, cruzando meus braços em seguida.

— Vai contar para ele quem você é agora? — perguntou.

— Ainda não.

— E quando vai? Agora você já sabe que ele tem pelo menos um interesse.

— Mas não é suficiente pra me desculpar.

his friend. fackOnde histórias criam vida. Descubra agora