Dias de chuva

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Chegamos na escola e entramos juntos, andamos pelos corredores da escola, as pessoas nem notavam nossa presença, eram um misto de pessoas se agarrando, escutando música, jogando alguma coisa ou as famosas bolhas sociais espalhadas por todo lado, infelizmente a Luna não foi para aula, não vou dizer que foi um dia empolgante na escola, mas vou ser sincero, é o Plutão e aluna que torna Esta escola mais suportável.

Fui para casa com a sensação de que devia fazer alguma coisa antes que tudo piorasse.

Passaram-se duas semanas e ainda não consegui ver a Luna na escola, não sei o que aconteceu, a verdade é que até o Plutão não teve mais noticias dela e consequentemente eu também, felizmente consegui um emprego e ganho bem nele, ainda penso na proposta do Plutão, Mas se não for para estar com Luna eu não sinto que irá valer a pena criar uma fachada e contar mais mentiras para os meus pais, retirei esses pensamentos da cabeça rapidamente e fui me arrumar para ir para escola, o Plutão tinha acabado de chegar e eu desci para sala, me apressei para comer, depois avisei aos meus pais que já estava saindo.

No caminho eu e Plutão conversávamos sobre vários assuntos relacionados à escola, matérias, trabalhos e etc. Chegando na escola eu e Plutão nos separamos, e ele disse que iria no banheiro arrumar o cabelo e que depois iria direto para sala, eu fui direto para sala, andando pelos corredores eu passei pela sala da diretoria e por um reflexo, um espasmo, achei ter visto a Luna, já estava tanto tempo sem a ver que não consegui evitar e tive que voltar para verificar o que tinha visto, espiei pela janela de vidro e eu congelei, era ela, mas algo estava errado, porque ela estava na sala do diretor? o que estava acontecendo? eu decidi esperar que ela saísse para conversarmos, faltava alguns minutos para aula, sem dúvida um desespero me tomou, a quantidade de pensamentos ruins que eu formulava para explicar o porquê dela estar ali sentada naquela cadeira eram perturbadores, o relógio corria furioso, Mas a sensação que eu tinha é de que o tempo havia parado e não passava de jeito nenhum, parecia uma eternidade.

Finalmente houve alguma movimentação dentro da sala eu levantei e vi que ela estava saindo, ela fecha a porta e nota a minha presença, ela tomou um susto contido, me encara, mas não fala nada, estava a 6 passos de mim, mas eu sentia que estava à um abismo de distância, nesse momento de estranhamento e Fascinação os olhos dela começaram a lacrimejar, eu fui rapidamente na direção dela e à abracei, ela desabou, nunca tinha visto ela daquele jeito, ela sempre foi uma garota Alegre e forte, sempre escondia seus sentimentos dentro de si, eu também estava chorando, sentia que o que aconteceu com ela era minha culpa, que ela não precisava estar passando por nada disso, depois que o choro passou e nós nos acalmamos eu perguntei.

_Como você está? eu não tive notícias suas depois que você saiu do hospital, eu não fui te ver porque não queria piorar a situação, eu respirei fundo e disse.

_Me desculpe por não conseguir te proteger deles, foi tudo culpa minha.

Ela me puxou e me abraçou, escondeu o seu rosto na minha camisa e disse.

_Estou bem, eu estou bem Júpiter, não foi culpa sua.

_Eu sei, mas eu não consegui te proteger, não consegui fazer nada para proteger nossa existência. Ela disse.

_A culpa não é sua a culpa, ela é desses moralistas que acham errado o nosso amor, mas não lembram que também é errado nos agredir.

Nos ficamos abraçados por mais algum tempo, em momento nenhum me esqueci de onde estávamos, só foi possível ficar próximos porque a aula já havia começado e todos já estavam dentro da sala, nesse mundo não se pode deixar de vigiar. Depois eu lembrei de perguntar o que ela estava fazendo na sala do diretor, ela disse.

_Eu estou largando a escola, preciso trabalhar. Eu sabia que era algo ruim, mas parecia que o problema era maior do que isso.

_Mas por que? eu perguntei.

_Não dá para você estudar e trabalhar meio período?

Ela disse. _Daria se o dinheiro fosse suficiente. Ela deu outra pausa e continua.

_Minha mãe morreu na semana passada, e no momento eu preciso assumir as contas da casa.

Eu não sabia o que ia dizer para ela, era algo muito delicado. Ela continuou.

_Foi bom te ver, ainda mais depois de tudo o que aconteceu, mas acho que isso é um adeus. Ela me abraçou, olhou nos meus olhos, forçou um sorriso feliz e depois andou em direção à saída. Eu fiquei lá, parado, vendo a pessoa que eu mais amei, que tornou toda dor, suportável, indo embora lentamente, quanto mais ela caminhava em direção ao portão da escola mais parecia que o que aconteceu entre nós ia ficando no passado, se tornando uma memória cada vez mais distante.

A Lua Que Me OrbitaOnde histórias criam vida. Descubra agora