Preto e branco

4 3 0
                                    

Já se passaram dez anos
E até hoje eu não consegui
Vomitar o meu desespero
Que engoli ao te ver com ela.

Você nunca vai sentir
Um sufoco tão grande
Quanto eu senti naquele momento,
Nunca vai saber como meu peito sangrou...

Você matou as minhas borboletas
Que dançavam quando a gente
Ficava junto se abraçando,
Você acabou com o meu sossego.

Com a magia de te encontrar
Em todas as tardes às escondidas.
Você plantou um punhal
Cheio de espinhos de aço em mim.

No fundo do meu peito
ainda estou sangrando
Até hoje, perambulando,
Uma zumbi de mortos sentimentos...

Ah, se você soubesse
O sofrimento de tamanha dor...
Se soubesse o quanto me sufoca
As suas falsas promessas...

O quanto me mata as tristes lembranças,
Daqueles bons momentos
Tingidos de sua farsa.
A minha desgraça foi constrída!

Eu fui arremessada
Ao abismo do desamor!
Destruiu minhas vísceras
E me preencheu de um vazio...

Tão frio, tão gélido que me tira o sono,
E me dá calafrios sombrios.
Conseguiu arranhar a minha alma
Tirou toda a minha calma...

Meus olhos não enxergam mais
Uma nuvem negra cobre minha visão,
Tornando o mundo preto e branco,
Tudo cinza como alucinação.

Você criou um ser inútil
Me iludindo por tanto tempo,
Eu vejo o quanto sou fútil
E inexistente em seus pensamentos.

08/2018
Dedicado a L. Pamplona, falecido em 2015.

Para Sempre Carla - A Vida é Um PoemaOnde histórias criam vida. Descubra agora