Alucinação

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Depois de tanto amar
E desperdiçar meus sentimentos,
Depois de tanto viver
E não me encontrar aqui...
Resolvi amar uma última vez!
Apaixonei-me por ela...

A procurei desesperada,
A sentia tão perto,
Coração disparava.
Esse amor perigoso
Me deixava encantada!

Finalmente estava a alguns passos
De tê-la em fim em meus braços,
Entregar-me-ia em seu abraço
Para nunca mais a deixar partir
E dar a mim um significado...

Cada passo que eu dava
Mais dela me aproximava
E uma força contrária
Tentava me impedir
De chegar na pressa que eu tinha.

Passos antes tão largos,
Agora estavam despreparados
Com os tremores que meu corpo
Produzia ao alcance de suas mãos
Que são frias e vazias e sombrias!

Fechei meus olhos
Deixei que a última brisa
Ganhasse meu rosto em despedida,
Meus pés já nem me obedeciam
Devagar demais para minha vontade...

Cheguei tão perto dela...
Que seu hálito amargo
Penetrou minha carne com ardor
Fez todo meu corpo estremecer
E paralisar à beira do abismo...

Apaixonei-me pela morte!
Esse amor proposital
Fez de mim um ser inútil
Incapaz de persistir
E ter coragem de lutar.

Morte! Preciso partir
Quero abraçar a escuridão.
Essa luz que embaça minha visão
Faz meu mundo perder a cor.
Não quero respirar!

A morte não alcancei...
Um vento forte jogou-me no chão
Sacudi-me em soluços descontrolados!
A lucidez me atormentou
Fazendo-me acordar do meu delírio.

Preciso viver! Preciso crescer!
Mesmo que tudo seja um caos,
Mesmo que nada faça sentido,
Preciso ser forte!
Porque buscar a morte
Não me salvará dos meus vazios...

12/2018

Para Sempre Carla - A Vida é Um PoemaOnde histórias criam vida. Descubra agora