Negra, seja Deusa

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O que seria da luz do dia
Sem a densidade da noite nua...
Sem um raio de Sol
A sair de teu ventre
E banhar a imensidão do universo...
Sem as estrelas que brilham
Do fundo dos teus olhos trêmulos
E ventos que vem de longe
Hálito quente e embaraçante
A soprar teus fios de cabelo.
O dia, a luz na janela que denuncia
O êxtase do calor de teu corpo
Onde nascem rios finos
Que chovem de leve em teu lençol.

Preta, seja negra... sempre densa!
A cor de tua pele incendeia
O que ferve em tuas próprias veias.
Preta, seja negra e intensa
Com os mares que saem do teu seio
E alimentam teus frutos
Que ganham vida em você.
Mulher, como és deusa...
O mundo inteiro te precisa.
O que seria do dia
Sem a tua negritude?
Teu sorriso aberto e sedutor
Seu abraço quente de amor
Que abraça os vivos
Rezando pelos mortos
Ao sabor dos delírios
E de danças fogosas...

Ame tuas curvas desnudas
Saboreie tuas alegrias
Abra esse teu riso
Respire o ar, os perfumes
Transpire teus gozos
E sinta, sinta a vida
Como se fosse única!
E és única, saiba disso.
Onde há luz
Leve a verdade em teus lábios,
Onde há trevas
Leve a luz dos teus olhos
E se entregue
Dessa forma linda
Nesse tom escuro brilhante
A encantar as multidões!

2018

Para Sempre Carla - A Vida é Um PoemaOnde histórias criam vida. Descubra agora